Fogueira ardente das vaidades DIÁRIO DA MANHÃ JOTA MAPE Mal - TopicsExpress



          

Fogueira ardente das vaidades DIÁRIO DA MANHÃ JOTA MAPE Mal terminou essa chatisse da Casa Cor vem agora a tal de Morar Mais por Menos – uma versão mais popular que a primeira - comparando casa com a banal moda de vestir que -“alguém quer” - varia a cada estação... Onde já se viu ter tendência para decorar casa? Somente na cabeça desses desocupados, fantasiosos, que não tem nada para fazer, inventam um disparate dessa monta... Criado no interior - de um tempo não muito distante - quando de dois em dois anos “caiava-se”- a casa. Trocando em miúdos: dava-se uma nova pintura em toda a casa, quando se aproveitava para consertar ou restaurar algum dano... E todos ficavam felizes como estivessem numa casa nova... assim repetia-se, sucessivamente. A boa casa que se preze tem história com seus donos... Vou mais longe: mede-se pela decoração de uma casa e arrumação de seus objetos – o caráter de quem a habita. Se o morador tem tradição e história para contar. Seu lar diz isso. Tem móveis de estilo – que nunca saem de moda. Vidros e porcelanas de lei. Quadros que remontam uma época. Arquitetura sólida de valor. Agora vem essa bobagem de Casa Cor da vida, que nos azucrina há quase vinte anos, com a mesma proposta de sempre e principalmente com modismos bobos de novos ricos - do dinheiro novo. Francamente, meus caros e importantes leitores??? Quem já viu um modelo dessa cansativa e repetitiva mostra - já viu todas. Lembro-me da primeira lá pelos idos de 1997, na bonita casa em que habitavam os adoráveis e tradicionais, Rose e Nabih Sallum, no Marista, organizada com critério pela brasiliense Catharina Bastos – filha do conceituado jornalista Oliveira Bastos e a “socialite” candanga, Abadia Teixeira. Foi um verdadeiro sucesso, pois era a primeira vez que a muito badalada mostra se realizava aqui e trazia de Brasília, um certo ar de clássica elegância, pois presenciei em 1991 em sua primeira exposição no Lago Sul, quando o sempre saudoso e profissional de real valor, o merecidamente cortejado Leonel Carneiro de Mendonça decorou a importante sala de jantar com peças de respeitado valor do colecionador e empresário, Orlando Taurisano . Era um belo centro de mesa do final do século XIX, banhado a ouro. Uma peça digna de museu, sem dúvida, que os sempre arrojados Ruth e Orlando Taurisano colecionam há anos. Comentei isso numa das colunas sociais que escrevia aqui mesmo nesse bravo DM, nos idos de setembro de 1991. Nessa mesma época fui à inauguração da primeira Casa Cor do Rio de Janeiro, organizada com super critério pela extinta 3 Plus composta por três mulheres da melhor e mais categorizada sociedade carioca: Lucia Leite Garcia Nascimento Brito – super bem nascida, de família tradicional que tem história para contar - então casada com um dos herdeiros do aristocrático e muito saudoso, “Jornal do Brasil”. Mais as descoladas e muito elegantes Patrícias – Mayer e Quentel – que ainda continuam à frente da muito bem sucedida mostra - sendo a Mayer ainda jornalista do ramo da decoração - que escreveu com propriedade por anos a fio no super importante “JB”. A primeira mostra do Rio, também em setembro de 1991, foi no elegantérrimo e belíssimo palacete da Urca, em estilo neoclássico, onde residiram nada mais nada menos que Lourdes e Álvaro Catão – ícones da elegante e verdadeira sociedade do Rio de Janeiro dos chamados Anos Dourados. Naquela época - final dos anos 50, 60 e 70 Lourdes Catão, Tereza de Souza Campos(hoje princesa Orleans e Bragança) e Carmen Mayrink Veiga eram o trio que davam as cartas nesse Brasil varonil em bem viver, bem vestir e bem morar... Elas que lideravam a mídia de amenidades sendo capas das revistas semanais de ontem, “Cruzeiro”, “Manchete” e as sociais, “Sombra”, “Chuvisco” e “Rio Magazine” – onde Ibrahim Sued – o maior colunista social brasileiro de todos os tempos - praticamente começou. Sem essa de modelos temporais, artistas de televisão e celebridades instantâneas - jogadores, “rappers”, milionários da vez - que dominam a mídia comercial e de interesses que habitam e sobretudo, poluem - o nosso universo de hoje... Voltando a mansão da Urca, dos Catão. Ali o emblemático casal recebeu todo Rio de Janeiro que era realmente notícia para grandes, faustosas e inesquecíveis festas. Inclusive para o fíníssimo jantar em torno do importante político gaúcho Daniel Krieger, lider da Câmara dos Deputados, colega do anfitrião Álvaro Catão – que defendia Santa Catarina - onde possuía importantes minas de carvão. Daniel Krieger era um político brilhante e tão elegante, que o famoso Hotel OK, hoje todo restaurado, que continua dando seu importante recado na envolvente Cinelândia – próximo ao centro do poder quando o Rio de Janeiro era Capital da República – faz mostrar com destaque em seu clássico e belíssimo saguão coberto pelo mais fino mármore da melhor procedência – uma vistosa placa de bronze que homenageia a importância de Krieger - que residiu ali por vários anos... Para chancelar o que digo é só consultar a sempre distinta