“Hoje eu olho para trás e me pergunto se eu escolheria trilhar - TopicsExpress



          

“Hoje eu olho para trás e me pergunto se eu escolheria trilhar esse caminho novamente e tenho medo da resposta que posso me dar. Minha mente foi preparada para escolher o melhor para o meu país, mas com o passar do tempo meu coração me ensinou a contestar. Talvez tanto sangue inocente sendo derramado tenha me amolecido, ou talvez seja só o efeito do tempo. Sabe como é... As pessoas perdem o velho ardor com o passar dos anos. Eu poderia inventar uma história triste, um pai bêbado que me batia ou a ausência da figura materna... Não sei filho, qualquer coisa que justificasse meu ingresso nas forças armadas. A resposta não agradaria nenhum moralista. Eu entrei pro corpo de fuzileiros pra matar pessoas. Eu nasci com algo sombrio dentro de mim, pra ser sincero, acho que a única coisa que me impediu de matar meus pais durante a adolescência, foi a minha necessidade de aprender a parecer normal. Cá entre nós, quando se tem dezesseis anos e uma necessidade absurda de colocar os sentimentos em conflito para fora, conviver com pais tradicionais não é o melhor caminho. O fato é que, eu nunca perguntei, nunca questionei uma missão. Eles me davam uma ordem e eu executava. Mesmo meu capitão dizia que eu não precisava ser lapidado, eu entendia rápido o conceito de autoridade... Sabia respeitar uma patente. Se eles precisassem de alguém para engraxar o coturno do superior, eu estava lá com a merda da flanela na mão. Se precisassem de um suicida para invadir um contingente inimigo no meio da noite com apenas uma pistola? Eu estava lá vestido e armado. Isso me levou rapidamente ao GRUFOES. Já ouviu falar? Nunca vai ouvir. Grupo de Força Ostensiva Especial. Nós éramos a nata dos soldados. O crème de La crème. Todos os novatos sofriam lavagem cerebral. Eles sabiam como entrar em nossas mentes, como derrubar barreiras, como moldar um super-soldado. Eles sabiam muito bem. Passávamos meses em imersão, isolados de qualquer forma de vida, aprendendo que deveríamos defender nosso país com nossas vidas. Deveríamos lutar por nossos ideais sem ao menos contestar. Eles criavam cães e mal sabiam que havia um lobo entre eles. Aqueles garotos, eles estavam lá para se tornarem heróis... Eu, bem, eu não queria as honras de um herói. Eu era um predador e estava no auge das minhas caçadas. Agora falando sobre o presente, Dominic, acredito que uma amiga pode ajudá-lo a encontrar respostas. Você pode encontrá-la em um dos meus refúgios, aquele em Londres, você deve se lembrar. A propósito, estou partindo para Dublin. Dizem que aquele lugar tem ótimos pontos de paz e eu quero conferir. Queime depois de ler. John Buildgreen, um velho muito feliz."
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 06:55:10 +0000

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