"O Compasso" - Vem ali o compasso! Que dia é hoje? Andaram - TopicsExpress



          

"O Compasso" - Vem ali o compasso! Que dia é hoje? Andaram terras fora, terras dentro, com bandeiras, bandeiretas e chusmas de gentes e de gentinhas lambendo-lhes as botas, as mãos e os tachos talvez prováveis. Pararam aqui, ali e em quase todos os sítios onde, habitualmente, não param nunca. Distribuíram sorrisos difíceis e perguntaram por coisas que não queriam saber. - Vem ali o compasso! Que dia é hoje? Não era Páscoa nacional nem pascoela de ninguém, mas eles tresandavam a cristos ressuscitados alguns, noviços ensinados, os outros, de fornadas novas. Uns andavam sozinhos a sério, outros andavam sozinhos em faz-de-conta, outros tinham a companhia obrigatória do playback partidário. Chamavam-se Mários, Joaquins e outros nomes. Foram o folclore repetitivo e barulhento de um Portugal rendido aos pimbas da moda e aos ridículos costumes da campanha. - Vem ali o compasso! Que dia é hoje? Andaram terras fora, terras dentro, com lições estudadas, promessas inflamadas e com chusmas de gentes e de gentinhas abanando-lhes o rabinho pronto uns, fugindo deles os outros. O povo foi votar. E votou nos Mários, nos Joaquins e noutros nomes semelhantes que ouviram, mas, afinal, quem ganhou as eleições foi o partido do Mário, o partido do Joaquim e o partido de outros nomes semelhantes. Estava tudo previsto, parece. Vai cair o “carmo e a trindade”, afiançam alguns. “Lá vai o coelho”, futuram outros. Mas não, nada disso. Talvez quando vier o compasso, digo eu. O povo votou - o que votou - e o resultado foi o que foi. Consequências? Para quem? Para as Câmaras? Para as Juntas de Freguesia? O resultado destas eleições (autárquicas) nunca poderia ser motivo para demitir um governo já que o resultado das legislativas nunca permitiu demitir qualquer presidente de câmara. Votou-se, pronto. No entanto fica sempre a impressão de que as votações são todas iguais e que é quase impossível fugir aos candidatos tentaculares das máquinas partidárias que chamam para si todas as vitórias mesmo as que não lhes pertencem. - Vinha ali o compasso! Que dia era ontem? O povo foi votar. Ganharam os partidos. Mas houve excepções, dizem. Nelson Ferraz, in jornal “Maia Hoje”, 04/10/2013
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 22:06:18 +0000

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