e muito elegante Jô Borghetti que vive entre nós e conheceu - e se não me engano trabalhou com - o deputado e homem de sociedade, Daniel Krieger, quando prestava seus serviços na Câmara Federal. Agora vem essa antipatia de Casa Cor goiana realizada sem o menor critério, com um bando de deslumbrados profissionais – com raras e importantes exceções – fran-ca-men-te? Fazia tempos que não ia. Fiz questão de ir nessa que acabou de findar... Primeiro improvisou-se um local, onde uma rica construtora vai fazer um hotel... Aliás, sempre tem alguém forte por trás para bancar essa palhaçada comercial, bem entendido, pois de arte, arquitetura e peças de decoração de real valor não se via praticamente nada... A não ser o ambiente do arquiteto de bom gosto Léo Romano, veterano, que salva nessa mostra. Além do decorador Genésio Maranhão – que sabe colocar, como poucos, cada peça nos seus devidos lugares... Teve também Leandra e Pedro Ernesto mais sérios como pessoas e como profissionais idem - que deram o seu recado... Um ou outro gato pingado, que igualmente merece destaque. O resto é uma aberração de novo richismo, de cafagestice e dinheiro novo – de realmente dar dó... Teve até um profissional - bem intencionado acredito - que veio do norte, que inventou de fazer uma réplica de Versalhes em seu ambiente... Versalhes na canícula do Centro Oeste? O dono do centro de gastronomia outra bobagem. Vendendo sua imagem como se fosse o chef de cozinha mais importante do mundo. Coitado! Se a gente pudesse colocar no papel tudo que a gente realmente sabe... que aliás - não importa e realmente - não interessa... Uma outra - também ligada ao ramo da gastronomia - exibia sua linda e cara bolsa Hermès -quando referi à milionária peça que carregava tratou logo de esconder, como aquele gesto fosse amainar a sua atitude... Outro arranjador de flores e festas, de muito bom gosto a propósito, figura sinuosa e controversa, que conheço de velhos carnavais, tratou-se de passar anonimamente... que é seu direito, aliás... Político é que gosta de ver e ser visto e ainda fazer fuxico. Kkkkkk Os ambientes estavam tão atulhados de peças e móveis que a gente se confundia se estava num depósito ou numa liquidação de final de estoque... muitas réplicas, a preços incompatíveis... Tinha logicamente móveis de estilo... Alguns deles assinados como várias peças do ícone Sergio Rodrigues - de dar gosto! Depois que o marqueteiro paulista João Dória Júnior inventou de comprar a franquia nacional da Casa Cor aí que a coisa desandou mesmo. Virou comércio de cabo a rabo... Está certo que no mundo capitalista em que vivemos o dinheiro é importante, mas como mostra - essa mostra - impossível... Me perguntaram outro dia na recepção de um grande casamento, se a Casa Cor era importante? A Casa Cor é importante sim: única e exclusivamente para quem organiza. Esses sim ganham rios e rios de dinheiro às custas do marketing abrasivo de uma ilusão tão artificial que contamina às mentes vazias de quem acha que o dinheiro compra tudo... Não tenho em particular - absolutamente nada contra suas sempre simpáticas e gentis organizadoras goianas - por favor! Minha implicância é a forma de como é feita essa mostra... uma opinião muito pessoal... Outra coisa - o ingresso cobrado é sem dúvida - fora de parâmetro: R$ 35 reais... Mais de cinco por cento do salário mínimo vigente no país... que dá para comprar uma cesta básica e doá-la a quem realmente precisa... Para culminar minha indignação... Agora com essa crescente onda de aportar aqui essas grandiosas construtoras “estrangeiras” – estilo Brasil Colônia - que se aliam às deslumbradas daqui que constroem aqueles monstrengos de vários andares apregoando as tais áreas sociais com sacada gourmet, family room e outros quesitos enjoados e totalmente dispensáveis já que apartamento nunca foi e nunca será uma térrea e firme residência... quando a parte íntima desses pedantes modulados - os quartos - conseguem ser menores que um mofino cubículo e preços na casa do milhão de dólares. Pode uma aberração dessas, meus senhores??? Claro que pode! Certamente para quem realmente queira morar - nas nuvens - bem entendido... E como se ainda não bastasse! Li outro dia nas folhas, que vão lançar apartamentos de extremo luxo com garagem in loco, ou seja o carro subirá de elevador estacionando literalmente no cafofo – como se fosse numa prosaica garagem térrea... kkkkkk ... É realmente o fim do mundo, quando confesso de joelhos - que não acreditei quando li... Sem nenhuma sombra de dúvida: É atual força do dinheiro, que muitos incautos do dinheiro novo, que nunca souberam que é tradição, história, dignidade e caráter acham que o vil metal pode comprar tudo... Até a natural e elegante forma de viver! Bom final de semana a todos e até a próxima!!! (Jota Mape, jornalista e relações públicas graduado pela UFG, presta seus serviços na Comunicação Setorial da Semarh e atua informalmente mercado de antiguidades e raridades decorativas. e-mail: [email protected])
Posted on: Mon, 22 Jul 2013 12:37:46 +0000

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