Fernando Schwartz. Vi uma foto de uma indiazinha dentro de um - TopicsExpress



          

Fernando Schwartz. Vi uma foto de uma indiazinha dentro de um balde no seu Instagram, rindo a toa. Com a devida licença e a contradição que me cabe, fiquei pensando na ideia de felicidade. Hoje em dia, povinho que se diz civilizado com seus videogames (termo antiquado?),crianças que já nascem "hightech", pré-adolescentes fazendo biquinhos na frente do espelho com seus celulares movidos à aplicativos, os confortos da civilização e seus atalhos para as impressões de felicidade. Informação. Mundo cheio de "ins", antenados numa causa vazia, a causa do holográfico. Banho quente. E a indiazinha ali, toda sorridente, encolhida dentro de um balde com água fria. Cheia de natureza viva (não a morta que nos circunda, de acrílico, gesso e plástico), de céu de estrelas, de pés descalços, numa realidade tão avessa à que nos habituamos, com um sorriso genuíno, sincero (isso tb me parece estranho dentro da nossa "tribo"), que me questionei sobre a relatividade do que contentamos. O pouco dela me transcende a muito e o muito nosso me revela o pouco. O pouco que somos e oferecemos ao mundo, aos que relacionamos, o muito que achamos que somos ou o pouco que de fato somos. Acredito, caso esteja enganado, por favor, NÃO me corrijam, que carregamos um saco cheio de (?), de que? De impressões? De projeções? Sei de história de criança que viu o fogo de um fogão a lenha pela primeira vez e perguntou se ele queimava...talvez nossa memória anda curta. Esquece-se. Descarta-se. Habitua-se. E depois reclamamos quando descobrimos sobre essa ideia de sermos vigiados pelos EUA. Como não? Hoje é possível saber de tanta coisa por meio de uma sequência de fotos, os fatos (fotografias já não guardam mais registros memoráveis; tornaram-se fotonovelas!) E a comunicação escrita, essa de borracha, repetitiva,copiada e rasa, "bomba" por todos os cantos virtuais. Enquanto isso, a comunicação na sua essência, verbal, olhos nos olhos, sonora, sussurrante e cheia de "esses"o quanto forem possíveis,essa se cala, retesada de tão dura, como nos tornamos, inflexíveis. O homem já é deficiente, acha que não sabe e se faz de bobo. Talvez num futuro bem distante, percamos a língua e voltemos cheios de longos dedos (sem " "). Até porque, "cheios de dedos", já nos tornamos e a mudez telepática se faz presente nessa fila indiana. "Fila indiana", rs, quanta ironia minha.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 04:58:11 +0000

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