Não posso pedir para o amor parar de gritar! Tampouco retirar os - TopicsExpress



          

Não posso pedir para o amor parar de gritar! Tampouco retirar os esparadrapos que cobrem todas as feridas contraídas - nas recaídas pouco lúcidas - carne pútrida; onde acharás semelhante? O céu caiu agora a pouco rente aos meus pés - daria tudo - para convertê-lo em sementes que gerariam no teu ventre - nossos filhos Deuses. Agora, todo século é muito pouco, todo este amor é tão louco; E eu não consigo mais parar de pensar - você trava minha memória, destrava minha história - resgata o pedaço de sonho guardado nos dias de glória; Sim! Naqueles dias onde você caminhava por mim, como se fosses dona de cada grão das areias vastas dum deserto qualquer. Na verdade, para mim, você é o próprio deserto - buscando numa forma feminina - refrear todas as expectativas de sedentos homens que colhem miragens nestes teus arcanjos olhos. Não consigo mais achar a carta adequada - no tarot - para descrevê-la, não consigo poetizar qualquer que seja a estrela, não consigo mais não ranger os dentes de saudade; Anjo vestido de vontade, sem pele, sem asas, ajoelhado nas trapaças daqueles beijos comparsas que trocávamos. Adiante, há dúvidas e um futuro muito incerto, decerto, prepara-me emergentes dias de intranquilidade! Já não basta todos as incalculáveis lágrimas que caem como contas de rosário. Já não basta o teu perfume nas roupas preenchendo o vazio do armário. Já não basta sentir dor. Os muros nos separam e eu aparo o amparo que protege de maneira false e mentirosa os meus gritos; Sinto falta dos teus gemidos. Da tua voz singela ao meu ouvido, recitando liras e dando sentido - à estrada que sigo, mesmo fantasma sendo ao me ver tremido, nas fotos que o espelho havia escolhido, enquanto tomávamos banho juntos. Nossas mãos desistiam da ideia do abandono - o meu sono, queria converter a noite no décimo nono desejo que guardo nas setes chaves perdidas no teu cabelo; Agora, resta-me o desvelo, tão belo quanto o almejo, que tatuado no meu espírito - deseja-te o desespero de não mais me encontrar, quando o tempo não mais for o teu par. Vitor Clímaco de Melo - 23-08-13 - Não posso parar o amor.
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 22:20:44 +0000

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