Mariano Mello Medida radical, sem paralelo em parte - TopicsExpress



          

Mariano Mello Medida radical, sem paralelo em parte alguma do mundo, deixa 2800 profissionais no desemprego. À meia-noite de hoje o serviço público de rádio e televisão da Grécia deixou de existir. Oficialmente, apenas por três meses, enquanto o governo prepara um plano de reestruturação que emagreça a ERT pelo menos 2 mil pessoas. A última vez que o serviço público de televisão grego foi interrompido foi em 1967, durante o golpe de estado da junta militar dos coronéis, e apenas por algumas horas. Dada a dramática situação financeira do país, a medida óbvia seria o encerramento do Ministério das Finanças, mas o governo optou por encerrar o serviço público de rádio e televisão. Mas percebe-se. Desta forma os gregos deixam de ser bombardeados com notícias sobre a austeridade e o seu cotejo permanente de misérias. E os anglo-saxónicos há muito que o sabem: "No news, good news!" "A ERT é um caso de extraordinária falta de transparência e de incrível esbanjamento. Isso acaba agora", disse o porta-voz do governo, Simos Kedikoglou, em conferência de imprensa. "A ERT deixa de existir após o fecho da emissão esta noite. Em seu lugar começará a funcionar o mais rapidamente possível um organismo público, moderno, com muito menos pessoal", declarou. O porta-voz disse que os trabalhadores serão despedidos e indemnizados e que poderão candidatar-se a um posto de trabalho na nova organização. "O governo está disposto a sacrificar a rádio e a televisão públicas para cumprir as exigências dos credores internacionais" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), afirmou o sindicato da ERT em comunicado. Mais acutilante, a central sindical da administração pública, Adedy, descreveu o encerramento da emissora pública como um "golpe de Estado". Na segunda-feira, os representantes da troika iniciaram em Atenas nova avaliação da aplicação das medidas de austeridade e das reformas estruturais exigidas como contrapartida dos empréstimos internacionais. Um decreto-lei ontem publicado no jornal oficial permite que as empresas públicas gregas possam ser reestruturadas desta forma súbita. A norma foi aprovada por todos os ministros do executivo, à excepção de quatro, dois do Partido Socialista (Pasok) e dois da Esquerda Democrática (Dimar), membros da coligação tripartida no poder. Estes dois partidos, assim como o Syriza, principal força da oposição, pediram ao primeiro-ministro, Antonis Samaras, a continuação do serviço público da ERT com uma gestão parecida com a da britânica BBC. A Esquerda Democrática afirmou que seria "inconcebível" a Grécia não possuir uma estação de televisão nacional.
Posted on: Wed, 12 Jun 2013 15:52:40 +0000

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