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Discurso do Padre Geraldo Ildeo por ocasião do aniversário da Loja Maçônica União e Progresso, em Minas Gerais. Boa reflexão sobre a convivência com a Igreja Católica: “””Homenagem – Maçonaria – Dia 06 de abril de 2013. Prezados senhores Mestres da Loja Maçônica União e Progresso 91 de Coronel Fabriciano, Desejo a todos muita paz e otimismo! Conforme definida, a Maçonaria é uma Instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Proclama a prevalência do Espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Seus fins supremos são: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. A Maçonaria tem uma história secular e cheia de lendas. Por ignorância, entre o povo, surgiram muitos tipos de lendas, mentiras e até deboches contra a Maçonaria. Em todos os povos se encontra algum relato sobre a Maçonaria. Até Adão é tido como o primeiro franco-maçon! Histórias verdadeiras ou não são criadas, desde os mistérios egípcios de Ísis e Osiris, passando pelo culto a Mitra, até a Ordem dos Templários e a misteriosa Fraternidade Rosa-Cruz. Seja como for, a Maçonaria é uma Instituição milenar, séria, respeitada, autêntica, reconhecida no mundo inteiro como uma organização que busca a verdade e a vivência da ética. Ultimamente a Maçonaria teria começado a partir das corporações de pedreiros, surgidas na Idade Média, para a construção das grandes catedrais góticas. O segredo do arco em ogiva e das abóbodas por ele sustentadas constituíam uma fonte segura de riqueza. Chegou a constituir-se uma verdadeira multinacional da arquitetura, detentora da arte gótica. Nas grandes catedrais da Espanha, França, Inglaterra e Alemanha, encontram-se as marcas dos mesmos artistas: os pedreiros que trabalhavam a pedra franca ou arenito. Daí nasceu a expressão franco-maçon, ou pedreiro livre. Semelhantes aos outros ofícios, os pedreiros formaram, na Idade Média, os seus grêmios ou corporações, com os três graus tradicionais de aprendiz, companheiro e mestre. Os mestres dominavam o know how sobre a construção das igrejas góticas. Procuravam defendê-lo através de juramentos, da cominação de penas e maldições através de rituais iniciáticos. Na Renascença tais segredos foram diluídos nas escolas de arquitetura que passaram a estuda-los em tratados impressos. A arquitetura ficou conhecida e popularizada, apenas através da transmissão oral dos conhecimentos dos mestres. Assim, a maçonaria operativa foi perdendo seu vigor e exclusividade. Durante o século XVII, na Inglaterra e Escócia, surgiu uma manobra para garantir a sobrevivência das lojas maçônicas, que deixariam de ser corporações exclusivas de pedreiros. Elas começariam a admitir gentes da nobreza ou da burguesia como membros aceitos. De corporações profissionais, as lojas foram se convertendo em clubes de gente culta, onde se procurava a convivência com adeptos de outras crenças e filosofias e onde se discutiam as últimas ideias científicas, no meio de uma sociedade fanática e intolerante. Note-se que na Inglaterra os católicos somente conseguiram sua emancipação plena somente no século XX. A pátria da Rainha Vitória era dominada pela a filosofia deísta e empirista! O nascimento definitivo da maçonaria moderna foi em 1717. Quatro Lojas de Londres se uniram para formar a Grande Loja da Inglaterra, dando, assim, início ao que se conhece hoje como Maçonaria especulativa. Em 1723 um clérigo presbiteriano, James Anderson, escreveu publicamente as Constituições da Maçonaria, as quais levemente modificadas por volta de 1738, continuaram a ser um documento universalmente aceito como base incontestável de todas as lojas genuinamente maçônicas. A Maçonaria especulativa espalhou-se rapidamente pela Europa e América. Quando se acentuou o interesse pela busca da verdade como a grande tarefa da humanidade, a Ordem maçônica pretendia e