JOÃO 6.37 Richard Watson “Todo o que o Pai me dá virá a mim; - TopicsExpress



          

JOÃO 6.37 Richard Watson “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6.37). É inferido desta, e de algumas passagens semelhantes nos Evangelhos, que por uma transação entre o Pai e seu Filho, certo número de pessoas, chamado “os eleitos,” foram dados a Cristo, e no decorrer do tempo atraídos a ele pelo Pai; e que como ninguém pode ser salvo senão aqueles desta forma “dados” a ele, e “trazidos” pelo Pai, a doutrina da “graça distintiva” é estabelecida; e o resto da humanidade, não tendo sido dado pelo Pai ao Filho, não pode ter nenhuma participação nos benefícios de uma redenção, que não se estendia a eles. Esta ficção tem sido muitas vezes defendida com muita destreza; mas ela permanece uma ficção ainda não apoiada por qualquer boa interpretação dos textos que têm sido supostos como sua base. 1. A primeira objeção à opinião comumente mantida pelos calvinistas deste texto é que no caso dos obstinados judeus, com quem o discurso de Cristo foi realizado, ela coloca a razão deles não “virem” a Cristo no fato deles não terem sido “dados” a ele pelo seu Pai; ao passo que nosso Senhor, ao contrário, a coloca neles mesmos, e mostra que ele considerou o caso deles como estando nas próprias mãos deles quando os convida a virem para ele, e reprovando-os por não quererem vir. “E a sua palavra (a palavra do Pai) não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós” (João 5.38). “E não quereis vir a mim para terdes vida,” verso 40. “Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros,” verso 44. “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele,” verso 46. Agora estas afirmações não podem juntamente ser sustentadas; pois se a verdadeira razão porque os obstinados judeus não creram em nosso Senhor era, que eles não tinham sido dados a ele pelo Pai, então ela não estava neles; mas se a razão era que “sua palavra não permanecia neles;” que eles “não queriam vir a ele;” que eles buscavam “honra” do mundo; finalmente, que eles não criam nos escritos de Moisés; então é completamente contraditório a estas declarações, colocá-la em um ato de Deus; ao qual não é atribuída em qualquer parte do discurso. 2. Ser “dado” pelo Pai a Cristo é uma frase abundantemente explicada no contexto que esta classe de intérpretes geralmente negligencia. Tinha uma aplicação especial àqueles piedosos judeus, que “esperavam a redenção em Jerusalém”: aqueles que liam e criam nos escritos de Moisés, (um termo geral que parecia existir para as Escrituras do Velho Testamento,) e que estavam assim preparados, por visões mais espirituais do que o restante, embora não deixassem de estar turvadas com obscuridade, para receber Cristo como o Messias. Desta descrição eram Pedro, André, Filipe, Natanael, Lázaro e suas irmãs, e muitos outros. Filipe diz a Natanael, “Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas;” e Natanael foi manifestamente um judeu piedoso; pois nosso Senhor disse dele, “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.” A luz que esses honestos inquiridores do sentido das Escrituras adquiriram quanto à significação de seu testemunho sobre o Messias, e o caráter e asserções de Jesus, é expressamente atribuída ao ensino e revelação do “Pai.” Dessa forma, após a confissão de Pedro, nosso Senhor exclamou, “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.” Este ensino, e sua influência sobre a mente é, em Jo 6.44, chamada o “trazer” do Pai, “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer;” pois, que “trazer” e “ensinar” significam a mesma coisa é evidente, visto que nosso Senhor imediatamente acrescenta, “Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus;” e então adiciona a observação exegética: - “Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” Aqueles que verdadeiramente “creram” nas palavras de Moisés, então, estavam sob a influência iluminadora do Pai, “ouviram e aprenderam do Pai;” foram “trazidos” pelo Pai; e dessa forma, pelo Pai foram “dados a Cristo,” como seus discípulos, para serem mais plenamente ensinados sobre os mistérios de sua religião, e serem feitos os participantes redentores de seus benefícios: - pois “a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu (desta forma para aperfeiçoar em conhecimento, e aumentar em santidade) se perca, mas que o ressuscite no último dia”. Assim temos exibido esse lindo processo na obra de Deus nos corações dos sinceros judeus, que assumiram posição em sua transição de uma dispensação a outra, de Moisés a Cristo. Ensinados do Pai; levados à fé sincera, e entendimento espiritual geral das Escrituras quanto ao Messias; quando Cristo apareceu, eles foram “trazidos” e “dados” a ele, como o agora visível e aprovado Cabeça, Mestre, Senhor, e Salvador da Igreja. Tudo nesta opinião é natural, explícito, e apoiado pelo contexto; tudo na interpretação calvinista parece forçado, obscuro, e inaplicável à tendência geral do discurso. Pois com que finalidade de edificação os judeus foram informados que ninguém senão certo número, eleito desde a eternidade, e dado a ele pelo Pai antes que o mundo existia, devia vir a ele; e que aqueles a quem ele estava então falando não eram desse número? Mas a coerência do discurso é manifesta quando, nestes sermões de nosso Senhor, eles foram informados que o fato deles não virem a Cristo era a prova de sua incredulidade nos escritos de Moisés; que eles não foram “ensinados de DEUS;” que eles não tinham “ouvido nem aprendido do Pai,” que eles, todavia alegavam adorar, e buscar; e que, como o impedimento de sua vinda a Cristo estava na condição de seus corações, era remediável por meio de um diligente e honesto exame das Escrituras; e desde que escutassem aos ensinos de Deus. A esta mesma classe de judeus nosso Senhor, neste mesmo discurso, diz, “Examinais as Escrituras”, mas com que finalidade eles deviam fazer isto, se, no sentido calvinista, eles não foram dados a ele pelo Pai? O texto em questão, então, assim esclarecido por uma referência ao discurso todo, é de significado óbvio. “Todo que o Pai me dá após este ensino preparatório, virá a mim; (pois é usado simplesmente o futuro do indicativo; e nenhuma noção de influência irresistível é transmitida;) e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” A última oração é acrescentada para mostrar a perfeita harmonia do plano entre Cristo e o Pai, um ponto freqüentemente advertido neste discurso; porque “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” Quem, por essa razão, o Pai assim dá, eu recebo: Eu assumo meu ofício atribuído, e serei fiel a ele. Em referência também à obra de Deus nos corações dos homens em geral, assim como aos honestos e inquiridores judeus do tempo de nosso Senhor, estas passagens têm uma aplicação clara e interessante. A obra do Pai é executada através de seu Espírito enviado para convencer e ensinar; mas esse Espírito “testifica” de Cristo, “leva” a Cristo, e “dá” a Cristo, para que possamos receber o completo benefício de seu sacrifício e salvação, e sermos colocados na Igreja da qual ele é o Cabeça. Mas nisto não há nenhuma exclusão. Aquilo que impede que outros venham a Cristo, é aquilo que os impede de ser “trazidos” pelo Pai; de “ouvir e aprender” do Pai, em sua santa palavra, e através de seu Espírito; cujo impedimento é o estado moral do seu coração, não qualquer decreto exclusivo; não a falta de ensinar, ou trazer; mas, como é concisamente expressado na Escritura, o “RESISTIR ao Espírito Santo.”
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 19:14:46 +0000

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