Investidor de fundo de recebíveis do BVA teme calote Valor - TopicsExpress



          

Investidor de fundo de recebíveis do BVA teme calote Valor Econômico - 03/07/2013 Os investidores que aplicaram em fundos com lastro em créditos concedidos pelo Banco BVA correm para recuperar parte do valor aplicado após a quebra da instituição. Conhecidos pela sigla FIDC, os fundos de recebíveis mantinham um saldo de R$ 916 milhões em carteiras do BVA no fim de maio, mas praticamente deixaram de receber recursos desde a intervenção do banco, em outubro passado. A venda de carteiras de crédito para fundos de recebíveis é usada pelos bancos de médio porte como forma alternativa de captação de recursos. Os fundos do BVA ofereciam uma rentabilidade-alvo equivalente à taxa do depósito interfinanceiro (DI), que acompanha a Selic, mais 3,5% ao ano, bem acima das aplicações tradicionais. Também contavam com boas classificações das agências de risco. Entre os principais investidores estão fundos de pensão e institutos de previdência de municípios. A situação dos fundos começou a se deteriorar em meados do ano passado, em meio aos rumores de que a instituição apresentava problemas financeiros. A inadimplência das carteiras saltou para até 7% em agosto de 2012, ante um patamar que variava entre 0,1% e 1,8% no fim do ano anterior. A estrutura do FIDC, em tese, deveria ser blindada contra problemas no banco. Mas no caso do BVA, os recursos para o pagamento dos créditos comprados pelos fundos passavam por uma conta da instituição, que atuava como agente de cobrança das empresas devedoras. Após a intervenção pelo Banco Central, os investidores também ficaram sem acesso aos documentos que comprovam os direitos dos fundos ao crédito, o que impediu a cobrança direta dos devedores. Quando os FIDCs pararam de receber recursos do BVA, o Citibank e a BRL Trust, que atuavam como administradores das carteiras, provisionaram os créditos, o que levou os investidores dos fundos a registrarem uma perda contábil de quase 100%. Procurado, o Citi informou que não comenta o assunto publicamente, "por ser de interesse privativo dos cotistas". Nenhum representante da BRL atendeu ao pedido de entrevista. Como parte dos empréstimos ainda não venceu e o nível real de inadimplência é desconhecido, os investidores têm chance de reaver o prejuízo. A expectativa, porém, é que a recuperação seja difícil. Na segunda-feira, o Valor publicou reportagem que relata que os fundos que detinham diretamente títulos de crédito originados pelo BVA têm enfrentado calotes. Alguns cotistas dos FIDCs, que preferiram não se identificar, dizem que estão apreensivos com a interrupção do fluxo de pagamentos aos fundos. Um documento enviado pelo Citibank aos investidores, a que o Valor teve acesso, informa que a instituição busca a restituição dos recursos recebidos pelo BVA antes da intervenção e que até o momento não foram repassados aos fundos. O Citi também tenta obter as vias originais dos documentos que lastreiam os direitos creditórios cedidos aos fundos. Após a liquidação do BVA pelo Banco Central, a agência de risco Standard & Poor"s decidiu rebaixar a classificação dos FIDCs da instituição. Em um dos fundos, o BVA Master II, a nota caiu de "AA-" para "CCC", uma redução de 14 degraus na escala da agência. "A restauração do fluxo de pagamentos dos fundos levou mais tempo que o esperado", diz Leandro Albuquerque, diretor de operações estruturadas da S&P. Ele lembra que, em outras situações de quebra de instituições financeiras, como no Cruzeiro do Sul, os investidores dos fundos não apenas não sofreram perdas como também receberam a rentabilidade esperada. Albuquerque não descarta, porém, mudanças na metodologia de análise da agência, a depender do desfecho do caso do BVA. Pelas regras dos fundos, o calote só ocorre caso os investidores não recebam os recursos com a rentabilidade-alvo na data de vencimento.
Posted on: Thu, 04 Jul 2013 17:00:45 +0000

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