Família de ex-vereador quer retomada das investigações da morte em condições suspeitas Novo laudo, realizado pela departamento de Medicina Legal da USP, aponta que houve assassinato A família do ex-vereador Marcelino Chiarello, encontrado morto em sua casa no dia 28 de novembro de 2011, vai solicitar novas investigações para o caso. A viúva de Chiarelo, Dione Guarnieri Chiarello, e seus advogados, concederam nesta manhã desta quarta-feira uma entrevista coletiva em que divulgaram o resultado de um parecer técnico realizado pela equipe do médio Daniel Romero Muñoz, chefe do Departamento de Medicina Legal da Universidade de São Paulo. Dione Chiarello disse que toda essa situação é muito sofrida mas que ela quer saber mais do que ninguém a verdade sobre a morte do marido. No parecer técnico, a conclusão é a seguinte: “Do visto e exposto, pudemos concluir que, no presente caso, as provas realizadas mostraram elementos que falam fortemente a favor do homicídio como a causa jurídica da morte de Marcelino Chiarello”. O parecer do médico se baseia em simulações feitas com um figurante. Nas simulações, o sangue escorrendo numa pessoa deitada fez traços semelhantes ao encontrado no corpo de Chiarello, o que indica que ele teria sido ferido antes do enforcamento, que foi a posição em que ele foi encontrado por seu assessor no quarto de visitas de sua casa. O laudo avalia que uma lesão na cabeça tem características de ter ocorrido com ele ainda vivo, pelo tamanho da mancha de sangue, que não poderia escorrer daquela forma com ele morto. Munhoz encontrou sinais de arrastamento na mancha de sangue no chão e um sinal de sangue na grade da janela, que não é compatível com a alça da mala do notebook - objeto com o qual teria se suicidado de acordo com laudos da polícia civil e da polícia federal. Não havia manchas de sangue no corpo de Chiarello na altura da grade. Há compatibilidade com um objeto e possivelmente uma mão, segundo o parecer. O parecer também estranhou a ausência de uma linha de sangue na fivela utilizada no enforcamento, que seria lógico no caso do sangue escorrer em direção ao pescoço. Causou estranheza ainda uma mancha de sangue abaixo da alça, que também seria improvável no caso de suicídio. Os advogados pedem que o Ministério Público destituam o delegado da Polícia Federal que conduziu o inquérito e nomeiem outro. Outro advogado, Nilton Martins de Quadros, afirmou que o caso evidencia a deficiência de equipamentos da Polícia Civil e do IGP de Santa Catarina. — Até agora a autoria não foi investigada e ninguém foi investigado porque não existia crime. Não existia materialidade. Agora há. E quando tem materialidade, renasce o poder investigatório do Ministério Público e ele deverá começar as investigações. É o que foi feito no caso do PC Farias, por exemplo — disse o advogado Sérgio Martins dos Quadros. :: A morte e as divergências entre os laudos Marcelino Chiarello tinha 42 anos quando foi encontrado morto por seu assessor no dia 28 de novembro de 2011. O professor e vereador estava pendurado pelo pescoço pela alça de uma maleta de notebook na janela do quarto de visitas de sua casa. O mesmo local em que morava com a mulher a mulher e o filho de 9 anos. Agora essa análise independente pedida pela família coloca dúvidas nos resultados ao afirmar que houve um homicídio. O parecer do médico da USP reafirma o primeiro laudo, realizado pelo médico legista Antonio de Marco, do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina. No entanto vai contra os laudos posteriores realizados pelo Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina e também do Instituto de Criminalística da Universidade de São Paulo, feito a pedido da Polícia Federal, que indicaram suicídio. Como a família não tinha recursos para pagar uma perícia particular, solicitou apoio ao departamento de Medicina Legal da USP. A instituição aceitou o pedido e colocou técnicos e cientistas da universidade para analisar o caso e reexaminar os elementos da morte do vereador.
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 19:23:20 +0000
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