Hoje eu ouvi, em uma consulta médica, muito sobre comportamento humano. Padrões sobre personalidade e habilidades foram destrinchados e relacionados à diferenças de gênero, bem como idade. Ao final a fonte de controle foi superficialmente identificada sob o nome de criação. Esteriótipos de conduta, como "temperamento" "genética" "personalidade" indicam para padrões comportamentais e de certa forma permitir a nós lidar de maneira mais ou menos eficaz com problemas alarmantes, o controle e previsão do comportamento humano. Se a dra. me perguntar sobre o grau de precisão e confiabilidade de uma análise do comportamento humano eu, sem dúvidas, diria que o controle e previsão variam de acordo com o acesso à variáveis das quais os comportamentos são função, relações. Essas variáveis representam uma ligação única entre variação e seleção em nível filogenético (comum a todos indivíduos da espécie), ontogenético (variações individuais) e culturais (relações com outras pessoas em uma comunidade verbal). Um exemplo simples é a própria situação de consulta médica: duas pessoas sentadas em cadeiras uma de frente para outra e uma interagindo com a outra. A variável crítica da consulta médica é uma investigação biológica em nível ontogenético de um dos participantes, a investigação se dá em nível verbal e a interação é mantida dentro de um contexto cultural e ambos estão sentados e não voando. Respostas fáceis não resolvem questões comportamentais de modo a permitir ações que lidem de maneira eficaz com a previsão e controle de qualquer comportamento humano. Isso lança dúvida sobre concepções usuais e, literalmente, coloca em xeque a utilidade de tais concepções. Ao mesmo tempo nos joga desafios. O primeiro parece ser acessar relações entre variáveis de maneira confiável (que pode ser repetida no tempo e estar dependente de outras variáveis que são encontradas em outros conjuntos de variáveis). O segundo envolve o desenvolvimento de tecnologias capazes de alterar as relações acessadas, criando outras. O terceiro e, talvez mais problemático, envolve estar consciente (no sentido de conhecer e prever as variáveis que controlam a relação) das variáveis relacionadas às atividades dos desafios anteriores e, enquanto pessoa, manipular as variáveis das quais o próprio comportamento de enfrentar os desafios é função de modo a promover relações que beneficiem as pessoas e as condições materiais vitais (sem as quais não há vida). Nada disso ocorre em 40 minutos. Ao resumir toda a complexidade humana à relações entre organismo (enquanto conjunto de variáveis) e contexto (enquanto conjunto de variáveis) criamos novas condições para explicar e controlar as relações naturais à nossa volta, inclusive as humanas. O grau de precisão varia e, no final das contas, só podemos falar sobre relações mais ou menos acessíveis, mais ou menos manipuláveis, prováveis.
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 13:23:00 +0000
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