Espiritismo deu certo na Europa? (por Alamar Régis Carvalho) - TopicsExpress



          

Espiritismo deu certo na Europa? (por Alamar Régis Carvalho) Vou fazer uma abordagem e no final do artigo perguntar se dá para você entender porque o Espiritismo não deu certo na Europa e, conseqüentemente, no mundo. Vamos fazer uma analisezinha, aqui? Observemos que Allan Kardec fez muito bem o papel de divulgador do Espiritismo, em sua época. Elaborou logo uma revista mensal, de muito bom gosto, com artigos escritos em linguagem clara e acessível, relatando as suas experiências, dando respostas a críticos, inclusive não medindo palavras para responder aos levianos e mal intencionados. A revista era um sucesso e crescia conforme aquilo que ele previra. Chegou até a ter assinantes em várias partes do mundo, o que era um exemplo de competência dele, considerando as dificuldades de correio da sua época. Ele mesmo tomou a iniciativa de sair viajando pra tudo quanto é canto, a fim de fazer palestras e vender os livros espíritas. (falei em vender, e não dar de graça). No livro “Viagem Espírita” podemos saber qual foi o resultado do trabalho dele e é nisto que eu quero convidar o meu amigo leitor a uma atenção especial. Na sua primeira viagem a uma determinada cidade da França, ele falou para um público de 30 pessoas. Claro, era a primeira vez, para falar sobre um assunto até então desconhecido, e não se poderia esperar mais gente. Até aí tudo dentro do normal. Só que, um ano depois, quando ele retornou à mesma cidade, fora recebido por mais de cem, duzentas e até mais pessoas para escutá-lo e comprar os seus livros. Conclusão: Em apenas um ano, o número de interessados e adeptos crescia trezentos por cento, quinhentos por cento e até mil por centoooooo!!!!! Gente. Veja que coisa mais extraordinária. Nos anos seguintes, o sucesso do produto que ele "vendia" era tão grande, que ele falava em milhares de pessoas, por toda a Europa. Sabe que produto era esse? O Espiritismo. Isto quer dizer o quê? Que no tempo de Allan Kardec, com o Espiritismo feito ao estilo dele, na visão dele, com a sinceridade dele, sem sofisma nenhum, sem fingir humildade nenhuma, sem querer se postar como santo, a Doutrina conseguiu “explodir” de sucesso na Europa. Qual seria a projeção lógica e matemática disto? Que a doutrina caísse na simpatia mundial, assim como foi na França, pela excelência do seu postulado autêntico, e hoje estaria em todos os cinco continentes talvez tendo mudado a história da humanidade. Mas este sucesso não aconteceu. Por que não aconteceu? Como é que pode algo que teve um avanço e uma receptividade tão extraordinária, enquanto ele estava encarnado, de repente ter murchado assim que ele desencarnou? Você já parou para pensar nisto? Hoje não se vê falar em Espiritismo na Europa e muito menos no mundo. Os movimentos que existem no exterior, exceto em Portugal, são promovidos por brasileiros que lá residem, e muito pequenos, reduzidos, com pouquíssimas pessoas participando. Na França, exatamente onde foi o berço e onde Allan Kardec fez tanto sucesso, em termos de Espiritismo, feito por franceses, o que temos notícia é apenas do grupo dirigido pelo Roger Perez e pelo meu querido amigo Charles Kempf (foto ao lado). Raro é o centro espírita no exterior, que pode dizer que tem mais de cem pessoas participando. A primeira vez que estive em Nova York, em 1994, fiz palestra no Allan Kardec Spiritism Center, fundado e dirigido pela querida Norminha e o Aylton, amigos que eu amo muito, e o público era estimado em mais ou menos umas setenta pessoas. Ano passado, uns 16 anos depois, conversando com meu amigo Hélio Amaral, também espírita residente lá, trabalhador da mesma casa, tive a curiosidade de perguntar qual era a média de freqüência atual e ele me disse que, ainda, na faixa das 70 pessoas. Adoro o AKS Center e tenho muito carinho por lá. Mesmo assim, é o centro de maior freqüência por lá, porque nos outros é menor ainda. Aqui no Brasil, há um levantamento interessante a ser observado: Se você visitar um centro espírita hoje e encontrar, por exemplo, 300 pessoas, entre trabalhadores e freqüentadores, volte a esse centro, novamente, um ano depois. Vai encontrar mais ou menos 300 pessoas. Mas serão as mesmas trezentas que estavam lá no ano anterior? Ninguém procurou pelo Espiritismo no espaço de um ano? Algumas pessoas procuraram, sim, e até passaram a freqüentar. Só que a mesma proporção