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Mais importante do que o título de 1923 foi a postura da diretoria do Vasco diante da perseguição que o clube passaria a sofrer por ter em seu elenco jogadores negros e pobres, em uma época em que o futebol era um privilégio das elites. Obrigado a afastar 12 atletas, sob a alegação de que tinham condição social inferior para se manter na Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea), o clube ficou do lado daqueles que defendiam a sua camisa e decidiu pela sua desfiliação. Em resposta à Amea, carta do então presidente do Vasco, José Augusto Prestes, tornou-se um marco e uma declaração de princípios que, até hoje, orientam o clube. O texto, datado do dia 7 de abril de 1924, ainda ecoa como um grito de independência do Vasco: “São esses doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias. Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V.Exa. que desistimos de fazer parte da Amea”. O rompimento obrigou o Vasco a enfrentar novos desafios até reatar os laços. Já de volta, em 1926, o clube ainda sofreu preconceito, dessa vez, por não ter estádio próprio. Em vez de se sentir diminuído com a provocação, o Vasco tirou forças para construir São Januário em um mutirão que envolveu trabalhadores, comerciantes e toda a comunidade que decidiu abraçar o clube. Aquele que já foi o maior estádio das Américas ainda abriga um sentimento que não tem tamanho. A festa em torno dos camisas pretas não pode parar. O TEXTO É DO MARCOS PENIDO, DO GLOBO.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 22:30:34 +0000

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