ENTRAR PELA PORTA ESTREITA: O CAMINHO DA VIDA Devido à facilidade na mobilidade das pessoas, é normal encontrar pessoas de diferentes nacionalidades e culturas. Esta situação vem de encontro ao texto de Isaías que proclamamos, neste domingo, na 1ª leitura: “Eu virei para reunir todas as nações e todas as línguas”. É um texto que tem ressonâncias de Epifania e de Pentecostes, porque fala da universalidade “das nações e de todas as línguas”. O profeta anuncia a nova Jerusalém, onde acontecerá a reunião universal, como uma única família, de todos os povos da terra para louvar o único Deus e Senhor. No primeiro homem e na primeira mulher estão representados todos os homens e mulheres de todas as nações e de todos os tempos. O próprio Noé, salvo do dilúvio, selou com Deus um pacto em nome de toda a humanidade. A salvação é um dom gratuito que Deus oferece a cada um de nós, sem exclusão e sem barreiras. Por isso, o Evangelho deve ser anunciado a todo o mundo: “Ide por todo o mundo e anunciai a boa nova”. A salvação não é monopólio de nenhum grupo o povo, mas tem uma dimensão universal. O salmo deste domingo recorda-nos que os cristãos são missionários, transmissores da boa nova de Jesus, pelas obras e pelas palavras. Cristo enviou os seus discípulos a pregar o evangelho e nós, que recebemos este tesouro, devemos continuar esta missão apostólica. Ser apóstolo significa ser enviado. Se formos verdadeiros evangelizadores, daremos a conhecer a misericórdia universal de Deus que quer salvar todo o género humano. Mas, serão muitos ou poucos os que se salvam? São Lucas recorda-nos que Jesus “dirigia-se para Jerusalém” e que “ensinava nas cidades e aldeias por onde passava”. Ele continua a visitar-nos para que também caminhemos para o seu “santo monte, em Jerusalém”, de que nos fala o profeta Isaías na 1ª leitura. A vida cristã é uma viagem sem pausas. Ser cristão supõe estar em movimento sabendo que Jesus caminha ao nosso lado. “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Para alcançar a salvação, é necessário esforço e trabalho. Alguém lhe perguntou se seriam muitos ou poucos os que se salvavam e Ele responde: “Esforçai-vos”. Não nos podemos descuidar. Não podemos ficar fechados em nós mesmos e reduzir a nossa vida às pequenas coisas do dia-a-dia. Devemos lançar o nosso olhar para além do nosso pequeno mundo. Jesus dá-nos a resposta: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”. É o caminho da humildade, da correção fraterna. A porta do egoísmo e da soberba é larga, e são muitos os que a atravessam! Hoje, a Carta aos Hebreus convida-nos a assumir as nossas dificuldades e sofrimentos. E a prova de que Deus nos ama é que Ele “corrige quem ama e quem reconhece como filho”. Os pais e as mães também corrigem os seus filhos para o seu bem, para que tenham uma vida digna. Assim faz Deus com cada um de nós, como prova do seu amor. À mesa do reino de Deus sentar-se-ão pessoas de todos os povos, nações e culturas. Para que tal aconteça, sentemo-nos à mesa da Eucaristia. Talvez não conheçamos todos os que participam da Eucaristia. Mas, somos irmãos, porque nos alimentamos do mesmo pão e formamos a única família de Deus. Ele reúne-nos num só corpo e num só espírito. O amor é único, como o pão. Ainda que sejamos muitos, como o pão que se reparte, este amor chega a todos os homens e mulheres do mundo que querem entrar pela porta estreita da salvação. Todos poderão entrar se lhes transmitirmos a boa nova da salvação, o Evangelho. Abramos, pois, de par em par as portas do nosso coração, as portas das nossas igrejas para acolher amavelmente todos os que se aproximam, mas vacilam e não entram. Deus acolhe todos aqueles que se deixam tocar pelo seu amor. Neste dia, perguntemo-nos: “Quem falta?” “Estamos todos?”. Sejamos trabalhadores neste acolhimento divino, colaborando na obra da salvação de todos.
Posted on: Sat, 24 Aug 2013 22:32:31 +0000
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