Educadores pedem mudanças no currículo do ensino básico Prova - TopicsExpress



          

Educadores pedem mudanças no currículo do ensino básico Prova ABC reflete o fracasso do ensino básico brasileiro, avalia especialista Edna Ferreira Os resultados da Prova ABC divulgados, terça-feira, dia 25 de junho, revelaram que mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas do país não aprendeu os conteúdos esperados. A situação é ainda mais grave para os estudantes das escolas públicas. Em matemática, 70,8% dos alunos não sabem o adequado. Em leitura, esse porcentual foi de 60,3%, e em escrita, de 74,1%. “As avaliações de aprendizagem do ensino básico feitas nos últimos anos ilustram o fracasso do ensino básico brasileiro. Essa verdadeira tragédia terá consequências a médio e longo prazo.” A constatação é do professor Isaac Roitman, coordenador do Núcleo do Futuro (n-Futuros/CEAM/UnB) da Universidade de Brasília, diante dos dados divulgados. A prova é realizada pela organização não governamental (Ong) Todos pela Educação em parceria com a Fundação Cesgranrio e os Institutos Paulo Montenegro e Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). De acordo com os avaliadores nas duas redes, uma em cada três crianças não sabe, aos 8 anos, o mínimo esperado em matemática. Assim, apenas 66,7% delas resolvem problemas com notas e moedas e sabem fazer contas de adição e subtração. Além disso, 69,9% têm desempenho abaixo do esperado na escrita e 55,5% leem mal – não conseguem, por exemplo, identificar temas de uma narrativa e perceber relações de causa num texto. De acordo com os coordenadores da avaliação, os resultados mostram que as crianças escrevem pior do que leem e indicam certo abandono do ensino de matemática. Segundo representantes da diretoria do Todos pela Educação, a Prova ABC adota como modelo de adequação a autonomia do aluno. O professor Roitman preocupa-se com o futuro dessas crianças e propõe ações para reverter esse cenário. Segundo ele, o cardápio já é conhecido. Para o educador, primeiro é necessário investir na formação adequada de professores, incluindo a formação inicial, continuada, e a valorização da carreira. Ele também aponta como essencial a infraestrutura da escola com equipamentos adequados (biblioteca/computadores/espaços culturais e esportivos). “Revisão curricular compatível com a realidade do século XXI e uma gestão eficiente também são importantes, e, por último, uma interação entre a escola e os responsáveis”, enumera. Mudanças a caminho No dia 19 de junho, o MEC anunciou que trabalha na elaboração de uma base nacional comum para o conteúdo ensinado nas escolas. O anúncio foi feito pelo secretário de Educação Básica, do MEC, Romeu Caputo, que participou de audiência pública na Câmara dos Deputados. Diante da possibilidade de o país adotar um currículo nacional, vale lembrar que o Plano Nacional de Educação (PNE, PL 8035/10) – aprovado na Câmara no ano passado e em discussão atualmente no Senado – tem como estratégia o estabelecimento de direitos e objetivos de aprendizagem para a educação básica. Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que o governo e o Conselho Nacional de Educação definam uma base nacional curricular. Para Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP, essa base nacional comum já está definida na Constituição Federal de 1988 e nunca foi implementada. “Deve-se atentar para conteúdos realmente básicos, definindo-se o que deve ser visto em cada ano, uma vez que os sistemas de avaliação não podem monitorar a progressão da avaliação sem a referência dos conteúdos. As avaliações seriadas de alunos do ensino médio, promovidas por diversas universidades, devem igualmente se ajustar a uma base comum. Isso não impede que cada escola decida sobre o restante de seu currículo e exercite sua autonomia”, alerta. LEIA MAIS EM jornaldaciencia.org.br/impresso/JC740.pdf
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 18:18:47 +0000

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