prometia ser a única instituição capaz de responder plenamente a essa aspiração. Com o seu caráter iniciático e simbólico, a Maçonaria vinha ao encontro de sentimentos ocultos, mas muito profundos, do coração humano, não satisfeitos com os frios raciocínios dos filósofos iluministas. A maçonaria não pretendia ser uma religião ou uma Igreja, mas para muitos racionalistas e livres pensadores, pode ter representado um substitutivo dela. Nem todas as Lojas Maçônicas são iguais. Ritos diferenciados enriquecem e alargam os conceitos de Maçonaria existentes. Historicamente houve fortes dúvidas, debates, críticas e condenações contra a Maçonaria por parte de muitas sociedades, especialmente da Igreja. Contam-se 580 documentos condenatórios da Igreja contra a Maçonaria. Uma das mais fortes condenações por parte da Igreja veio do papa Leão XIII através da Encíclica Humanum genus, de 1884. Na verdade, as contendas entre a Igreja e a Maçonaria nasceram de dúvidas sobre o segredo maçônico e as maquinações promovidas especialmente pela maçonaria francesa deísta, anticlerical que incomodavam a Barca de Pedro. As lojas maçônicas francesas foram as promotoras de revoluções sociais de cunho burguês e de conturbações violentas, se bem que no Brasil, no militarismo de 1964, elas foram extremamente conservadoras e reacionárias. Hoje, felizmente depois do Concílio Vaticano II e da promulgação do novo Direito Canônico da Igreja não se fala mais de condenação contra a Maçonaria. Bispos mexicanos e brasileiros, da Escandinávia, da Suécia, da Suíça, da Islândia e das Filipinas pediram no Concílio uma revisão e anulação das posições condenatórias em relação à Maçonaria. Vários movimentos têm acontecido dentro da Igreja atual em favor de aproximação e de diálogo sinceros com a Maçonaria, no sentido de envidar esforços para nós nos unirmos em favor da paz e da fraternidade universal. O Direito canônico, reeditado há 30 anos, nem cita a palavra Maçonaria. Nas Leis canônicas anteriores se falava até de excomunhão contra quem se dizia maçon. As novas orientações da Igreja falam de diálogo. Saber conviver com as diferenças. Construir parcerias em favor da paz mundial. Conforme o Papa João XXIII, devemos procurar o que nos une e não o que nos separa. O querido, o papa argentino Francisco, eleito em 13 de março passado, tem se mostrado o pastor firme que acolhe e conduz seu rebanho, respeitando-se as diferenças. A ideia dominante da igreja hodierna é criar a paz, o diálogo, a convivência com o mundo pluralista, fazer parcerias para a construção de um mundo moderno e fraterno. A maioria das Lojas Maçônicas do Brasil é de origem escocesa, que exige que cada um de seus membros tenha uma religião, tenha compromisso social, busque a verdade e proteja a família. Em seus Templos a Bíblia Sagrada ocupa lugar proeminente e é ponto de referência para sua ideologia e para suas ações. A Maçonaria no Brasil, de orientação escocesa, tem objetivos altos, em favor da verdade, da justiça, do serviço comunitário, em prol da família e da construção de uma sociedade justa e fraterna. Tenho a certeza de que todos os maçons da Loja União e Progresso 91, de Coronel Fabriciano, jamais maquinariam nenhuma ação que pudesse contrariar os interesses do Evangelho nem aceitaria qualquer atitude anticlerical ou anti-eclesial. Por isso me sinto à vontade e entre irmãos que pensam e fazem o bem. Fico honrado por ter sido homenageado por esta comunidade maçônica que pauta sua existência pela busca da verdade, pela proteção da família e da construção de uma sociedade justa e fraterna. Quem promove a paz, a justiça, a fraternidade está dentro das propostas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Coronel Fabriciano. 06 de abril de 2013. PE. Geraldo Ildeo Franco.””
Posted on: Sat, 02 Nov 2013 15:40:58 +0000

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