MATERIALISTAS DO BEM - Por Sidney Francese Fernandes O essencial - TopicsExpress



          

MATERIALISTAS DO BEM - Por Sidney Francese Fernandes O essencial está em que o ensino dos Espíritos é eminentemente cristão; apoia-se na imortalidade da alma, nas penas e recompensas futuras, na justiça de Deus, no livre-arbítrio do homem e na moral do Cristo. Demonstrando a existência e a imortalidade da alma, o Espiritismo reaviva a fé no futuro, levanta os ânimos abatidos, faz suportar com resignação as vicissitudes da vida. O Livro dos Espíritos – Allan Kardec A maior parte das desordens sociais, afirma Allan Kardec, deve-se à ausência de religião e à falta de valores familiares. Mas, como afirmar que o mundo carece de religião se existem perto de dois bilhões e duzentos milhões de cristãos? Isso sem contar os não cristãos, como muçulmanos, budistas e hinduístas. Sem religião mesmo – e não necessariamente sem valores e princípios morais – teríamos aproximadamente doze por cento da população mundial. O problema é que a maioria faz de conta que tem valores éticos, esquecendo-os na hora da prática e no dia a dia. Pensando bem, até que não é fácil, nos tempos atuais, ser bom cidadão, respeitar as leis, manter o foco nas obrigações sociais e contribuir para que os laços de família se mantenham firmes e coesos. A não ser que o indivíduo tenha uma convincente motivação, advinda de uma filosofia religiosa. Nesse particular, podemos dizer que os espíritas são privilegiados. Não no sentido de terem mais direitos perante a divindade, mas pela extraordinária gama de informações e de conhecimentos de que dispõem. Existência e imortalidade da alma e justificativas para as diferenças físicas, sociais e intelectuais, estão à disposição do estudioso da Doutrina Espírita, ao deparar-se com a comunicabilidade com os mortos, com a lógica contida na lei de causa e efeito, com a bênção da reencarnação, conhecimento das penas e recompensas futuras e do livre-arbítrio do homem. O espírita aceita e revive os ensinamentos do Cristo, reconhecendo-o como governador moral, um dos coordenadores do surgimento do nosso planeta e o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, como guia e modelo. E a quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir surgem, na atualidade, evidências científicas obtidas por sérios investigadores, competentes e dignos de respeito e crédito, na observação das experiências de quase morte (EQM), nas visões em leito de morte (VLM), experiências fora do corpo (EFC), casos que sugerem reencarnação (CSR), terapias de vidas passadas (TVP) e transcomunicações instrumentais (TCI), dando, cada vez mais, ganho de causa às teses espiritualistas. (Hernani Guimarães Andrade). Realmente, não é fácil cumprir obrigações religiosas, manter a fé em Deus, resistir à tentação do mal e praticar o bem, diante dos frágeis argumentos contidos na Bíblia ou desenvolvidos por dedicados estudiosos, seja lá qual for sua linha religiosa. Fica muito difícil mesmo ser um homem de bem, sem os preciosos ensinamentos disponibilizados pela Doutrina Espírita. E esses irmãos, quando o conseguem, são verdadeiros heróis. E quantos, felizmente, foram e continuam sendo registrados pela história! Que diremos então dos ateus? Diz Kardec, nos estudos sobre o sonambulismo que, aquele que os estudar de boa-fé e sem prevenções não poderá ser materialista, nem ateu. Não obstante, embora descrentes da vida futura e das penas e recompensas que nos aguardam além da morte encontramos, dentre os cépticos, verdadeiros exemplos de amor e solidariedade. São criaturas nobres, desinteressadas, dedicadas à sua profissão e sempre prontas a ajudar o próximo, sem qualquer motivação religiosa. Um materialista cristão Adaptação da página A Festa, do livro Carcereiros, de Drauzio Varella e da página Um choque de realidade, do livro O grande desafio, de Richard Simonetti Geralmente guardamos prudente distância de lugares desagradáveis. De uma prisão, por exemplo, onde o ambiente é contaminado pelo vício, pela maldade e pelo desespero. Ainda mais das prisões brasileiras, onde a superlotação transforma homens em animais entulhados e contaminados pela falta de higiene e pela ausência de escrúpulos. Mas, não foi o que aconteceu com Doutor Osvaldo, que logo