Na boca do Tubarão Revista Carta Capital - 15/07/2013 Eike - TopicsExpress



          

Na boca do Tubarão Revista Carta Capital - 15/07/2013 Eike Batista é tragado pelas sucessivas revsõcs para baixo da produção de seus poços ce petróleo POR SAMAKTHA MAIA Ele logrou o posto de o mais admirado entre os seus pares. Foi apontado como emblema do sucesso dos países emergentes na ordem internacional pós-crise de 2008. Foi visto em Brasília como um raro exemplo de empreendedor brasi­leiro disposto a assumir riscos em pro­jetos estratégicos para o País. Subiu fei­to um rojão na lista dos maiores bilionários do planeta. Virou best seller da li­teratura de negócios. E, de súbito, EikeBatista entrou em parafuso como um avião sem combustível. Nas últimas se­manas, o empresário corre contra o re­lógio em busca de mais capital, sócios e uma saída para os seus vários negócios. O até outro dia homem mais rico do Brasil viu a sua fortuna e credibilidade despencarem à medida que avançava a campanha exploratória da empresa de petróleo do grupo, a OGX. Muito aquém das projeções, a produção pífia respin­gou em todo o Grupo EBX, que recente­mente vendeu a mineradora MMX pa­ra fazer caixa. A ideia é recompor a con­fiança do mercado para garantir o paga­mento das dividas e o financiamento de projetos a partir de um plano de reestruturação com o BTG Pactuai. A turbulência derrubou a fortuna de Eike de estimados 35 bilhões de dó­lares para 3 bilhões, segundo a agência Bloomberg. As ações da OGX, por sua vez, o epicentro da crise do grupo, que em outubro de 2010 chegaram a 23,27 reais, na quinta-feira 11 eram negocia­das por 63 centavos. As desconfianças sobre o desempe­nho da petrolífera começaram em 2011. Aquela altura, os primeiros resultados do campo de Tubarão Azul vieram abaixo do esperado. A produção de 5 mil bar­ris diários podia ser razoável, mas era bem inferior à expectativa de 15 mil a 20 mil barris alardeada anteriormente pela própria empresa. A partir daí, os analistas mais experien­tes ficaram ressabiados. Alguns buscaram outras fontes que explicassem as dificul­dades da exploração. "Concluímos que as possíveis reservas naquela área eram em geral pequenas. E a produtividade não só variava muito como declinava rapida­mente. As duas teses se confirmaram", diz Marcus Sequeira, do Deutsche Bank. A previsão da instituição para as ações é de 10centavos. E a recomendação é de venda. O estopim da fase aguda da crise foi na segunda-feira 1° de julho. Nesse dia a OGX informou que os poços de Tubarão Azul não possuem viabilidade comer­cial. E pior: não existiria tecnologia ca­paz de viabilizar sua produção. Os po­ços podem cessar de produzir ao longo de 2014 e a companhia descartou as pro­jeções anteriormente divulgadas. A notícia atingiu os investidores que apostaram no modelo agressivo da com­panhia. Em 2010,ano de anúncios recor­rentes de descobertas nos poços da OGX, a meta era produzir em 12 anos o que a Petrobras levou 46 para alcançar: 1,4 mi­lhão de barris por dia. Prejuízo. Mezzomo foi um dos milhares de investodores a perder dinheiro O excesso de otimismo foi a marca de Eike e da diretoria à frente das empresas para alavancar recursos. Enquanto o empresário chamava seus ativos de "dádiva de Deus", apenas com o BNDES o Grupo EBX conseguia 10,4 bilhões de reais em empréstimos para financiar seus projetos. Bancos privados seguiram a mesma trilha, confiantes nos planos apresentados. Segundo Luiz Francisco Caetano, da corretora Planner, aos poucos os analis­tas perceberam que a empresa enfatizava cada descoberta com certo exagero e passaram a dar menos valor aos anún­cios. "A confiança na OGX nasceu de um sentimento geral de que os projetas eram bons e de que existiam condições no País para o seu desenvolvimento ". Mas ago­ra considera que o mercado não estava acostumado a lidar com empresas em fase pré-operacional. "Estamos sempre avaliando novos projetos, onde há riscos, mas as empresas do Grupo EBX foram as primeiras sem nenhuma produção." Acionistas minoritários consideram que a postura "megaotimista" de Eike trouxe uma falsa compreensão dos ris­cos. Das dezenas de milhares de acionis­tas prejudicados, diversos grupes se orga­nizam para questionar a lega1idade da di­vulgação dessas projeções tão distantes da realidade, algo a ser avaliado pela Comis­são de Valores Mobiliários (CVM). Lide­rada pelo advogado Adriano Mezzomo, a União de Acionistas Minoritários do Gru­po EBX (Unax) estuda medidas judiciais e administrativas para o bloqueio de bens de Eike, Na quarta-feira 10, outro investidor individual tomou a iniciativa. "Queremos entender por que havia tão elevada expec­tativa e de repente uma reversão tão acen­tuada. Há poucos meses, a empresa ainda divulgava informações muito positivas", diz Mezzomo, também acionista, que pre­fere não revelar o seu prejuízo com a OGX. Em junho, antes de a OGX comunicar o fim da campanha exploratória do seu principal campo, Eike reduziu a partici­pação na empresa, de 58,9% para 57,2%, com a venda de 75,4 milhões de reais em ações. Desde a venda, o valor dos papéis caiu 58%.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 14:14:21 +0000

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