"Na carta, ZH refere-se a si mesma como “mídia livre”, fala - TopicsExpress



          

"Na carta, ZH refere-se a si mesma como “mídia livre”, fala em tentativas de “calar a imprensa”, admite que “acertamos e erramos” e garante que é alvo apenas de “grupos que defendem abertamente o uso de métodos violentos de protesto, como incendiar veículos e vandalizar prédios” e que “uma minoria violenta e radical ameaça invadir nosso local de trabalho”. Não fala, porém, das raízes dessa negação ao tipo de jornalismo feito pelo Grupo RBS, não diz que em nenhum momento qualquer manifestação chegou sequer próxima de “calar a imprensa”, não admite que seus “erros” favorecem sempre o mesmo lado, esconde o fato de que não apenas os “grupos que defendem métodos violentos” entendem que os protestos devem incluir a pauta do monopólio midiático (e como consequência o repúdio ao Grupo RBS), e, por fim, parece esquecer-se que não houve qualquer ameaça de “invasão ao local de trabalho”, já que a Brigada Militar esteve em todas as últimas manifestações impedindo que as caminhadas sequer se aproximassem da sede do Grupo. O jornal Zero Hora apresentou uma carta em defesa própria e não teve a dignidade de fazer uma análise das causas que levam à rejeição que enfrenta. É claro que não falou sobre a rejeição ao controle da mídia gaúcha por um conglomerado empresarial, assim como não falou sobre a rejeição à linha editorial e à cobertura criminalizadora e despolitizada (e despolitizante) de toda e qualquer ação de movimentos sociais. Falou apenas de uma suposta rejeição à “liberdade de imprensa”... Apesar das claras razões que levam ao repúdio dos manifestantes ao Grupo RBS, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul e a Federação Nacional de Jornais fizeram coro com a Sociedade Interamericana de Imprensa e saíram em defesa do Grupo, embora afirmem sair em defesa dos jornalistas. Embarcaram – pensadamente ou de forma ingênua? – no discurso do conglomerado empresarial de que há uma ameaça contra a liberdade de imprensa e contra os jornalistas, quando se sabe que a questão toda pouco tem a ver com os funcionários do Grupo ou com tentativas de cercear a liberdade de expressão, e muito tem a ver com um modelo midiático autoritário, sem qualquer apreço à democracia. Esse autoritarismo se expressa tanto de forma externa, com coberturas desviadas e que procuram impor pautas, quanto de forma interna, e o próprio manifesto é exemplo disso, construído e apoiado em uma dinâmica que obviamente cria constrangimentos a quem dele quiser discordar."
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 00:47:15 +0000

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