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Novos documentos afirmam que Exército usou napalm no Araguaia Relatório de 1972 diz terem ocorrido, pelo menos, três bombardeios Comentar Enviar Imprimir André de Souza, Evandro Éboli e Juliana Dal Piva (Email · Facebook · Twitter) Publicado: 9/05/13 - 13h00 Atualizado: 9/05/13 - 21h51 Claudio Fonteles, coordenador da Comissão Nacional da Verdade Brasília Foto: O GLOBO Claudio Fonteles, coordenador da Comissão Nacional da Verdade Brasília O GLOBO BRASÍLIA e RIO - Relatórios da Comissão Nacional da Verdade divulgados nesta quinta-feira atestam que o Estado usou força desproporcional na ação militar de repressão à Guerrilha do Araguaia. Para a comissão, o Estado promoveu uma “eliminação sumária e total” dos militantes do PCdoB, que dispunham de armamentos obsoletos para o confronto. De acordo com um relatório feito em novembro de 1972 pelo tenente-coronel Flarys Guedes Henriques de Araújo, em pelo menos três bombardeios da Guerrilha, o Exército fez uso de napalm. “As missões pretendidas pelo CMP aqui mencionadas no item 1 foram executadas no decorrer das operações; há a acrescentar àquele repertório o bombardeio de três áreas com bombas napalm e de emprego geral”, informa o relatório. Veja também Galeria A resistência à ditadura vista pelas lentes da repressão Governo paga US$ 1,3 milhão a vítimas de Guerrilha do Araguaia Mais um militar é denunciado por desaparecimento de guerrilheiro Secretaria de Segurança Pública vai investigar invasão da sede do Grupo Tortura Nunca Mais ‘Guerrilha do Araguaia é uma ferida ainda não cicatrizada’ — Há a comprovação do uso de napalm em três operações. Uma coisa terrível — afirmou o conselheiro da Comissão Verdade Cláudio Fonteles, autor dos trabalhos divulgados ontem. Segundo Fonteles, os relatórios militares apontam que, de um lado, havia 2.453 soldados contra apenas 57 opositores do regime militar. Os números são de 1972, ano da maior repressão na região. “Está cristalino que as forças de repressão do Estado, diante do acanhado grupo de opositores políticos, adotou postura de eliminação dessas pessoas. A brutalidade estampada na gritante desproporção de forças e o tratamento deferido aos opositores — eliminação sumária ou aprisionamento ao completo arreio do sistema legal — marcam o desatino do Estado ditatorial militar", afirma Fonteles, em suas conclusões. Os relatórios do conselheiro se embasaram em documentos do general Antônio Bandeira, que chefiou as tropas do Exército no Araguaia, no comando da 3ª Brigada de Infantaria. Bandeira classificava as manobras militares na região como “exercício de adestramento” da tropa e admitia que os guerrilheiros eram mal aparelhados. O oficial afirmou num de seus relatórios secretos: “Os terroristas utilizavam armas obsoletas e sofriam grande carência de munição. Sua instrução de tiro era levada a efeito sem gasto de munição, por economia”. Os documentos do general detalham a eliminação dos guerrilheiros, com data e local de suas mortes. São os casos dos militantes Bergson Gurjão, Maria Lúcia Petit, Kleber Lemos da Silva, Dower Morais Cavalcanti, Luzia Reis Ribeiro e Dagoberto Alves da Costa. Outro texto de Fonteles divulgado ontem trata da atuação da Marinha em manobras conjuntas com o Exército no Araguaia. Nesse texto, as ações dos militares são tratadas como “operação limpeza” na área. Nos relatos oficiais há um capítulo, chamado Sepultamento, em que os militares destacam que “mortos inimigos serão sepultados na selva, após identificação”. Outro trecho diz que, antes dos enterros, eram feitas fotografias e colhidas impressões digitais das vítimas. Em outro relatório, baseado em documentos produzidos pelo Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), Fonteles concluiu que os desaparecidos políticos Fernando Santa Cruz de Oliveira e Eduardo Collier foram presos por agentes da Aeronáutica, torturados e mortos. Os dois eram militantes do Ação Popular Marxista-Leninista (AMPL), e desapareceram em 23 de fevereiro de 1974, em Copacabana, no Rio. Até agora, acreditava-se que eles tinham sido presos por agentes do DOI-Codi do Rio. Segundo Fonteles, o governo militar engendrou uma versão mentirosa e passou informações falsas à Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o que havia acontecido com os dois. Leia mais sobre esse assunto em oglobo.globo/pais/novos-documentos-afirmam-que-exercito-usou-napalm-no-araguaia-8342090#ixzz2ZIYkEvBK © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. GENERAL ARAPONGA, CALA SUA BOCA
Posted on: Wed, 17 Jul 2013 10:44:20 +0000

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