Mais do que um "pitaco"* Estou de férias fora do país. Viajei - TopicsExpress



          

Mais do que um "pitaco"* Estou de férias fora do país. Viajei com a família antes dos acontecimentos que hoje vejo nas redes sociais. Não sei se voltarei para o mesmo país. Espero que não, mas também tanto quanto sei que uma andorinha só não faz verão, também vejo que, somente em raríssimas vezes na história de um povo, de um país, alguns poucos dias foram capazes de mudar um destino. Como é um "pitaco" (* palpite nem sempre fidedigno), então vou meter a minha colher e opinar sobre o que de pior e de melhor pode acontecer. O que de pior pode acontecer é que o tudo se torne em nada. Temo que o protesto "contra tudo isso aí que está aí" seja facilmente sequestrado por uma dúzia de famosos - já estão na mídia! - e por uns políticos espertalhões - que nunca perdem uma chance (ou seria, uma boquinha?) para dispersar o poder do brado retumbante em alguma margem plácida. Sei que não é apenas por causa de 20 centavos - e poderia ser, viu! Como poderia ser também por um mais um leito no hospital do bairro, mais um real no salário do professor etc. - mas também não pode ser por tantas coisas que se tornem em uma lista tão longa e inoperante como a nossa Constituição e as leis que já nascem mortas em nosso país. O que de pior pode acontecer é que o denunciar o que está errado não seja acompanhado pelo propor o certo. Receio que, à semelhança de outros momentos na história, o ruim seja substituído pelo "tão ruim quanto" ou até mesmo, pelo pior. Que os Collor sejam substituídos pelos Itamar, Sarney, FHC e Lula, que mudam ao sabor das conveniências, chutando as convicções, e manipulando as consciências, deles e do povo, é o que de pior pode acontecer. A falência das instituições civis, especialmente os partidos políticos, de representarem os anseios do povo e serem interlocutores credenciados e acreditados na mediação entre o Querer e o Poder é o que fica mais claro nestes protestos. Sei que a sociedade se representa por bem mais do que os partidos políticos, mas como - em uma democracia - propor mudança sem vozes que nos representem? O povo sai às ruas, mas quem vai dar sequência com vistas à mudança? O que de pior pode acontecer é que a instabilidade se torne um valor de per si e não um movimento que anteceda a mudança. Preocupo-me quando a arruaça, o desrespeito, a violência e anarquismo - de ambos os lados, diga-se de passagem, visto que o poder que garante a ordem é o que não transgride as leis para supostamente proteger outras! - tomam a agenda e a força da turba explode gerando calor e morte, e não luz e vida. Sei que Deus é soberano sobre tudo e todos, especialmente sobre o magistrado civil que é servo do Senhor, consciente ou não, mas se o Eterno já chamou o déspota Ciro de "meu ungido" e usou, ao longo da história, a impiedade para corrigir seu povo e a trazer juízo sobre as nações, que não seja eu - nem você que me lê - fantoches fáceis nas mãos do inimigo e sim, instrumentos na mão do Soberano. Em oração e consciente de que as utopias humanas são somente isso mesmo, e, em última instância, tem poder mínimo de real mudança - o que não necessariamente é desculpa para a omissão e para o desengajamento do cidadão da terra - então, também reflito sobre o que de melhor pode acontecer. O que de melhor pode acontecer é que a justiça prevaleça, os ímpios paguem pela impiedade e o povo, que frequentemente não é a voz de Deus, compreenda que "feliz é a nação cujo Deus é o Senhor Criador!" Sei que posso ser mal interpretado por, supostamente, propor uma teocracia, mas afirmo que sociedade nenhuma subsistiu ao passar do tempo sem um referencial absoluto que norteie o que é de César e o que é de Deus. Neste aspecto não tem havido bons e maus, crentes e descrentes. Seja na atuação política dos que dizem representar a Igreja e os cristãos, bem como na atuação de evangelização e de transformação social por partes do que que ocupam púlpitos e tvs para, infelizmente, o que se constata é uma vergonha ao nome do Altíssimo. O Deus que sonda os motivos do coração humano conhece o que acontece nos bastidores destes dois mundos - a cidade de Deus e a cidade dos homens - e trará todos a juízo, a começar da igreja apóstata que hoje viceja como grama verde em um verão chuvoso. A voz profética está rouca, porque gastou seu fôlego em decretar impérios pessoais e reinos humanos com CNPJs conhecidos e éticas obscuras e, propositadamente, escondidas nas máscaras de modernos fariseus. O povo terá esperança e força para um luta sobremaneira excelente, quando liderada por uma faxina ética iniciada em quem tem que ser sal da terra e luz do mundo, e desa forma, acreditar que os motivos de quem se diz de Deus forem vistos como puros, altruístas e altaneiros. O que de melhor pode acontecer não é a Igreja de Cristo ficar orando em seus templos assemelhados a guetos ou a catacumbas romanas, mas quando os joelhos que se dobrarem para orar, também se flexionem para marchar com as multidões pelo que é justo para todos e não apenas para nós. O que de melhor pode acontecer é que surjam homens e mulheres que, tementes a Deus, respeitosos à lei e ao povo, resolvam fazer leis justas e a cumpri-las; a executá-las e a fiscalizar a sua execução para que o povo seja abençoado com educação, segurança, saúde e oportunidades de prosperar e não apenas com tapeações de pão e circo a la Coliseum. Para um pitaco fui longo. Não sou cientista político, nem futurólogo. Mas este comentário não é um pitaco no outro sentido semântico (* intromissão em conversa alheia), porque amo meu povo e meu país. Não sou um nacionalista cego, sou um patriota esclarecido e porque amor sou cidadão destes dois mundos, desejo dias melhores para a nossa nação. Com carinho, Robinson Grangeiro Monteiro * Curta, comente e compartilhe. youtube/watch?v=H18cJkOjWQw João Alexandre - Pra cima Brasil (ao vivo) youtube Gravado no II SOS da Vida em 1992.
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 20:58:48 +0000

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