depois de alcançar a estabilidade de sua promissora carreira médica, ofereceu-se como voluntário de um dos presídios mais temidos do sistema carcerário brasileiro. — Esse não dura um mês... profetizara Doutor Brasilino Cunha, experiente diretor daquela casa de detenção, que recebera o novo voluntário médico e já se acostumara com os fogos de palha que lá apareciam com entusiasmo passageiro. Enganou-se redondamente. Doutor Osvaldo revelou-se uma das mais humanas, dedicadas e sensíveis criaturas que já adentrara naquelas muralhas. E durante os vinte e três anos que se seguiram, dedicou-se ao mundo dos detentos, sem qualquer compensação remuneratória. E esse amor à medicina e essa dignidade profissional foram acompanhados de perto, em longo tempo de convivência, por Trovão, que passou a auxiliar Doutor Osvaldo na enfermaria. Preso, condenado a 22 anos, tornou-se testemunha ocular da dedicação do médico a todos que o procuravam. Por certo, pensava Trovão, Doutor Osvaldo deveria ser adepto de alguma rigorosa seita religiosa. Negativo! Era materialista de carteirinha. Acreditava no nada além da vida. — Uai! - ruminava Trovão com seus botões. — Que recompensa ele procura se nada ganha nesta vida e nada espera além da morte? Foi a partir daí que Trovão passou a admirar ainda mais aquela alma boa, que fazia o bem até para gente que não merecia, desinteressadamente. Numa das visitas autorizadas, fizera questão de apresentar sua família ao benfeitor de sua vida e de tantos outros desgraçados, esquecidos pelo poder público, mas não por aquele médico dedicado. Quando, depois de oito anos de convivência, Doutor Osvaldo contraíra febre amarela, vários detentos e carcereiros se mobilizaram para ajudá-lo. Araújo fez promessa para acender vela na Igreja de São Judas Tadeu. Valdemar prometeu largar da branquinha enquanto o médico não sarasse. E dezenas de outros presos e funcionários se mobilizaram, cada qual à sua moda, para que o bom médico se livrasse da doença. O tempo passou. Doutor Osvaldo nunca mais teve contato com Trovão. Vamos encontrá-lo saindo de uma festa de aniversário com sua esposa. Ao tentar entrar em seu carro, estacionado em escura ruela, viu-se cercado por um bando armado, com intenção de roubá-lo e sabe-se lá o que mais. De repente, irrompendo da escuridão aparece Trovão gritando: — Pode parar, cambada! Não estão reconhecendo o nosso benfeitor? Esse aí é o Doutor Osvaldo, que cuidava da gente lá na cadeia! Imediatamente, todos abaixaram suas armas, pediram desculpas ao Doutor Osvaldo e sumiram na noite. No dia seguinte o médico vai ao velho botequim de frente onde ficava o Carandiru, antes de sua implosão em dezembro de 2002, reunir-se com velhos agentes, que se tornaram seus amigos próximos durante os mais de vinte anos trabalhando no sistema penitenciário. Contou a história da noite anterior. Queria localizar Trovão para agradecer sua oportuna e salvadora intervenção. Os velhos agentes se entreolharam, espantados e um deles, respeitosamente, dirigiu-se ao doutor dizendo: — Deve estar havendo algum engano, doutor. Não devia ser o Trovão... — Não há engano. Tenho certeza de que era ele. O mesmo físico miúdo, a mesma voz tonitruante e a mesma onça em posição de ataque tatuada no antebraço. Novamente os velhos agentes se entreolharam. — O que está havendo afinal? Não sabem como posso encontrar o Trovão? – insistiu Doutor Osvaldo. — Doutor. Impossível que fosse o Trovão. Ele morreu há dois anos! Não se sabe como ficaram as convicções materialistas do Doutor Osvaldo depois desse fato. Com certeza, homem inteligente e perspicaz, pensou seriamente no assunto. E, praza aos céus, tenha aberto uma fresta na muralha da sua descrença. Uma coisa ficou bem clara. A existência do Doutor Osvaldo sempre fora um permanente preparo para a sua futura vida espiritual, mesmo sem nela acreditar, com sua dignidade profissional e seu amor pela medicina.
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 11:08:30 +0000

Trending Topics



!! Love the
In the last meeting we discussed the literary style of John
Since black people r so gullable and will buy any brand name they
Digi Acceleport Xr 920 PCI 8 Port with DB25 Digi Host
Ive been saying this for years...and in my recent fight with the

Recently Viewed Topics




© 2015