Meu pai,meu ídolo. Aprendo todo dia com vc. Obrigado por - TopicsExpress



          

Meu pai,meu ídolo. Aprendo todo dia com vc. Obrigado por tudo. Almir: a pinça * Publicado na Gazeta Esportiva de 15/04/1981 Almir é um jogador muito importante para o São Paulo. Um futebol pouco colorido, mas muito eficiente. Sério, tático, aplicado, Almir às vezes sequer é lembrado dentro de uma partida, mas seu comportamento é sentido por todo o time do São Paulo. Natural de Florianópolis, Santa Catarina, tem 27 anos de idade. Iniciou sua carreira jogando pelo Figueirense, como amador, em 1970. Passou à profissional em 1972, sendo campeão catarinense em 72 e 74. Em 1976 foi transferido para o Avaí e posteriormente para o Coritiba, sendo campeão paranaense em 78 e 79. Em 14 de julho de 1980, veio para o São Paulo, numa troca com Vianna. Almir José Gil saiu do Coritiba como um verdadeiro ídolo e a torcida continua protestando contra a diretoria do clube paranaense que permitiu a transferência do jogador. No Paraná, seu futebol também foi de aplicação, consciência, responsabilidade. Os torcedores souberam entender e respeitar as qualidades de Almir. No último campeonato paulista, Almir jogou 28 vezes pelo São Paulo, conquistou o título de campeão e ainda foi convocado para integrar a seleção paulista. Hoje é considerado como um autêntico jogador operário, outros o taxam como formiguinha, enquanto alguns torcedores levam faixas ao Morumbi com a seguinte frase: “ALMIR, A PINÇA DO SÃO PAULO”. Um entusiasmado torcedor do São Paulo, explica o motivo que levou Almir a ser chamado de pinça: “Ele rouba a bola do adversário com uma simplicidade incrível. Aparece suavemente, tocando e levando a bola. Dá impressão que tem uma pinça e com ela arranca a bola do outro jogador… Quando não tem alternativa, comete faltas e quase sempre providenciais”. Os torcedores do São Paulo já absorveram o operário Almir. Ele não tem desejo de tornar-se ídolo aplaudido ou visto como insubstituível. Prefere a sua condição de útil, eficiente, brigador, responsável e cumpridor de missões. O próprio treinador Carlos Alberto Silva deixa claro o que significa a presença de Almir no time do São Paulo: “Ele não aparece muito para a torcida, mas rende muito mais para a equipe. Ele é perfeitamente confiável”. O sistema defensível do São Paulo subiu sensivelmente de produção com Almir no time. É a pitada de segurança que estava faltando. Ele é para a defesa do São Paulo aquilo que Dudu era para a zaga do Palmeiras. Tem mantido um comportamento regular, padronizado, e assim tem conseguido ser considerado o titular da posição, apesar da presença de Élvio, outro bom jogador esperando a sua vez. É um moço introvertido, que prefere ser considerado um observador: “No mundo atual é muito bom a gente observar reações, pronunciamentos e comportamentos. A gente está sempre aprendendo coisas. A vida é uma eterna escola”. “Estou há quase um ano no São Paulo jogando mais ou menos aquilo que estava jogando no Coritiba. Para essa missão, essa função, há necessidade de um excelente condicionamento físico. Os treinamentos devem ser diários e intensos”. “Admito que mudei muito a minha característica de jogo. Quando comecei, como meia direita, praticava o futebol espetáculo, show, preocupado apenas em atacar e dando pouca importância ao sistema de defesa. Há cinco anos aproximadamente eu mudei. O futebol mudou. Ficou mais forte, competitivo, duro. Comecei a marcar mais, lutar, disputar a bola e funcionar como um autêntico destruidor”. Além de ser mostrado como uma espécie de Dudu, Almir foi comparado taticamente ao jogador Batista, do Internacional. Guarda a mesma posição que o médio volante da Seleção Brasileira e é tão eficiente quanto ele. Forte, com 1.80 de altura, 