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E agora, esqueçamos a metafísica e voltemos a realidade: "Chama-se cristianismo a religião da compaixão. A compaixão está em oposição a todas as paixões tônicas que aumentam a intensidade do sentimento vital: tem ação depressora. O homem perde poder quando se compadece. Através da perda de força causada pela compaixão o sofrimento acaba por multiplicar-se. O sofrimento torna-se contagioso através da compaixão; sob certas circunstancias pode levar a um total sacrifício da vida e da energia vital (...). A compaixão contraria inteiramente a lei da evolução, que é a lei da seleção natural. Preserva tudo que está maduro para perecer; luta em prol dos desterrados e condenados da vida; e mantendo vivos malogrados de todos os tipos, dá à própria vida um aspecto sombrio e dúbio. A humanidade ousou denominar a compaixão uma virtude – em todo sistema de moral superior ela aparece como uma fraqueza – (...). Permita-me repeti-lo: esse instinto depressor e contagioso opõe-se a todos os instintos que se empenham na preservação e aperfeiçoamento da vida: no papel de defensor dos miseráveis, é um agente primário na promoção da decadência, compaixão persuade à extinção (...). Schopenhauer era hostil à vida: esse foi o porquê de a compaixão, para ele, ser uma virtude (...). O instinto vital deveria nos incitar a buscar meios de alfinetar quaisquer acúmulos patológicos e perigosos de compaixão, como os presentes no caso de Schopenhauer (...), para que ele estoure e se dissipe. Nada é mais insalubre, em toda nossa insalubre modernidade, que a compaixão cristã," Nietzsche (O Anticristo).
Posted on: Wed, 09 Oct 2013 04:50:18 +0000

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