NÃO PODEMOS FUGIR DE NÓS MESMOS Às vezes, ocorre-nos pensar em - TopicsExpress



          

NÃO PODEMOS FUGIR DE NÓS MESMOS Às vezes, ocorre-nos pensar em como tudo seria diferente se pudéssemos retroceder no tempo. Se nos fosse possível apagar o passado e recomeçar com ficha limpa. Certamente, não cometeríamos os mesmos erros, não perderíamos as oportunidades que deixamos escapar, não seríamos tão estúpidos, não daríamos tantas cabeçadas. Quando a vida nos oprime, e nossos problemas parecem insolúveis, somos tentados a imaginar soluções fantásticas, como ganhar na loteria, ou, ainda mais improvável, apagar o passado — nossas fraquezas, nossas mancadas, nossas tolices. Buscamos fugir do que somos, na esperança de que nossa vida então se transforme: mudamos de cidade, de trabalho, de amigos, de amores, para afinal percebemos com melancolia que nada mudou realmente. Agimos como nos fosse possível aliviar uma dor de dentes simplesmente mudando o penteado ou excursionando pela Europa... A questão é que, onde quer que estejamos, sejam quais forem as circunstâncias, não podemos fugir de nós mesmos. No Brasil ou no Japão, na Terra ou na Lua, somos invariavelmente aquilo que somos, e carregamos para todo lado nossa bagagem de fraquezas, medos e defeitos; nossa maneira teimosa e, às vezes, equivocada de encarar a vida. Demoramos a entender que a solução de nossos pequenos dramas não consiste em mudarmos nossa aparência ou a paisagem à nossa volta, mas em nos transformarmos por dentro. O mundo externo é o mesmo para todos, vencedores e fracassados. Se alguma diferença existe, ela está, por certo, no interior de cada um. O que nos torna felizes ou infelizes, capazes ou impotentes, é o grau de disposição íntima que tenhamos para enfrentar a vida. Sem medo, sem fugas, sem mágicas nem fantasias — e, sobretudo, sem transferir a ninguém a responsabilidade, apenas nossa, de modificar nosso destino.
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 02:06:38 +0000

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