Marina construiu uma longa e respeitável trajetória política no PT. Ganhou projeção regional, foi vereadora e deputada estadual Depois veio a dimensão nacional, quando chegou a senadora e ministra. Optou por deixar para trás velhos companheiros em meio a fortíssimas turbulências, que ainda se fazem sentir, iniciando uma fase no PV que a levaria a uma candidatura à Presidência. Aparentemente Marina sempre foi muitas vezes maior do que o partido, que tem uma história com várias áreas de sombra ainda a iluminar. Inquieta e contraditória, tentando equilibrar a militância ambientalista com as bandeiras evangélicas e os cavalos de batalha da Assembleia de Deus, Marina anunciou aos quatro ventos ,com a ajuda da internet, o compromisso com um jeito novo de fazer política,longe das estruturas arcaicas e viciadas que rejeitou e passou a condenar com veemência. Tentou criar um partido, sem nome de partido , no que seria parte desse aggiornamento dessa atualização da atuação política. Por diversos motivos, não deu. Poderia manter a decisão de fazer política à margem do sistema, com os riscos e recompensas que essa decisão comportaria. Optou por uma meia-volta, um cavalo-de-pau. Foi parar nos braços de Eduardo "Dudu" Campos, neto e herdeiro político de Miguel Arraes, com traços mais associados talvez à fase final da carreira deste último, quando o arco de apoios que agregava atingia rincões dos mais díspares dos cenários regional e nacional. A nova aliança acontece agora no antiquíssimo e anódino PSB , partido que já ziguezagueou um bocado pelo complexo universo das alianças e troca-trocas , tendo se notabilizado por uma relação mais do que fraterna com o PT, rompida recentemente. Especula-se que deve sair candidata a vice , a partir de um acerto programático, (nada a ver com pró-gramática, não confunda). Surpresa, surpresa mesmo não chega a ser, afinal nada mais surpreende no nosso cenário político. Mas para quem propagandeava renovação de métodos e práticas, não dá para dizer que a manobra aponte para um rumo tão novidadeiro assim. A torcida é para que o cavalo-de-pau não se transforme num Cavalo de Tróia.
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 02:11:17 +0000
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