73 quilos, pode ser considerado como um dos titulares de Carlos Alberto Silva. Sobre a próxima partida do São Paulo, contra o Internacional, Almir demonstrou otimismo: “Pela grandeza do São Paulo, ele tem sempre que estar nas finais disputando títulos. Confesso que quando cheguei aqui, já esperava por isso. Fiquei sabendo através dos comentários que o time não andou bem no primeiro turno do último certame, mas no returno, as coisas ganharam um novo rumo. Não escolherei adversários para as finais. O São Paulo tem uma boa equipe e está em condições de ganhar de qualquer um, jogando de igual para igual”. “Entendo também que aquele que levar a melhor na disputa entre São Paulo e Internacional será o campeão brasileiro”. “O São Paulo tem provado dentro do campo que é uma equipe competitiva e eficiente. O futebol tem sido agradável, alegre, forte, e com boa dose de precaução. O futebol de hoje não permite um excessivo arrojo”. “Muitas pessoas não concordam quando me vêem lá atrás, guardando a zaga, mesmo com o São Paulo dono da situação. Se eu fosse, seria mais um homem atacando não é? Mas a tática determina que nunca se abra a defesa. É algo muito parecido com o boxe: abriu a guarda, corre um sério risco de ser nocauteado”. O São Paulo tem muitos jogadores da Seleção do Brasil. Muitos astros, grandes salários. Mas como se sente Almir, cercado por ídolos militantes? “Não sofro o menor abatimento. Torço por todos os meus companheiros. Quanto mais prestigiados eles estiverem, eu também estarei. Afinal, um time é composto por onze jogadores. É claro que muitos se destacam e resolvem partidas, mas minha missão para mim é algo muito importante. Dou valor àquilo que faço e sinto que existe reconhecimento por parte de todos os jogadores do São Paulo, do técnico Carlos Alberto Silva e principalmente por parte da torcida”. “Ganho aquilo que hoje é justo, mas amanhã um reajustamento será algo normal e natural. Acho que cada um deve brigar pelo seu salário sem se preocupar com salários dos companheiros”. “Fico feliz por ter um treinador que entende e admite a minha maneira de jogar. As vezes assisto aos “tapes” dos jogos e se fosse um torcedor menos observador, criticaria a minha atuação. Mas os próprios jornalistas sabem ver aquilo que faço em campo. Se estivesse atuando no teatro, acho que eu seria um bom ator coadjuvante. Um papel de extrema responsabilidade, afinal, uma falha, um erro, um momento de pouco empenho pode estragar todo o espetáculo”. “Gostaria de ressaltar o trabalho do Heriberto. Ele marca muito e sabe destruir as jogadas adversárias. Com isso, o Renato, o Serginho, o Paulo César e o Zé Sérgio ficam muito mais à vontade. Eu e o Heriberto somos de marcação, liberando os companheiros. Alguém tem que fazer essa função e queremos fazê-la muito bem”. O zagueiro Oscar, afirma que a presença de Almir na frente da zaga provoca maior segurança: “Com isso os laterais podem descer mais, eu ou o Dario Pereira podemos atacar quando sentimos condições para agir assim e a defesa nunca está desguarnecida, o Almir está lá”. “Na Seleção do Brasil, o Batista faz essa função e tanto o Edevaldo como o Júnior avançam sempre. Eu vou a frente e o próprio Luisinho. Para fazer esse trabalho o jogador deve ter a cabeça fria, nunca entusiasmar-se em demasia e durante todo o tempo deve ficar no seu lugar e cumprindo a sua parte”. “Destaco a atuação do Almir. As coisas vão muito bem para o São Paulo e quando um time sofre gols e consegue vencer os jogos é porque tudo está dando certo. Os jogadores estão conscientes de que o título brasileiro não está tão longe e com jogadores aplicados como Almir, fica mais fácil alcançá-lo”.
Posted on: Sat, 26 Oct 2013 01:48:13 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015