Não dá para um leigo discutir se foram corretas ou não as prisões, que pareciam mais um programa medíocre do tipo Big Brother Brasil. Os juristas de renome já estão falando sobre o assunto, melhor ler seus artigos ou entrevistas. Mas de uma coisa não tenho dúvidas: porque as mais elevadas autoridades do judiciário brasileiro somente se debruçaram sobre este assunto e deixam de lado casos muito mais escabrosos. Notórios criminosos, como Daniel Dantas, condenado a 10 anos pelos crimes no mercado financeiro, por montar uma quadrilha para chantagear concorrentes nas privatizações e tendo contra ele um filme no qual um de seus funcionários tentava subornar um delegado da polícia federal, estão soltos e continuam atuando no submundo. Juízes do supremo libertaram da cadeia ou impediram a prisão de criminosos perigosos, como o assassino confesso da freira Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales. O caso é ainda mais asqueroso, porque o STF resolveu simplesmente anular o julgamento do mandante do crime, o latifundiário Vitalmiro Bastos de Moura. Gente da pior espécie, como Roger Abdelmassih, Salvatore Cacciola, Antério e Norberto Mânica (mandantes da chacina de Unaí), todos riquíssimos foram beneficiados pelo STF. Os autores das benesses a esses criminosos sempre são Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello. Enquanto isso outros casos muito mais lesivos ao país continuam sem investigação, muitos deles já prescreveram ou vão prescrever em breve. O mais sintomático é a compra de votos para a reeleição de FHC. Há provas de compras de deputados e senadores, sabe-se o valor (R$ 200 mil, na época o que hoje corresponde a uma fortuna), testemunhas foram encontradas e confessaram que venderam votos. O caso foi engavetado e FHC é tratado pela ilibada mídia nacional como um herói da honestidade. Pois é, tão honesto que participou da caixinha de propinas recebidas por autoridades brasileiras, para entregar as empresas estatais privatizadas a um preço muito menor do que o de mercado, para seus amigos. Como parece que há uma justiça divina, o coordenador da caixinha, Sérgio Mota, que era ministro das comunicações, morreu e seus comparsas não tiveram mais acesso a uma das contas abertas na Suíça, para esconder a dinheirama. Parte da grana acabou nos bolsos de um bando de aventureiros brasileiros, com base em Miami, graças às artimanhas de um advogado norte-americano que participou da lavagem do dinheiro. Também há o mensalão do PSDB mineiro, onde o esquema de Marcos Valério foi inventado e aperfeiçoado. Existem provas, testemunhas, mas Joaquim Barbosa se “esqueceu” do caso, que vai prescrever em cerca de 150 dias. O metrolhão de São Paulo já opera há mais de 10 anos. O Ministério Público paulista já havia recebido inúmeras denuncias, mas o caso só andou porque a justiça suíça começou a investigar o caso, o que forçou a abertura de investigações na Alemanha e França. A investigação internacional obrigou a justiça brasileira a se mover, como se sabe, bem lentamente, no padrão do procurador de São Paulo, Rodrigo de Grandis, que colocou o pedido de investigação da justiça suíça em uma pasta errada. Bom, nem minha avó acreditaria nisso. Agora estoura o caso dos fiscais do ISS em na capital paulista. A quadrilha opera há mais de 10 anos, nos governos do PSDB, DEM e PSD, envolvendo, segundo as confissões até o gabinete dos prefeitos destes partidos. Denúncias já haviam sido feitas e engavetadas, precisou Haddad entrar na prefeitura, para desmontar a máquina de subornos. Só estes dois últimos casos somam mais de um bilhão de reais, uma verdadeira fortuna. Junto com as privatizações (caso que pegou até mesmo um ministro confessando falcatruas) e outros crimes, mostra que a trinca PSDB, DEM e PPS no governo significam uma política deliberada de roubo ao patrimônio nacional e de achaque aos cidadãos. Porém nada disso interessa à justiça brasileira. Então dizer que o Brasil mudou, porque alguns petistas foram presos é falácia e imoralidade de quem diz isso.
Posted on: Sun, 17 Nov 2013 21:01:02 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015