deixou de freqüentar a casa. É impressionante o número de espíritas que existe fora da casa espírita. Mas... por que isto? O que você acha? Eu tenho impressão que sei muito bem, o porquê disto? Vamos raciocinar, gente!!!! Alguns, com medo de encarar esta dura realidade, fingindo que não estão vendo, dizem que o Alamar está "falando mal" do movimento espírita. Mais uma vez quero dizer para os precipitadinhos e aqueles que adoram ficar com os espíritos armados, que quando eu convido as pessoas a raciocinarem, não quero dizer que somente eu raciocino e as pessoas não, e muito menos que eu seja inteligente e as pessoas não. Nada disto, apenas quero convidar a PENSARMOS JUNTOS! discutirmos a questão juntos, raciocinarmos juntos! Será que os espíritas têm conduzido o Espiritismo conforme aquilo que ele realmente é? Será que nós espíritas temos dado exemplo de boa convivência entre nós, para que isto seja visto pelas pessoas desejosas de participarem de opções de vida onde há fraternidade de verdade e não apenas de teoria? E aí eu pergunto, mais uma vez: Será que não estará aí a chave do problema? Alguns casos bem “interessantes” Caso 1 – gente que se mete na sua vida Uma amiga, leitora e telespectadora, com pouco tempo de Espiritismo, me mandou um e-mail, relatando o drama que ela estava enfrentando: Ela mantém, em cima de um móvel na sala da sua casa, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, muito antiga e bonita, que pertenceu a sua avó, que deu para a sua mãe. Passou a infância convivendo com aquela imagem, com o mesmo carinho que a família sempre teve por ela. Agora aparecem espíritas enchendo a paciência para que ela se desfaça da imagem, que a quebre e jogue fora. Ela não quer fazer isto, porque não vê sentido nisto, mas a pressão continua. Quando chega ao centro espírita que freqüenta, o dirigente despreparado, que nunca foi à sua casa, mas ouviu dizer que ela tem a imagem, começa também a falar bobagens, dizendo que é preciso se afastar dos “velhos ranços católicos”, que é preciso estudar a doutrina, etc. etc. etc. Ela não tem mais ranço católico nenhuma, é estudiosa da doutrina, hoje é espírita convicta, adora ser espírita e não tem a menor pretensão de voltar a ser católica. E aí me pergunta: “Alamar, o que eu faço, pelo amor de Deus? Toda minha família gosta muito desta imagem. Qual o problema em tê-la, em casa?” E é aí que eu respondo, com toda firmeza: Não ligue para frescura de espírita. Ninguém tem o direito de invadir a sua casa e dizer o que você deve ou não deve ter. Mantenha, sim, a imagem na sua sala, porque não é isto que vai fazer de você mais ou menos espírita. Se você tem convicção de que a imagem é apenas mais um objeto em casa, como é qualquer outro o qual você tem carinho, entende que ali não está o espírito Maria, não é ponto para adoração nem ritual religioso, não há problema nenhum em mantê-la em sua casa. Não dê bola para espírita chato. O mesmo eu digo para aquelas pessoas, principalmente senhoras, que gostam daquele aroma gostoso proporcionado por aqueles incensos perfumados, e os utilizam em suas casas. Que continuem a utilizá-los, porque o espiritismo não proíbe nada disto, assim como não proíbe ninguém de nada. O espiritismo, de fato, não admite incensos e defumações para efeitos religiosos, mas para efeitos de ambiente, não discrimina mesmo e muito menos exige que espírita nenhum o evite. Caso 2 – As “coisas do mundo” Muito espírita chato adora encher a paciência das pessoas que gostam de se divertir, de sair para dançar, de colocar um maiô ou biquíni para ir à praia ou a piscina, sob a argumentação de que estão se deixando levar pelas tais “coisas do mundo”. Não dê bola, porque esse tipo de cobrança não é fidelidade espírita, é palhaçada. Nós estamos encarnados na Terra e ainda vivemos no mundo, comendo feijão, tendo despesas, sentando em vasos sanitários e tudo. Não existe nada na doutrina espírita que nos sugere privação dos prazeres que a vida encarnada nos dá. O que a doutrina nos alerta cuidado é quanto aos EXCESSOS, em todas as coisas. Excesso é uma coisa, o objeto em si é outra. Exceder na comida também faz mal. Será que, por isto, vamos deixar de comer? Todo espírita tem o direito de se divertir à vontade, de dançar, sacudir o esqueleto, ficar bonita, fazer lipoaspiração, mulher usar pó Cashmere Bouquet na cara, botar laquê no cabelo e batom no bico, sem ter que dar satisfação a chato espírita nenhum. Quer