O ADEUS DE DOMINGUINHOS O adeus de Dominguinhos Deixa a música - TopicsExpress



          

O ADEUS DE DOMINGUINHOS O adeus de Dominguinhos Deixa a música enlutada, O Nordeste entristecido, Uma sanfona calada. O forró e o baião Do seu mestre Gonzagão, Na sua espontaneidade, Silenciam nesse instante, Para que o Nordeste cante A nota dó da saudade. Como ave migratória, Dominguinhos fez seu voo, Porque foi chamado agora Para no céu fazer show. Na terra, seu nome honrado Vai permanecer ao lado Desses gênios imortais. Com os seus talentos plenos, É um artista de menos Que deixou arte demais. Garanhuns em Pernambuco Lamenta o filho querido. Nas artes, fica um espaço Que não será preenchido. Pois tombou uma coluna Deixando imensa lacuna Que não tem compensação. Dominguinhos hoje dorme Deixando uma falta enorme, Como deixou Gonzagão. Se foi do Rei do Baião Verdadeiro seguidor, Quem será de Dominguinhos, Agora, seu sucessor? É difícil responder, Pois não é fácil nascer Gonzagãos e Osvaldinhos E Nocas, reis do teclado, E o monstro consagrado Como foi o Dominguinhos. Nordestino de primeira, Dominguinhos foi artista Completo em sua carreira, Seja como instrumentista, Como letrista e cantor, Além de compositor, Fez de tudo em sua arte. Por isso seu nome é Um nome que está de pé No Brasil em toda parte. Ainda quando menino Já recebeu a missão De ser herdeiro do trono Do mestre Rei do Baião. E deu conta do recado, Com talento e com cuidado, Com competência e com brio. Mas, ao desaparecer, É lamentável dizer: O trono fica vazio. Fica uma sanfona triste, Por Dominguinhos chorando. Cada tecla, cada baixo Os seus dedos reclamando. Fica o povo nordestino Perguntando: “Que destino Terá o forró agora?” Fica uma certeza só: Que o melhor do forró, Com seu dono foi embora. Sua voz leve e simpática, O seu jeito de cantar, Sua alegria constante Para se comunicar; A sua simplicidade, Mesmo na grande cidade, Não escondia o retrato De quem se urbanizou Mas nunca a ninguém negou Que nasceu foi lá no mato. Foi dessas suas origens, Iguais às de Gonzagão, Que o mestre Dominguinhos Buscou tanta inspiração Para cantar o Nordeste E, sendo um cabra da peste, Desde os tempos de calouro, A sanfona na bagagem, Construiu a sua imagem Usando um chapéu de couro. Ganhou várias honrarias, Todas bem merecedoras. Seiscentas composições Nas melhores gravadoras. Fez sucesso em cada canto, Sua sanfona e seu canto Alegrou já muita gente, Pois na melhor tradição Fez forró e fez baião Puro, alegre e envolvente. “Isso aqui tá bom demais”, “À procura de forró”, “Meu Garanhuns”, “Meu pião”, “Eu me lembro”, “Maceió” São canções de Dominguinhos, São retalhos, pedacinhos Do sertão onde nasceu Esse artista momumento. Seu desaparecimento Muita coisa emudeceu. Dominguinhos da sanfona, Dominginhos gente boa, Pelo mestre Gonzagão Não foi escolhido à toa. E foi você, Dominguinhos, Quem mais abriu os caminhos, Depois do Rei do Baião, Pra que a canção verdadeira Nordestina brasileira Tenha continuação. E vai sim continuar Porque enquanto existir Uma sanfona por perto, Por certo alguém vai pedir Que toque um xote ou xaxado Por Dominguinhos gravado Com voz ou solo somente. Dominguinhos vai viver Por onde prevalecer O bom gosto eternamente. Enquanto o Papa Francisco Visita o nosso país, Dominguinhos dá adeus, Assim como alguém que diz: “Obrigado, Santidade, Mas a Sua Majestade Gonzaga Rei do Baião Está me chamando urgente Pra compormos novamente Forró com muita emoção”. E vai ser forró demais, Pra nunca mais acabar. A corte celeste vai Nesse momento parar Para assistir, abismada, Muita sanfona tocada Nesse grandioso show. No céu não vai haver prantos, Enquanto Djalma Santos Já chega fazendo um gol. José Domingos Morais, O Dominguinhos de guerra, Deixou um grande tesouro Na passagem pela terra. Com os dedos na safona Conseguiu trazer à tona, Do fundo do coração, Muita nota de alegria Que até hoje contagia A cidade e o sertão. (Pedro Paulo Paulino) Conheça também nosso blog: vilacamposonline.blogspot.br/
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 20:03:04 +0000

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