«O Homem da Raquete » A EN17 - Estada da Beira - está em remodelação, com trânsito condicionado. Hoje calhou-me ser o primeiro da fila, parei mesmo ao pé do homem da "raquete". Meti conversa para saber do andamento das obras mas apercebi-me que não me tinha entendido - era estrangeiro. Pergunta imediata: - De onde é você? - Soy español. Aquí son todos españoles. No hay trabajo en España, hay que venir a Portugal, a trabajar. Aquele homem lembrou-me um vizinho meu, trabalhador orgulhoso numa empresa com sede na zona e âmbito nacional, que fazia exactamente o mesmo tipo de trabalho: empreitadas, estradas, asfaltagens. Ainda recordo quando andou a pôr o "tapete" novo à minha porta e me veio dizer que tinha sido ele a fazer o trabalho, era o encarregado da obra. A empresa, com a crise e a falta de trabalho, reduziu o pessoal e este homem ficou desempregado. Vazio, sem ânimo, sem coragem para enfrentar o futuro incerto, um dia de Setembro decidiu-se: atou a corda ao pescoço e deixou viúva e dois filhos ainda em formação... E eu perguntou-me como é que uma empresa local não consegue competir com uma empresa de Madrid, que desloca pessoal e equipamento pesado e paga melhor ao homem da raquete do que a primeira pagaria a um dos seus encarregado. Não sou contra a livre concorrência, mas não se pode concorrer em pé de igualdade em ambientes fiscais muito diferentes. É esse, aliás, um dos problemas do euro e aquilo que o levará, inexoravelmente, à extinção: não se pode ter uma moeda comum sem uma política fiscal comum. A realidade está aí a demonstrá-lo à saciedade e só não vê quem não quer... ou quem não lhe interessa ver. noticiasaominuto/economia/82041/emprego-em-portugal-cai-52#.UbuWnue1HSd
Posted on: Fri, 14 Jun 2013 22:57:40 +0000
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