O PSB se descola do PT, o fato novo Creio que o fato político - TopicsExpress



          

O PSB se descola do PT, o fato novo Creio que o fato político mais importante de 2013 é o descolamento do PSB do PT. É o fato novo, penso, com implicações estratégicas que vão para além do pleito presidencial de 2014. Ao meu ver, este fato é mais importante do que a filiação de Marina. Sua entrada provisória no PSB só reforça o distanciamento dos socialistas em relação ao petismo. Os atritos entre PSB e PT são anterioriores a candidatura de Campos à Presidência, muito visíveis no pleito de 2012. Eles resultam do crescimento do PSB e da postura hegemonista do PT em pretender ser a força única e incontestável da esquerda brasileira e de sua visão instrumental das alianças, muito parecida com o stalinismo dos anos 30. Os golpes do PT contra Marina e a Rede, bem como contra Campos e o PSB, empurram para um descolamento cada vez maior das duas agremiações da órbita do PT, com desdobramentos sérios para o pleito de 2014. Qual seja, num segundo turno, caso este bloco fique de fora, o mais provável é que não se alinhem ao lulopetismo, ou ficando neutro ou se aliando ao PSDB. Qualquer que seja o resultado de 2014, tudo indica que estamos assistindo um novo realinhamento de forças. Se o governo de Itamar Franco apontava para uma saudável unidade de um grande bloco de centro-esquerda, a eleição de 1994 ocasionou uma divisão desse bloco. De um lado, o PSDB se compôs com o PFL, de outro, partidos que compunham o governo de Itamar Franco, como o PPS, o PSB e o PDT foram atraídos para a órbita do PT. Assim, constituiu-se um novo quadro de alianças, liderado de um lado pelo PSDB e por outro, o PT, com o PMDB oscilando entre os dois blocos. Esta polarização favoreceu a ambos os partidos, PSDB e PT, mais especialmente ao PT, por dois motivos: 1- Reforçou a propaganda/mistificação petista, que sempre aponta a divisão da política brasileira em dois campos: um conservador/de direita, liderado pelo PSDB, e outro, progressista/de esquerda, liderado pelo PT; Assim, jogou o PSDB para o espaço do centro e da direita; 2- Emparedou o PPS, o PSB e o PDT, que, ou ficavam subordinados por gravidade ao projeto petista ou ganhariam a pecha de direitista. E com a vitória de 2003, tal projeto ganhou a avassaladora pressão do poder econômico e de cooptação do Estado. A quebra dessa polarização, ao meu ver, é a questão fundamental para destravar o atual quadro político e construir um novo bloco de centro-esquerda, exitoso tanto na Constituinte de 1987 quanto no governo de Itamar Franco. Esse novo bloco de centro-esquerda deve buscar a quebra da falsa polarização PSDB X PT e deve ser sobretudo unitário, não-hegemônico e não excludente. Para se constituir em uma alternativa real de poder, deve se includente, não excluir os setores centristas como o PSDB, mas antes incluí-los numa ampla e multifacetada articulação. Seu programa, assim, deve expressar a possibilidade de consenso para a construção de um amplo bloco da centro-esquerda. E se nesse momento, para um novo bloco de centro-esquerda se constituir exige o enfrentamento com o PT, uma vez constituído, ele não deve excluir o PT ou aqueles setores do partido que possam contribuir para a hipótese de um novo governo da centro-esquerda formado pelo PSB, Rede, PPS, PSDB e PDT. Tal atitude unitária do novo bloco de centro-esquerda, penso, iria tensionar internamente o PT, seus dirigentes, seus militantes e seus eleitores contra a atualpolítica hegemonista. Concluindo, acho que o descolamento do PSB do PT pode apontar para por em xeque a hegemonia petista no campo da centro-esquerda/esquerda e para a construção de um novo bloco de centro-esquerda, nos moldes da Constituinte de 1987 e do governo de Itamar Franco. E talvez com maior prepondderância da centro-esquerda. O PPS Creio que o PPS deve estar atento a este fato novo (o descolamento do PSB do PT) para elaborar a sua estratégia e tática política e eleitoral de 2014 e além. Deve propor publicamente este novo bloco estratégico, que não seja excludente, mas amplo, democrático, unitário, progressista, claro, com um programa o mais bem definido possível. Que no pleito presidencial explore bem as possibilidades de debate no primeiro turno, com uma visão de unidade para o segundo turno. Que ainda no primeiro turno, mesmo que em palaques separados, o novo bloco de centro-esquerda busque potencializar ao máximo suas forças, tanto na eleição do executivo central, como também para os executivos nos estados e para o legislativo. Creio eu que o 18º Congresso do PPS pode ter a mesma importância estratégica que o 6º Congresso de 1967 quando o PCB elaborou a política de frente democrática, fundamental para o enfrentamento da ditadura. Acho que o PPS deve sinalizar sua simpatia pelo bloco PSB-Rede, dialogar sobre as possibilidades de palanques regionais, seja na construção de chapas majoritárias ou proporcinais, sem excluir negociações seja como PSDB ou com outras forças. Uma outra grande questão é qual deva ser o momento de definição do PPS em relação às eleições presidenciais, mesmo porque ainda não é certo quem deva ser o candidato seja do PSB (Campos ou Marina?), seja do PSDB (Aécio ou Serra?), nem mesmo do PT (Lula ou Dilma?). Pessoalmente, me agrada o bloco PSB-Rede pelo que ele pode representar estrategicamente, mas o PPS não pode ficar nele numa posição subalterna. Por isso, talvez não deva ser descartada de antemão outras possiblidades, como até mesmo uma composição com o PSDB/ Aécio. Talvez seja a hora de propor um claro programa e projeto da centro-esquerda para o país para o primeiro turno, com vista a formação de um grande e amplo bloco de centro-esquerda, para vencer a eleição no segundo turno e para governar o Brasil. Tal definição é fundamental seja para a posição do PPS, como muito especialmente para conquistar amplos setores da sociedade para uma alternativa real à falt de rumo que aí está. Júlio Martins
Posted on: Wed, 09 Oct 2013 14:45:42 +0000

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