Meninas e meninos, hoje na minha aula de Ballet Fitness ou Power Ballet com a Fernanda Dalveira (vou falar desta fórmula já já) estávamos discutindo porque no Rio não vingava o Burlesco e ela me disse uma frase muito sábia: O Brasil é o Irã de fio dental. É onde pode tudo e não pode nada. A Fernanda é professora e trabalha com dança há anos, e nunca tinha ouvido falar da Burla (origem do termo Burlesco, que significa, entre outras coisas, Comportamento cômico; em que há graça ou brincadeira.) dentro da Dança, ou já tinha visto e não sabia exatamente o que era. Todas nós aqui dentro temos que nos conscientizar do peso do preconceito envolvendo uma ARTE que a maioria das pessoas, principalmente no BRASIL, simplesmente não ENTENDE. A maior parte das Dançarinas que são referência na cena internacional são, talvez até por terem sofrido muito com este preconceito, feministas ferrenhas. A própria Jo Weldon - Burlesque Teacher & Guide in New York, NY, autora do Burlesque Handbook, livro ainda sem tradução, mas que é quase que uma bíblia para quem conhecer mais sobre esta arte, uma vez me condenou, arduamente, em conversa por chat, por ter utilizado o termo whore (eu estava falando de uma pessoa muito escrota mesmo, mas valeu o conselho) - que na época eu não sabia ter o peso que tem na língua Inglesa. Ela me disse: Eu sei que Inglês não é sua primeira língua. Mas esta é a palavra que toda mulher ouve antes de apanhar de um homem. Eu obviamente me desculpei e nunca mais usei o termo. Só em intimidade e em conversas que não interessam nem ofendem ninguém, pelo menos em aberto. Ela também adicionou: Toda mulher pode se chamar do que quiser. Mas tem que lidar com as conseqüências disto. Não estou pregando nada com este texto. Inclusive, tenho muita preguiça para ideologias. Só quero lembrar que não importa o que vocês façam, o quão mais lindas e auto-confiantes brilhem no palco ou fora dele, vão sofrer preconceito. Isto é simplesmente inerente a qualquer pessoa que se expõe, ainda mais através da dança, e milita, como eu e muitas de vocês, por algo que defende tão democrático quanto o Burlesco. Ao invés de se revoltarem ou não dançarem, tenham paciência e expliquem calmamente a que se propõem. Espero ver muitas de vocês em palcos, mesas, festas, com pouca roupa e muito brilho pela frente. Carinhosamente, Marina - Missy Burlesque.
Posted on: Mon, 18 Nov 2013 01:52:44 +0000
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