Izabel Cristina Delmondes: Diante do artigo abaixo, publico a réplica de Luiz Claudio Guimarães. "A pretexto de cunhar um controvertido elogio a uma médica cubana, esta admoestação ofensiva está sendo dirigida a todos os médicos brasileiros. A nenhum deles excepciona: "Isso, doutores, os senhores já perderam!" E por aí segue a catilinária, sublinhando os pontos do currículo da elogiada que a fariam bem maior do que os seus colegas brasileiros: ser negra, cubana e achar que o "que faz é mais importante do que o que ganha." Para o autor, um castro-petista (isso não é uma ameaça!), a indústria farmacêutica é nociva à humanidade ao produzir as suas drogas caríssimas; e os médicos "brasileiros" seriam cúmplices da exploração capitalista dos seus pacientes na medida em que prescrevem exames caros de medicina nuclear. Esses nossos médicos, além de conspiradores, seriam todos fraudadores dos controles biométricos instalados nos hospitais. Ao Brasil dos governos anteriores, estaria sendo imputada a responsabilidade por ter agregado menos valor à economia por meio da exportação de minérios do que instalando escolas de medicina. Tal implicaria numa suposta e imensa vantagem de Cuba em relação ao Brasil, a ponto de haver uma "equivalência" entre a "exportação" de médicos cubanos e a de jogadores brasileiros. De prima, digo-lhes que o autor é um analfabeto que não deve ter estudado em Cuba ou em lugar nenhum. E se tiver estudado, caiu na vala comum dos imbecis que é discorrer de modo pretensioso sobre o que nada ou pouco sabe. Analfabeto, sim, porque só um analfabeto escreveria "... o que deu mais investimento?" Estaria esse maluco tentando dizer: "O que deu mais retorno no investimento?" Outro ponto merece ser denunciado nesse discurso insólito é aquele em que tenta equiparar a saída de jogadores brasileiros para o exterior com a exportação de mão-de-obra escrava de Cuba para alguns países satélites, vinculados ao tal Eixo do Mal. Alhos e bugalhos (alliud pro alio). Contra esta prática, ao que tudo indica representativa de ofensa à normatividade da OIT, especialmente a Convenção n. 29, que disciplina o trabalho obrigatório, o Ministério Público do Trabalho vem se manifestando de forma categórica. Por meio da argumentação confusa erigida com base em falsas premissas, o mal intencionado articulista tenta ocultar a nitidez das verdades sob a luz solar que atravessa a sua peneira difamatória: 1. que já se foram mais de dez anos desde a posse do Lula em 2003, sem que uma política articulada de saúde melhorasse minimanente as condições de vida do povo brasileiro; pelo contrário, a percepção geral é que tudo piorou; 2. que, a despeito de toda a dignidade que realmente merece a pessoa da médica Natasha, está sendo lhe negada a maior de todas as dignidades que já brindou um ser humano ao longo de toda experiência histórica: a Liberdade. Mas que não se duvide que a Doutora Natasha também esteja prestes de alcançar esse dom que lhe negam os tiranos que a exploram, pois o significado do seu nome é alvissareiro e de certo modo profético: "Aquela que irá se libertar das correntes !" (Luiz Claudio Guimarães.)
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 18:55:35 +0000
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