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NOSSO TRIBUNAL OU NOSSO ALGOZ? Por Coordenação Geral em 21/08/2013 Fala Coordenador Site SINDJUSTIÇA-RJ sindjustica.org.br/fala_coordenador/ Nosso Tribunal ou nosso algoz? Na tarde desta terça, 20, quando seria votado o projeto do nosso reajuste, servidores de várias partes do Estado se reuniram e subiram diversos andares do Fórum Central. Foram tentar resgatar daqueles colegas um pouco do brio e da coragem que se perderam com o tempo, chamando-os para, juntos, lutarmos por um reajuste que seja, no mínimo, a reposição da inflação. Eles não pediam aos colegas para lutar por ganho real, por benefícios extras, por benesses. Mas simplesmente pela reposição da inflação. Aquilo que a Constituição manda e o Tribunal faz de conta que não vê. O mesmo Tribunal que adora alardear que é o melhor do Brasil, mas tem sido o algoz dos seus servidores. O mesmo Tribunal que adora alardear suas estatísticas de mediação e acordos, mas que se recusa a sentar e conversar com a categoria, de quem tenta roubar o escrivão, a lotação, o estatuto, o reajuste e a dignidade. Um tribunal que, ao divulgar estatísticas de mediação, deveria colocar a mão na consciência e pensar: que moral eu tenho para falar em mediação, se não ouço a categoria, se não cumpro a Constituição, se não reponho pelo menos a inflação para quem faz esta Casa funcionar? Um tribunal que é a personificação do “faça o que eu falo, não faça o que eu faço”. Vergonhosamente. Estamos lutando junto à Alerj para tentar um índice decente de reposição salarial. Um índice que simplesmente cumpra a Constituição e é uma enorme batalha para isso, porque o Tribunal de Justiça não faz justiça. Vejam só a ironia: termos de nos socorrer de deputados para corrigirmos injustiças praticadas pelo Tribunal de Justiça, quando, em qualquer Estado normal, o Tribunal de Justiça é quem corrige injustiças. O que leva um tribunal a agir desta forma? O que ganha uma presidente ao tentar impor ao quadro de servidores um reajuste abaixo da inflação? Que tipo de prazer pode ter algum assessor despreparado ao se achar vencedor de uma batalha em que impôs a pais e mães de família um percentual que os fará perder a capacidade de compra para manter a sua família, enquanto ele, mesmo como mero assessor, ganha 50, 60 mil reais por mês? E não adianta falarmos em contas e números, fartamente demonstrados. Eles lêem, mas não entendem. Então gritam. E ameaçam. Outro dia lemos um comentário que dizia que discutir com certo grupo de pessoas é como jogar xadrez com pombos. Eles não vão conseguir te vencer, então vão derrubar tudo e ainda sair com o peito estufado. Vergonhosamente, tem sido assim com a Administração do Tribunal. Eles não têm uma explicação para este reajuste vergonhoso, único do Estado abaixo da inflação. Então ameaçam e gritam e se escondem. Vergonhosamente. Tentamos ontem falar com um representante da Administração. Mas ele não pode falar. Nunca pode. E alguém da categoria poderia pensar em dizer o óbvio à Presidente: “A senhora está descumprindo a Constituição. As mulheres deste Tribunal estão se sentindo envergonhadas por esta gestão que a senhora representa, da qual se esperava diálogo e justiça. Quando finalmente uma mulher chega ao poder nesta Casa, o resultado é desastroso. E aí? Quem ficará com esse ônus? Quem consertará essa imagem?” Não há como. Essa é a presidente mais inacessível de que se tem notícia. E não estamos falando dentre presidentes do Tribunal de Justiça. Provavelmente, conseguir uma audiência com a Dilma deve ser mais fácil. Ou com a Angela Merkel. Porque a do TJ não recebe servidor, não fala com servidor e, é claro, não ouve servidor. Talvez tenhamos de sair da órbita do argumento e da tentativa de diálogo e partirmos pra órbita psicológica, para tentarmos descobrir de onde saiu