ETERNO ESTUDANTE, ESSE É O MÉDICO. Médico,um eterno - TopicsExpress



          

ETERNO ESTUDANTE, ESSE É O MÉDICO. Médico,um eterno estudante! Hoje participei de um simpósio médico, e pude ver que somos muitos e muitos, ao contrário do que alardeia o governo importador de cubanos. Médicos de todas as idades e locais deste país, com filas em todas as salas e o teatro maior lotado,com gente sentada no chão pela superlotação. Apesar da tristeza, senti orgulho em ver que os colegas, mesmo execrados e massacrados pelas nossas autoridades, não perderam a vontade de estudar e aprender, para que o melhor seja dado aos nossos irmãos pacientes (é assim que os vemos). O dia correu depressa, muitos assuntos novos e trocas de experiências, e um assunto inevitável foi recorrente: a atitude intempestiva da ANVISA, que proibiu os medicamentos inibidores de apetite há dois anos. Nós médicos ficamos desprovidos do nosso arsenal terapêutico, e a doença começou a ganhar as batalhas. Milhares de pacientes perderam a saúde física, social e psicológica, perderam empregos e casamentos, e alguns até a vida. No caminho, neste trânsito infernal de São Paulo, eu vinha dirigindo e fazendo o que sempre faço: dei carona para Jesus, Deus e Espírito Santo, e vim conversando com Eles, pedindo inspiração para combater o bom combate que é a vida de um médico no Brasil. Vim pela Avenida Dom Pedro I, e desemboquei de cara para o monumento do Ipiranga e a bandeira desfraldada ao vento bailava diante das estátuas dos nossos libertadores do sete de setembro. Somos realmente livres? Essa pergunta ficou no meu íntimo, e então me lembrei de uma pessoa, cujo nome era Isabel. Não a Isabel que libertou os negros, essa pessoa abençoada por Deus; não, era outra Isabel, empresária que vinha vencendo a obesidade, cuidando de sua loja e de sua filhinha especial ,que é Down. A Isabel vivia muito bem, graças aos medicamentos que lhe asseguravam vitória na luta contra o peso, mas a proibição destes a deixou em desvantagem. O peso subiu vertiginosamente, foram tentados outros tratamentos alternativos e inclusive “off label”, mas nada resolveu. Isabel então se desesperou. Buscou a cirurgia bariátrica como última alternativa, e foi para a mesa da qual nunca mais levantaria. Isabel morreu aos cinquenta e um anos de idade, por mérito e responsabilidade de quem tirou seus medicamentos. Quantas Isabéis estão por aí desamparadas, e eu nem as conheço?Que liberdade temos, ó pátria amada, se nem a nossa profissão podemos exercer, se nem ao nosso reconhecimento profissional temos direito? Nós só queremos poder cuidar dos nossos pacientes com esmero e com o melhor que sabemos. Os nossos políticos precisam nos ajudar, pois é a saúde do brasileiro que está sendo jogada no lixo junto com os nossos estudos e conhecimentos. E eu engoli o choro, olhando aquela bandeira verde e amarela tremulando, na presença do Espírito Santo ao meu lado, pensando na menininha da Isabel que ficou sem mãe. A Isabel poderia estar hoje com sua filhinha, não fossem as atitudes impensadas daqueles que só pensam em si mesmos.
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 22:14:27 +0000

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