O Parnasionismo O Parnasianismo é um movimento literário - TopicsExpress



          

O Parnasionismo O Parnasianismo é um movimento literário desenvolvido na poesia portuguesa do século XVIII, que se aproxima das tendências realista e naturalista registadas na narrativa. Originário de frança, o parnasianismo tem como principais mestres Théophile Gautier, Leconte de Lisle e Théodore Bauville, defensores do princípio da importância da arte pela arte. As raízes do parnasianismo encontram-se no romantismo, embora o parnasianismo exclua a tendência para o sentimentalismo, valorizando a dimensão estética da literatura, nomeadamente através de uma linguagem precisa e do uso da rima rica (rima entre palavras de diferentes classes gramaticais). Em Portugal, a estética parnasiana difundiu-se não só entre autores como João Penha, Gonçalves Crespo e António Feijó, ligados pela revista coimbrã A Águia (que o primeiro dinamizou entre 1868 e 1873), mas também Cesário Verde, Joaquim de Araújo e Eugénio de Castro. Como movimento, o Parnasianismo era uma reacção anti-romântica, cujo objectividade contrastava com a subjectividade romântica. Entre as principais características deste tipo de poesia, referência à perfeição dos versos, bem como ao tom descritivo, à referência a obras de arte e paisagens. CARACTERÍSTICAS 1) OBJETIVISMO E IMPESSOALIDADE O espetáculo humano, cenas da natureza ou simples objetos são registrados, sem que haja interferências da interioridade do artista. 2) ARTE PELA ARTE Ela não tem nenhum sentido utilitário, nenhum tipo de compromisso. É auto-suficiente e justifica-se apenas por sua beleza formal. 3) CULTO DA FORMA A verdade de uma obra de arte passa a residir apenas na sua beleza. E a beleza é evidenciada pela elaboração formal. Logo: POESIA = VERDADE = BELEZA = FORMA Para a poesia ser verdadeira ela precisaria de ter uma "formula" que proporcionasse a sua objectividade. Uma fórmula resumida em alguns itens básicos: a) Metrificação rigorosa: os versos devem ter o mesmo número de sílabas poéticas, preferencialmente doze sílabas (versos alexandrinos), os preferidos na época. Ou apresentar uma simetria constante, do tipo: primeiro verso de oito sílabas, segundo de quatro sílabas, terceiro de oito sílabas, quarto com quatro sílabas, etc. b) Rimas ricas: os poetas devem evitar as rimas pobres, isto é, aquelas estabelecidas por palavras da mesma classe gramatical, como substantivo com substantivo, adjetivo com adjetivo, etc. c) Preferência pelo soneto: os parnasianos reivindicam a tradição clássica do soneto, composição poética de quatorze versos - articulada obrigatoriamente em dois quartetos e dois tercetos - e que se encerra com uma "chave de ouro", espécie de síntese do poema, manifesta tão somente no último verso. d) Descritivismo: eliminando o Eu, a participação pessoal e social, só resta ao parnasiano uma poética baseada no mundo dos objetos, objetos mortos: vasos, colares, muros, etc.
Posted on: Thu, 01 Aug 2013 17:35:05 +0000

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