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Hoje, dia 22/03/2012 Parte 3 '(...) Corremos todos para a calçada, entre as duas pistas, diante do Bradesco. O chefe do grêmio de minha namorada decidiu sair com duas meninas que iam embora. -Vou vazar man. Não dá reggae. Não ficarei até as 10 para apenas ver todo mundo ser dispersado. Ele tinha razão. Os grupos principais tinham sumido no meio da confusão. O máximo que rolaria pra ele, como acabou rolando para mim e minha namorada depois, seria pimenta na cara e uma corrida de graça, como ele já tinha levado em frente a Polinter na quarta. Foi embora, levando as meninas em segurança. Minha namorada quis ficar. -Vou ficar , não vou deixar as pessoas se dando mal aqui. Quis ficar também. Não que nossa mera presença fosse impedir muita gente de tomar borrachada e passar pelo baculejo depois, mas entendi o espirito. O colega dos óculos de natação falou: -Revolução é isso. É o confronto cara. Eu, reformista preguiçoso por filosofia e espiríto, tive vontade de descer e fui também. Enquanto nos decidiamos a ficar e o chefe do grêmio partia, vidros e placas e todos os lados iam sendo derrubados e quebrados. Alguém estava dando uns bons chutes e pedradas na portaria do Bradesco, até os vidros partirem. Corremos para trás. Eu puxei uma das garrafas de vinagre que tinha na mochila, e gritei (pateti)epicamente, mostrando-a para o alto enquanto um helicoptéro passava direto por nós com seu farol apontando para baixo: -Vinagre, vinagre, vinagre aqui GEeeeeeente! Minha namorada pediu para eu passar um pouco na camisa dela, em dois panos, e uma mulher me passou um pano que embebi também. O garoto dos óculos de natacão tinha sua própria solução de vinagre e água numa uisqueira. Fomos voltando de mãos dadas, com medo de nos perdemos um dos outros, mas também andando muito mais lentamente por causa disso. Corremos para o meio da pista, aonde deu para ver que a Choque já tinha tomado os dois sentidos e se aproximava lentamente, fechando a rua. Corremos para o outro lado, atravessando uma ponte e subindo por uma vala, seguindo um monte de pessoas que tinham ainda menos noção do local do que nós mesmos. '-Aqui é tudo fechado! Tem um hospital, vem carros dali, mas a rua é fechada, é fechada, é fechada velho!' Estavamos prestes a ser pinçados entre duas formações da choque, e fechados entre uma rua fechada cheia de entradas para ruas fechadas ou estacionamentos de empresas, e o esgoto antes da rua do iguatemi. Demos meia volta. Sugeri: -Vamos pular o esgoto, é raso, dá! -Calma, calma, vamos achar outro meio! O bom senso do colega de óculos de natação prevaleceu, e visualizamos uma outra ponte , a meio minuto de ser tomada pela Choque. Começando a correr para lá, minha namorada teve um principio de choro que não entendi, e eu comecei a me lembrar de uma sopa de gengibre que meu pai tinha feito e nem ele conseguiu comer. (...)'
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 19:09:04 +0000

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