Fila de cinco anos para cirurgia é falta de estrutura, não de - TopicsExpress



          

Fila de cinco anos para cirurgia é falta de estrutura, não de médicos Prezado Colega, Mais uma vez vemos o governo federal tentar emplacar a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil. Em seu pronunciamento, a presidenta Dilma Roussef afirmou que a demora para realização de cirurgias existe porque faltam médicos, problema que, segundo ela, será resolvido com a vinda de "milhares de profissionais" de outros países. Hoje, 24 de junho, enviamos um comunicado para a imprensa afirmando que as filas de até cinco anos existem, não por falta de médicos, mas por falta de infraestrutura e de melhores condições de trabalho, principalmente para atendimento de urgência e emergência. Todos nós que militamos diuturnamente nos hospitais brasileiros sabemos que faltam salas cirúrgicas adequadas, ambulatórios, equipamentos para anestesia, aparelhos para exames de imagem, material e outros investimentos. Nesta nota à imprensa anunciamos total apoio da SBOT ao manifesto A Saúde Pública e a Vergonha Nacional, divulgado pelo Conselho Federal de Medicina, AMB, ANMR e FENAM. Os ortopedistas brasileiros atualmente em atividade são mais do que suficientes para atender a toda a população necessitada e eliminar as filas, desde que tenham condições de trabalho adequadas. O governo federal não apenas deixa de cumprir com sua obrigação como, também, tenta enganar a população dizendo que basta trazer médicos de fora para resolver o problema quando todos sabemos que a carência é de meios, não de médicos! Símbolo desta carência indiscriminada é o fato de, todos os dias, dezenas de ambulâncias afluírem do interior com pacientes que não conseguem atendimento digno em seus locais de origem e, removidos para as capitais, são obrigados a amargar uma longa esperar nos poucos hospitais bem estruturados. Há tempos se pergunta porque o governo não consegue preencher vagas de médicos em muitas cidades do interior, mesmo pagando um bom salário, e a resposta é simples: o médico é o elo final de uma corrente que precisa preexistir. O que salva a vida de um paciente é a habilidade de um profissional bem formado, aliado a uma boa estrutura de atendimento. Se esta estrutura falta o profissional se torna inútil, ainda que seja bem remunerado. O médico não fica neste local porque vai contra sua vocação observar passivamente a vida de alguém se esvair sabendo que poderia salvá-la se houvesse equipamentos, instrumentais, medicamentos ou qualquer outra ferramenta necessária para o atendimento de qualidade. É por isso que tem sido crescentes os relatos angustiados de colegas que retornam destes locais por não terem tido as condições mínimas para realizar um bom trabalho. Os ortopedistas brasileiros têm feito a parte deles, presidenta! Depois de seis anos de árduo estudo nos cursos de graduação em medicina, precisam cursar outros três anos de residência médica em serviços credenciados pela SBOT e pelo MEC. Como se não bastasse, ainda têm de ser aprovados em um rigoroso exame de título de especialista em Ortopedia e Traumatologia com duração de três dias e que hoje é referência no Brasil e no exterior. Em vez de investir recursos para resolver definitivamente os problemas de infraestrutura o governo prefere investir em mão de obra de qualidade duvidosa, acenando com uma solução milagrosa e tentando mostrar que basta trazer médicos do exterior para que o problema seja resolvido. Os médicos, os pacientes, a sociedade brasileira enfim, pagará um alto preço por esta decisão demagógica, mais visível do que o trabalho inadiável e absolutamente necessário para melhorar as condições de atendimento à saúde pública brasileira. Flávio Faloppa Presidente da SBOT
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 23:39:15 +0000

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