dançar atrás do trio elétrico, dance e viva sua vida, sem ligar para a língua de ninguém. É por estas e outras que eu gosto de José Medrado, que dá uma banana para o espírita chato e não se priva da alegria, dos ambientes alegres e felizes. Não se submeta à vida sem graça e sem sal daqueles que acham que, vivendo em clausuras estão sendo agradáveis a Deus. Será que Deus teria algum prazer em nos ver sem alegria? Que Deus seria esse? Caso 3 – Você é uma pessoa comum, antes de ser espírita Ultimamente alguns desses chatos me tem enchido a paciência, pelo fato de eu não ser espírita xiita. O meu espaço no Facebook, por exemplo, que possui mais de 3.500 pessoas, amigas, e cresce a cada dia, espaço este que todo cidadão pode ter, independente de opção filosófica ou religiosa, é o espaço do Alamar CIDADÃO, que me permite falar do que eu quiser, de todos os assuntos, sem censura, sem restrições e sem frescura já que o público é heterogêneo. Tenho amigos lá, de todas as religiões, inclusive padres e pastores evangélicos. Já que eu gosto de aviação e gosto de pilotar avião, é natural que ali converse sobre aviação, com quem é afim com o assunto. Já que gosto de televisão, é natural que eu fale de televisão, gosto de tecnologia, falo de tecnologia, gosto de comer, então posso falar de comidas; tenho estudado mercado financeiro, posso falar sobre isto, gosto de estudar comportamental humano, é óbvio que devo falar sobre isto. No entanto se falo sobre um livro, meu ou de alguém, aparece um espiritado perturbado qualquer para cobrar-me, sob a alegação de que estou fazendo propaganda, como se fazer propaganda fosse um delito ou uma prática imoral. É gente que acha que deveríamos fazer do nosso ambiente na internet uma sala mediúnica, daquelas que tem na parede o célebre quadro do "O silêncio é uma prece", com muito "psiu", "fale baixo" e coisas parecidas. Só falta cantar "Cativar" ou "Quanta Luz". Agora mesmo, acabei de mandar um email para o público geral... não apenas o público espírita... falando sobre conhecimentos adquiridos sobre a realidade financeira, matéria esta que traz um retorno enorme, a todo momento, de pessoas agradecendo pela informação, mas aparece, também, um espírito de porco qualquer, acusando-me como se tivesse praticando delito. Que eu estou fazendo propaganda, que eu estou falando sobre dinheiro, que estou me aproveitando... Afinal de contas, aproveitando de quê? Deixei claro o início do email que aquela mensagem não era para todas as pessoas, e sim para um público específico. Conclusão Gente. Do mesmo jeito que no catolicismo existem segmentos que entendem que os padres devem viver enclausurados, rezando o dia inteiro, cantando cantos gregorianos, se privando de tudo na vida, e que algumas denominações de freiras devam viver, também, ajoelhadas horas e horas do dia, em oração, achando que com daquele jeito estão sendo agradáveis aos olhos de Deus, existe também, no meio espírita, pessoas como se fossem “jesuítas espíritas”, “testemunhas de jeová espíritas”, “xiitas”, “sunitas” e outras visões puramente religiosas. Essas pessoas não pensam duas vezes antes de se meter na sua vida, infernizar a sua vida e querer lhe moldar conforme as suas óticas e as suas conveniências. Uma praga de uma mulher, de Santa Catarina, incomodada com o evento que vai ocorrer em Florianópolis em outubro, onde Divaldo é um dos palestrantes e eu mediador, enviou-me um e-mail falando um monte de bobagens, coisa de gente desequilibrada, atacando até o Divaldo Franco, dizendo que ele gosta é de viver hospedado em hotéis 5 estrelas de Dubai e desfrutando de mordomias e luxos, pelo mundo afora, além de muitas outras baboseiras, quando eu a respondi a altura, dizendo que ela estava enganada e sendo leviana, posto que, pelo que conheço, Divaldo visita o mundo todo, há anos, mas nunca fez questão de viver se hospedando em hotéis de 5 ou seja lá quantas estrelas for, em lugar nenhum. Nunca foi de viver em luxos e nunca fez questão de mordomia alguma, conforme acusa a leviana e doentia criatura. As pessoas que o convidam, oferecem recepções, carinho e conforto a ele, conforme os seus níveis de educação e as suas condições econômico financeiras, e não há nada que desabone, quanto a isto. Ele já aceitou ser hospedado até em Motel, sem problema nenhum. Inúmeras vezes se hospedou em casas e até hotéis onde tinham pinicos embaixo da cama, e nunca reclamou disto. Aliás, pinicos não, um