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Grandes fundos lucraram com a decisão do Fed Valor Econômico - 25/09/2013 Por Sam Jones, Robin Wigglesworth e Stephen Foley | Financial Times Sem exceção, os melhores estrategistas de Wall Street foram pegos de surpresa pela decisão do Fed (banco central dos EUA) de não reduzir suas compras extraordinárias de ativos. Agora, os investidores querem saber quem perdeu dinheiro, quem ganhou e, na verdade, onde é possível ganhar dinheiro nas próximas semanas. "Sem querer botar banca", vangloriou-se Bill Gross, tagarela diretor de investimentos da Pimco, em uma mensagem no Twitter após o anúncio do Fed na semana passada. "Mas o que foi que nós dissemos a vocês... sorridentes por um bom tempo", completou. A Pimco - com suas enormes posições em títulos do Tesouro dos EUA - foi um claro vencedor. Assim como outros barões do mercado de títulos, Jeffrey Gundlach, da DoubleLine Capital, provou seu senso de oportunidade na semana passada ao reabrir um fundo de investimentos que aplica em fundos fechados americanos (CEFs, em inglês), muitos dos quais deram um salto superior a 2% em valor. Os investidores com posições compradas em mercados emergentes também se deram bem. Títulos denominados em moedas locais no mundo em desenvolvimento tiveram seu terceiro melhor dia histórico e o índice FTSE Emerging Markets subiu para um pico em três meses e meio. Na semana passada, o maior avanço individual entre os fundos mútuos negociados nos EUA - 5,6%, segundo a Morningstar - foi conseguido pelo UltraLatin América ProFund, que atua de maneira concentrada e alavancada com foco em 35 ações de grandes companhias latino-americanas. "Estou jogando a toalha... Nós não estamos mais estrategicamente pessimistas em relação aos mercados emergentes em todo o mundo após a mensagem do Fed", disse Benoit Anne, diretor de estratégia de mercados emergentes no Société Générale. "Na verdade, estamos agora taticamente otimistas." Houve agradecimentos audíveis também dirigidos a Ben Bernanke, presidente do Fed, na semana passada, em muitos grandes fundos "quant", cujas carteiras são construídas por algoritmos de computador. AHL, BlueTrend e Winton, os três maiores no mundo, tiveram todos um mês positivo, ganhando entre dois e cinco pontos percentuais cada um. Todos têm consideráveis posições compradas em títulos e ações. Todos haviam assumido que um anúncio de redução gradual dos estímulos pelo Fed os teria impactado duramente. "Os que se deram melhor são aqueles com posições otimistas expostas a ativos de risco, sejam baseados numa crença em que a economia vai melhorar ou em uma política monetária mais frouxa", diz Troy Gayeski, gerente sênior de portfólio na SkyBridge Capital, que investe em fundos de hedge. Mas talvez a coisa mais notável sobre o anúncio do Fed esteja no fato de a maioria dos investidores não ter se machucado. Os fundos de hedge, normalmente os mais rápidos e ágeis do ponto de vista tático nos mercados, devem um agradecimento a um dos seus: Lawrence Summers, ex-assessor de fundos de hedge e, até a semana passada, favorito à sucessão de Bernanke na presidência do Fed. A saída de Summers da disputa pela presidência do Fed provocou grande reavaliação do posicionamento da carteira de muitos fundos. Grandes fundos globais macro, como Tudor, Caxton e Moore, que tinham lucrado com posições vendidas de títulos do Tesouro e de mercados emergentes durante os meses de verão (hemisfério norte), assumiram rapidamente exposições mais neutras, prevendo uma postura inevitavelmente menos agressiva do Fed para o médio prazo, de acordo com investidores familiarizado com esses fundos. Importantes pistas estão também nos dados sobre a economia americana. Números mais fracos do que os esperados para o PIB e uma desaceleração no mercado imobiliário tornaram quase inevitável que o Fed tivesse de assumir algum tipo de compromisso explícito em relação a juros baixos, mesmo se começasse a reduzir os estímulos. "Com a ausência da redução gradual do QE [afrouxamento monetário], com o abandono por Summers da disputa e o resultado de Merkel na Alemanha, o que estamos vendo é que as pessoas estão aumentando firmemente sua exposição líquida a todos os ativos de risco", diz Anthony Lawler, gerente de portfólio na GAM. "Muitos dos grandes fundos macro [baseados na análise de tendências macroeconômicas] mundiais estão adotando movimentos táticos de curto prazo; expondo-se novamente a ações e aos mercados emergentes e a crédito estruturado. Ao menos por enquanto, o risco é para cima." Mas tudo isso não significa dizer que uma alta não será frágil. "Não teria custado muito ao Fed reduzir seu programa [de compras de US$ 85 bilhões mensais de títulos] em torno de US$ 5 bilhões para manter sua credibilidade", disse Michael Wang, estrategista do Amiya Capital, um fundo de hedge focada em mercados emergentes. "Se nos depararmos com um par de bons dados [econômicos], concluiremos que o Fed atuou erroneamente. O fato de que a alta [dos mercados] se desvaneceu já mostra a confusão que causou." "A primeira reação do mercado foi otimista, mas as pessoas estão preocupadas com que o Fed tenha dado um tiro no próprio pé, no que diz respeito a sua orientação para o futuro", diz Wang. "De todo modo [o Fed] vai acabar reduzindo o QE3 e agora poderá ter de fazê-lo mais rapidamente, caso os dados econômicos sejam vigorosos." "Assim como quando o QE1 e o QE2 acabaram, haverá uma correção", diz o gestor de portfólio de um grande fundo macro mundial. "Só que, da forma como o Fed está armando as coisas desta vez, poderá ser muito mais doloroso, especialmente se não houver um crescimento na economia americana em breve."
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 01:23:26 +0000

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