um conjunto de magistrados tão despreparados para administrar um dos maiores tribunais do país. Como pode alguém liderar alguma coisa sem diálogo? Sem preparo? Sem explicações? Em que curva da historia meia dúzia de juízes que chegaram ao comando deste tribunal passaram a se achar acima de tudo e de todos? Será que nasceram magistrados? Nunca fizeram concurso? Nunca disputaram uma vaga acirrada? Nenhum deles foi servidor antes para saber como as coisas são no andar de baixo, tão diferentes dos suntuosos salões que freqüentam no dia a dia, regados com seus sucos, chás e cafezinhos servidos por garçons que, de tantos, batem cabeça nos corredores, impecáveis em suas becas brancas, pagos regiamente pelo dinheiro que deveria ser investido em uma justiça de qualidade? Será que nunca pensaram que seus elevadores privativos e restaurantes privativos os isolam da categoria, do povo e da realidade? Como podem saber o prejuízo que nos causa um reajuste abaixo da inflação enquanto estiverem em suas redomas de mármore da segunda instância? Como magistrados se importarão com o servidor que está atolado de processos, cercado de estagiários e em condições vergonhosas de trabalho, se esses magistrados sequer aparecem nos cartórios e quando vão é para fiscalizar e punir os servidores? Será que nenhum magistrado desse tribunal um dia não teve que pagar contas no final do mês, nunca lutou contra a inflação, não viu seu salário corroer em planos econômicos e governos desastrados? Não sabem o que a inflação traz pras famílias que têm seus vencimentos rebaixados? Se não sabem, onde viviam até então? nasceram magistrados? O que houve com a Administração deste tribunal para achar desnecessário ouvir a categoria? Será que precisaremos que os magistrados voltem a ganhar salários de fome, para darem valor a um reajuste decente? Será que quando os magistrados ganhavam vinte vezes menos do que hoje, e faziam parte do povo, eles achavam justo impor à categoria um reajuste abaixo da inflação? Orçamento tem. Falta vontade. Falta humildade. Falta consciência. Falta vontade de quem um dia já foi cidadão comum e hoje se acha de uma estirpe diferenciada, onde a inflação, pelo visto, não chega. E a maior prova de que tem orçamento é que eles tentaram aprovar o auxílio moradia deles, ao custo de quase um bilhão de reais. E tem servidor achando que o sindicato tem que deixar os magistrados ganharem o auxílio moradia em paz. Gente que simplesmente repete o discurso que ouve dos chefes. Sem pensar. Como se isso fosse fazer sobrar recursos para nós. Se sem o pagamento do auxílio moradia, o argumento da Administração é que não tem orçamento para dar um reajuste decente, como haveria orçamento se tivessem pago esta pequena fortuna para 800 magistrados sortudos? Quanto acham que seria o índice proposto para a categoria se um bilhão de reais do orçamento tivessem sido gastos para os magistrados pagarem aluguel porque ganham pouco? 1%? 1,5%? Quando vamos recuperar a nossa auto estima, como servidores e como cidadãos? Isso aqui não é uma Corte do Séc. XVI. Não temos de viver de brioches. Estamos num país democrático, em que os recursos públicos têm que ser gastos com respeito, justiça e dignidade. E deixar que 800 magistrados, que já ganham uma pequena fortuna, recebam de auxílio moradia mais do que os servidores ganham de remuneração não é respeitoso, nem justo, nem digno. Cabe a nós lutarmos contra tudo isso. Acima de tudo por uma questão de sobrevivência. São seis anos com reajustes abaixo da inflação. Se continuarmos calados, o salário mínimo nos alcançará em breve. Aí será tarde para chorar. Ou deixamos a apatia e a covardia de lado, ou estaremos, como categoria, extintos, junto com o diálogo desta Administração.
Posted on: Thu, 22 Aug 2013 23:26:22 +0000

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