Infelizmente, todos os dias, milhares de Portugueses tentam - TopicsExpress



          

Infelizmente, todos os dias, milhares de Portugueses tentam “fugir” de um barco que parece se afundar. Muitos deles tomam o rumo do que pensam ser um “Eldorado”: a Suíça. Desesperados e sem estratégia acabam muitas vezes pior ainda do que quando estavam em Portugal. Afinal miséria há em todo o lado e não será por mudarem de país que ela fica necessariamente para trás. Na Suíça existem portugueses que vêem com a “força toda”, muitos com promessas de trabalho (nunca venham sem contrato assinado!!!) e a acabam a dormir no carro, alguns regressama Portugal, outros, muitas vezes por vergonha de voltar ou por não terem alternativas, vivem da solidariedade prestada pelas instituições sociais e dormem em bunkers suíços… onde têm comida e cama para dormir, mas emprego… nem vê-lo. Muitos portugueses vêm iludidos, porque vêem o amigo emigrante regressar a Portugal num grande carro, e pensam que ele tem uma grande vida na Suíça. Na maior parte das vezes não passa de uma ilusão, afinal o nível de vida na Suíça é tão elevado (e tão caro), que ao ir a Portugal de férias, parecerá rico. E muitas vezes age como tal… Ora, o que falta dizer é que a maior parte deles vive em quartos e executa trabalhos pouco qualificados, como limpezas, obras, etc… E vivem, eles também, em condições muitas vezes piores do que tinham em Portugal. No entanto têm a vantagem de conseguir poupar algum dinheiro e fazer um brilharete quando vão a casa. Depois há os que, com mais sorte e habilitações, conseguem ter trabalhos qualificados temporários, onde ganham de facto muito dinheiro. Todavia, estes estão sempre em risco de o contrato não ser renovado: são os chamados saltitões, que saltam de contrato temporário em contrato temporário, ganham de facto muito dinheiro e porventura mais durante um ano nestas condições do que em 5 em Portugal. Só que o tempo vai passando e, inevitavelmente, um dia o contrato acaba. Os que são realmente bons acabam por ser integrados, os outros acabam por ter que regressar. Existem presentemente mais de 200.000 desempregados entre a comunidade portuguesa, que permanece na Suíça, na esperança de arranjar um emprego. Claro está que os que já cá estão têm a vantagem de poderem mais facilmente arranjar um, porque já tem a autorização de residência, requisito fundamental. Porque os que não o têm, trabalham ilegalmente (a “negro” como se diz na Suiça) e em condições muito inferiores aos trabalhadores legais (e, claro, também com salários muito inferiores). Finalmente existem aqueles que estão no limbo. Não têm autorização de residência e também ninguém lhes passa um, porque os empregadores suíços preferem contratar os que já têm aquela autorização. São situações precárias, que todos devem evitar. Na Suíça a tendência é ninguém ajudar ninguém. E ainda menos os portugueses que vêem os conterrâneos que querem para cá vir como possível concorrência, e temem assim pelos seus empregos. Claro que há sempre excepções. A verdade é que o mercado de trabalho na Suíça funciona em moldes totalmente diferentes do mercado de trabalho em Portugal. Veja-se que a maior parte dos lugares de decisão e poder estão ocupados não por portugueses mas por suíços. E normalmente os portugueses estão na base da “cadeia alimentar”, ou seja, têm pouco poder e são “comidos” por todos. Assim, por norma, os “bons” trabalhos são preferencialmente para os suíços. Aliás, a taxa de desemprego na Suíça é actualmente de 3,3% e, destes, apenas 1% são suíços. Se trabalharem bem serão certamente recompensados, o nível de exigência suíço é grande mas, com empenho e determinação, consegue-se!!!
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 18:43:36 +0000

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