Escravidão Cultural Remanescentes do Quilombo aqui sou um - TopicsExpress



          

Escravidão Cultural Remanescentes do Quilombo aqui sou um quilombola Vim para resgatar um passado de vitórias Sei que a abolição aboliu nossa memória Que foi o Rei Zumbi digno de toda glória Letrados europeus escreveram o meu passado Disse que a escravidão Isabel tinha acabado E assim, denominaram a princesa do povo preto Mas, foi o Rei Zumbi digno de todo feito Letrados coloniais deturparam a minha história Do Quilombo dos Palmares registraram só derrotas Mas eu tenho a pele negra e no meu sangue tem memórias E como o rei Zumbi eu me fiz um quilombola Sei de várias coisas, memórias do passado Sei que a abolição a burguesia tinha forjado O capital industrial precipitou a abolição Hoje é o capitalismo a própria escravidão Vou fingir que o Rei Zumbi foi traído e degolado Que o Quilombo dos Palmares foi também exterminado Isso é o que eles contam, basta ler os livros Mas como o Rei Zumbi, o Quilombo ainda esta VIVO! Ontem fui o escravo, hoje sou o operário O passado não mudou, ficou um pouco disfarçado Sou herdeiro de um passado que nunca foi esquecido Problemáticas e tragédias é o que eu tenho sofrido Sou preto! Um jovem preto, nego marginalizado Preto marginal, mal visto e discriminado E olhando para a minha pele o que eu herdei de minhas raízes Nas favelas, palafitas e debaixo de marquises Vejam que ironia chamamos de sociedade Toda fragmentada dividida em varias classes E na minha auto-analise chego à introspecção E vejo homens e mulheres munidos de alienação Conceitos e preconceitos invadindo os meus pensamentos Ação e reação gerando causa e efeito No meu caráter sínico, metafísico e analítico Convivo com a miséria despertando o estado critico Não como o burguês que almeja a iluminação Com praticas orientais meditando em solidão Que segue a doutrina dos vedas e dos budas Senta imóvel como uma ameba calejando sua bunda Se trancando nos seus centros para obter sabedoria Se afastando do seu próximo para viver em harmonia Nem como o burguês que se acha autodidata Em sua auto-estima palitó, terno e gravata Filosofando, dialogando assim como Platão Conquistando como Alexandre, Colombo ou Napoleão Sendo trágico ou satírico como Ésquilo ou Juvenal Sábio como Demócrito, pessimista como Schopenhaur Orador como Demóstenes ou medico como Hipocrates Artista como Fídias, sofista como Sócrates Sendo emulação de teorias e não de praticas Tendo seu diploma vindo de um psiquiatra Não sou nenhum filosofo materialista ou idealista Nem faço uso da dialética marxista-leninista Apenas um jovem pobre, preto culto, marginal Que mediata e observa o meu mundo desigual Que do senhor de engenho só herdou os sobrenomes Fazenda Silva ou Santos, prefiro um codinome Remanescente do Quilombo sou um quilombola moderno Sou cidadão do mundo defendendo o meu clero Minhas palavras são trovões na cabeça de um tolo O homem do próprio homem revelou-se ser um lobo. Eu sou do Quilombo a toda hora em todo momento Se não me reconhece a Quilombagem é o meu movimento Caminho pelo mundo como vento em todo lugar Desviando obstáculos sei que nunca vou parar Onde quer que eu vá... eu estou no centro do mundo Minha mente é sem fronteiras, minha visão vai mais a fundo Assim, como no passado me libertei do canavial Sou liberto da insensatez que reina no atual Do pecado original... da busca material Da vida imoral... do pensamento ocidental Que corroi os relacionamentos do homem com o próprio homem Onde poucos comem de mais e muitos morrem de fome Atualmente no meu Quilombo vejo irmão contra irmão O povo contra o povo e nação contra nação Aquele que foi meu amigo hoje se acha meu inimigo Aquele a quem eu amei hoje quer me vê fudido Vejo os sinais do Quilombo em decadência O que antigamente era o símbolo da resistência Vejo nos Quilombos o meu povo se dissipar Não passam de favelados sem ninguém para os guiar Cegos pela busca das conquistas materiais Pisando no seu próximo como pisam em degraus Instigados pela cobiça matam até seus país A ambição do capital de querer cada vez mais A verdade esta em tudo e de tudo ela é simples Eu sou agora aquele que retornou as suas origens Que enxerga agora o mundo com uma visão superior Sem julgamentos de bem ou mal sem maravilhas, sem horror Vivo agora a vida do verdadeiro ser humano Que se entregou ao algo de invisível, de mundano Qual é o valor de toda luta e conquista? Quem é o caçador e quem é a vitima? Vi o colonizado se transformar em colonizador Vejo o oprimido querendo ser o opressor E tudo que lutamos é contra aquilo que aqui somos E nos transformamos em tudo aquilo que odiamos Vejo que errar e acertar é do humano O quilombo é minha mente aí homens convenhamos. Gostou? Compartilhe!!!
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 23:20:49 +0000

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