Hoje perdi o ônibus da faculdade, então fiquei a noite em casa - TopicsExpress



          

Hoje perdi o ônibus da faculdade, então fiquei a noite em casa mesmo. Foi até bom, porque a noite está muito fria. Após tomar um banho, resolvi assistir TV, algo que normalmente faço apenas depois da meia-noite, quando chego da faculdade. No noticiário vespertino, um apresentador gesticulando, indignado e de fala alta, exibia a notícia do assassinato de uma aposentada dentro de sua própria casa, por ladrões que invadiram sua residência pois sabiam que ela estaria com todo o dinheiro de seus vencimentos. Covardia. Logo após, o programa exibe uma conhecida cena da última semana, onde imagens produzidas por um covarde cinegrafista amador, registrava uma adolescente brutamontes espancando impiedosamente e com requintes de crueldade e sadismo, uma frágil garotinha de treze anos quando saía da escola, após esta ser agredida na retaguarda por outro covarde, cena esta acompanhada e filmada por alguns garotos sonsos e sorridentes, que não faziam absolutamente nada, como uma amostra dessa geração perdida que temos hoje, onde jovens se dividem entre os que praticam delitos, os que assistem e filmam, e outros que debocham e se divertem. Em resumo, uma genética perdida, que produz seres humanos que não servem para nada, e que mesmo assim, proliferam como ratos. Assim como, ainda nessa onda das câmeras que registram absurdos, no mesmo programa, outro flagrante exibe o assassinato a queima roupa e sangue frio de um jovem, porque ele teria se irritado com dois garotões que mexeram com sua irmã. Isso foi o suficiente para um dos covardes sacar a arma e realizar uma série de disparos contra o jovem, que permanecia de braços cruzados, e teve apenas tempo de se virar para tentar fugir, para logo após, desabar no chão, já sem vida. Tudo isso registrado por uma câmera de segurança. Os dois foram presos e liberados logo em seguida, mesmo com a clareza das imagens que registraram toda a ação e incapacidade de defesa da vítima. Agora, obviamente as autoridades que os libertaram não têm capacidade de localizá-los, e burramente consideram os meliantes foragidos. Logo após, soube-se que o assassino é filho de pessoa influente e tem cidadania espanhola, numa clara evidência dos motivos da facilidade com que o criminoso e seu cúmplice foram “aliviados” pela justiça. No telejornal que iniciou logo depois, outra câmera de segurança registrou um horrível acidente automobilístico, onde o motorista dirigindo em alta velocidade e sem habilitação, atropela um garoto, literalmente passando por cima dele, e ainda colhe outro pedestre, que não teve tempo de desviar do veículo descontrolado. O garoto morreu na hora. E mesmo com a clareza das imagens e do absurdo do fato, e mesmo com a vítima fatal, o assassino sem carteira foi liberado. Já em outro canal, o jornal noturno exibia a notícia da chegada de médicos cubanos que vieram para reforçar o sistema de saúde brasileiro. Pareciam felizes, trazendo nas mãos bandeiras brasileiras e cubanas e demonstrando emoção e satisfação em exercer a medicina nas áreas brasileiras mais carentes de médicos. O fato vem causando indignação entre a classe médica brasileira, que considera desnecessária e preocupante a importação de mão de obra no Sistema Único de Saúde, já que os estrangeiros não são formados pelas diretrizes estabelecidas pela medicina brasileira. O Governo rebate as acusações e declara não voltar atrás no andamento do programa de contratação de médicos estrangeiros. Logo depois, em outra notícia, talvez um dos motivos da vinda de médicos estrangeiros ao Brasil: a equipe de reportagem da emissora de TV vai a um hospital carioca e registra imagens de médicos (todos brasileiros) comparecendo ao local apenas para registrarem o ponto, e saindo logo em seguida, para seus consultórios e afazeres particulares. Enquanto isso, neste mesmo hospital, pacientes do SUS lotam a recepção, aguardando uma consulta, sem perceber que os doutores saíam na “surdina”, sem realizar um atendimento sequer. O curioso é que a maioria deles faz parte do quadro de funcionários do hospital, alguns com carga horária de mais de 100 horas semanais. Um deboche contra a sociedade, e uma prova de que diploma não gera caráter em ninguém, já que alguns representantes de uma classe tão nobre quanto dos médicos, se sujeitam a atitudes tão mesquinhas e covardes, tudo isto às nossas custas. Pelo visto, o mal da sociedade é a covardia. Em uma noite acompanhando noticiários, notei que a covardia tem início logo na adolescência, com jovens que procuram se afirmar, não pela capacidade e inteligência, mas pela violência gratuita e inconsequente e o deslumbramento da própria bizarrice. Inúteis. E chega até os mais altos níveis profissionais, com playboys engravatados e diplomados que deveriam estar servindo a sociedade, mas na verdade, se servem dela. Desliguei a TV e senti falta de estar lá com a galera da faculdade, mesmo nesse frio de doer.
Posted on: Tue, 27 Aug 2013 01:39:47 +0000

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