Maurício Terra Dias Médicos importados são politizados e - TopicsExpress



          

Maurício Terra Dias Médicos importados são politizados e castristas convictos Publicado: 25 de agosto de 2013 às 0:42 Dos cerca de 700 profissionais da área de medicina que participaram do projeto pioneiro de Saúde Familiar no Estado do Tocantins, uma parceria experimental entre o governo do TO e o Estado Cubano no início do primeiro governo Lula, conheci aqueles que ficaram lotados na minúscula cidade onde eu trabalhava como caixa de um banco público. O choque representado por aquelas pessoas dentro de uma comunidade tão carente de tudo foi enorme, mas o choque para eles trabalhando e vivendo em um lugar tão ao contrário de tudo o que conheciam foi talvez ainda mais enorme. Só que eram eles que estavam fora do lugar. Sendo eu uma pessoa com interesses culturais diversos, era praticamente a única pessoa na cidade com quem os cubanos podiam contar para uma conversa um pouco mais profunda. O habitual para eles era serem abertamente hostilizados pela dificuldade com a língua, as diferenças radicais de hábitos sociais e, por mais inacreditável que possa parecer, pelo fato de que todos eram comunistas e castristas absolutamente convictos. Como é que eu, que nasci no meio da paranóia Macarthysta da década de 1960, deixaria de ouvir em primeira mão, finalmente, o que é que os caras do lado de lá têm a dizer sobre como funciona um ambiente que cozinha o povo naquele caldeirão soviético? Além de ser uma referência cultural para aquelas pessoas, eu era a interface entre eles e as duríssima relidade dos negócios bancários, uma vez que eles tinham acesso a crédito instantâneo equivalente a vários anos do salário que recebiam em Cuba. É facílimo lambuzar-se com tanto melado sobrando com tanta facilidade, como atestam os SPCs das grandes cidades em que pobre compra bugiganga no carnê a perder de vista. O fato é que todos os cubanos são inteiramente politizados, os assuntos da política são corriqueiros, os deputados que os representam nas assembléias para ratificar as decisões tomadas pelos figurões saem das brigadas normais de trabalho. A atividade política, em qualquer nível, funciona lá como uma espécie de atividade sindical. O cidadão é eleito, sai do posto de trabalho e vai para o seu parlamento, prefeitura, ou qualquer lugar e vai trabalhar lá, ganhando o próprio salário de operário, cortador de cana, médico ou vendedor. Não há a figura do nababo profissional que tanto conhecemos aqui. É esse povo, com essa mentalidade a respeito do estado, que estamos importando. Pessoas que vêm atrás de um eldorado para comprar um playstation pra o filho, gente que não tem como conversar com familiares sem que a censura oficial monitore cada palavra, cada movimento, cada intenção. As poucas pessoas que afrontaram o estado cubano e conseguiram fugir tiveram que enfrentar o imenso drama de consciência de deixar para trás os familiares que ficaram retidos na ilha, a absoluta falta de apoio dos governos municipal e estadual, que os empregaram, e federal, que acompanhava a questão sob o ponto de vista diplomático, e, talvez o ainda mais difícil salto contra a ideologia envenenada na raiz da consciência desde o nascimento e para toda a vida pela propaganda oficial. É muito difícil para um cubano que nasceu depois da revolução perceber que o sonho megalômano dos irmão Castro, apesar de todos os óbvios benefícios que trouxeram àqueles que hoje são profissionais respeitados e bem formados, trouxe junto os mecanismos que mantiveram a ilha sob servidão aos soviéticos e bloqueio americano, dois desastres para a vida moderna do povo daquele país, sem contar a falta de autorização para o pensamento individual não-alinhado, uma tragédia para qualquer cultura. De tudo isso, é possível avaliar que trazer novamente esse pessoal para cá, nas condições em que eles vêm e permanecem, para fazer o que o governo federal pretende que façam, de forma nenhuma soluciona qualquer problema que temos de sobra na área de saúde. Basta investigar com critérios sérios e honestidade aquele programa ocorrido no Tocantins, que nem é tão distante no tempo para impedir uma análise adequada, e perceberemos que os problemas causados não justificam os benefícios pretendidos, quaisquer que sejam eles. E, é claro, é absolutamente imprescindível que haja absoluta transparência para toda a população envolvida, o que até agora não foi minimamente demonstrado pelo governo, que age inteiramente à revelia dos cidadãos que serão afetados por toda essa confusão e, é claro, dos cidadãos que pagarão a conta mais uma vez. Sem esquecer que esse pessoal que vem com sonhos não muito claros precisarão de algum suporte para adaptação a um mundo livre
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 20:36:14 +0000

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