pinico só, posto que, conforme a legislação do país onde vivemos, cada cama tem direito a um pinico, apenas. Não conheço caso de camas que tenham dois pinicos embaixo. A partir daí o diabo da mulher passou a me mandar emails bem agressivos e eu, por não ser adepto daquela santidade que todo mundo conhece, não deixei por menos e tive que falar energicamente, na linguagem que ela entende. Ter caridade é uma coisa, ter que tolerar histerismos e neuroses de gente abusada é outra. A intolerância, a falta de bom senso e a chatice que existe em muitos espíritas é muitas vezes pior que o crente mais inconveniente que você conhece e até que os mais radicais do islamismo. O chato espírita quando discorda de alguma coisa que você disse ou escreveu passa a lhe tratar como um inimigo, e não fica com o ódio restrito a ele não, sai lhe queimando pra todo mundo. O chato espírita quando vê um trecho em um determinado livro, que venha a discordar, aí ele condena o livro inteiro e o autor, passando a vê-los como se fossem a essência do diabo. O chato espírita adota uma interpretação própria da doutrina e acha que todo mundo tem que ver o Espiritismo exatamente do jeito que ele vê, se diz dono da verdade, se porta como patrulhador da “pureza” doutrinária e tem a pretensão de ser defensor do Espiritismo. Mas o rigor dessa sua defesa só é aplicado em cima de outros espíritas, porque em cima dos verdadeiros detratores da doutrina ele não tem qualquer tipo de atuação. É covarde mesmo, porque tem medo de enfrentar. Que coisa mais esquisita, né? Lembra daquela outra questão dos xiitas que resolveram atacar o que chamam de “industrialização dos eventos espíritas” ? Pois é. Trata-se de gente absolutamente inconseqüente, que, implicitamente, quer que as obras assistenciais espíritas que enfrentam dificuldades financeiras fechem as portas, porque não admitem que elas possam realizar eventos espíritas com entradas pagas e vendas de livros, CDs e DVDS, para angariar recursos, para se manterem funcionando, porque nas suas cabeças tudo é "mercantilização da doutrina" e sempre acham que os realizadores dos eventos querem ficar ricos à custa da doutrina. E haja ataques pela internet. Já percebeu o quanto existe de espírita chato? Espírita que adora se incomodar com a vida dos outros, sobretudo com os mais produtivos? Conclusão Diante de todo este exposto, dá agora pra você entender porque o Espiritismo não deu certo na Europa? A palhaçada promovida por muitos espíritas não é coisa de hoje não, ocorre desde os tempos de Kardec e, conforme eu já disse em vários emails, ele foi a primeira vítima. Eu falei das “Viagens Espíritas” que Kardec fazia pela Europa, custeadas todas com dinheiro do seu próprio bolso, quando ele vendia livros impressos às suas custas, ele mesmo fazia as palestras e, nessa sua peregrinação, FAZIA O MAIOR SUCESSO, a doutrina avançava, crescia, se tornava conhecida, conforme eu disse, porque no primeiro ano eram 30 pessoas assistindo, quando ele voltava no ano seguinte já eram 300 pessoas, num crescimento impressionante. Pergunta-se: Aquele dinamismo do Codificador agradava aos espíritas parisienses da sua época? Não, gente! Muito pelo contrário, o pessoal ficava com raiva dele, baixava a língua nele, o acusavam de presunçoso, de querer aparecer e de querer ficar rico à custa da doutrina, um modelo crítico, cheio de maledicência, que foi copiado por muitos espíritas que continuam a fazer isto nos dias de hoje. Iniciou-se naquela época, portanto, a mania de espíritas se incomodarem com espíritas que fazem sucesso. Agora eu pergunto de novo: Será que a sociedade parisiense e a francesa daquele tempo não estavam de olho, o tempo todo, no comportamento dos espíritas, na convivência dos espíritas com eles mesmos, pra ver se valeria ou não valeria a pena aderirem ao espiritismo? Será que os franceses não ficaram de olho, pra saber se aquilo que ensinavam e pregavam em teoria, como a fraternidade, a caridade, a tolerância, a humildade, a compreensão e a indulgência era de fato vivenciado na prática. Bom. Acho que posso encerrar o artigo, porque eu tenho certeza de que neste ponto já deu pra você entender porque o Espiritismo não deu certo na Europa. Para a apreciação e a reflexão de todos. Com um forte abraço. Alamar Régis Carvalho redevisao.net alamarregis
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 03:58:50 +0000

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