O Respeito Pelo Eu Inferior Postado por evaldo berwig em 3 junho - TopicsExpress



          

O Respeito Pelo Eu Inferior Postado por evaldo berwig em 3 junho 2013 às 8:54Enviar mensagem Exibir blog FilosofiaEsoterica Um Olhar Mais Profundo Para o Caminho da Sabedoria Carlos Cardoso Aveline Na Índia antiga, o guerreiro Rajput jurava por sua espada e seu escudo Não basta adotar ideias corretas. É preciso observar como nos relacionamos com elas. Uma visão superficial ou mecânica de conceitos filosóficos corretos é mais do que suficiente para provocar desastres ao longo do caminho. Muitos falam, por exemplo, da necessidade de inegoísmo e auto-esquecimento em teosofia. Estas são duas ideias importantes. Mas elas devem ser administradas com cuidado, porque os seus alicerces são um completo autoconhecimento e um cuidadoso controle de si mesmo. Em “Cartas dos Mestres de Sabedoria” vemos um Mahatma citar palavras de Alfred Tennyson ao referir-se a três fatores decisivos no esforço teosófico: “Auto-respeito, autoconhecimento e autocontrole”. [1] É verdade que o auto-esquecimento é indispensável, quando se decide trilhar o caminho da sabedoria. Ao mesmo tempo, o eu inferior ou alma mortal é um instrumento necessário para a expressão prática daquele nível de consciência em que ocorre o auto-esquecimento. O verdadeiro auto-respeito inclui uma correta consideração pelo veículo que chamamos de “personalidade”. A inteligência inferior é valiosa. Ela tenta ser útil à nossa consciência mais elevada. Só a ignorância temporariamente presente no eu inferior deve ser combatida, de modo calmo e gradual, até desaparecer. Será correto rir dos nossos próprios erros? Sim, às vezes, e com moderação. A verdade é que ao longo do caminho os pensamentos e ações da personalidade passam a viver em harmonia crescente com o clima criado pelo fato de que o eu inferior se reconhece como um instrumento consciente da Alma imortal. Nosso eu “inferior” é, portanto, muito mais do que uma “máscara” ou “casca”. É um santuário, e pode ser protegido de influências e pensamentos destrutivos. Helena Blavatsky escreveu: “Só a sempre desconhecida e incognoscível Karana, a Causa Sem Causa de todas as causas, merece ter um altar e um santuário no solo sagrado e jamais pisado do nosso coração.” [2] A personalidade “inferior” é um templo habitado por uma inteligência divina. Portanto, o aprendiz deve cuidar construtivamente do clima psicológico vivido pelo seu “eu pessoal”. A qualidade dos seus sentimentos e pensamentos não melhora através de ódio ou desprezo pelo eu inferior. A melhora ocorre através da consideração e do estímulo positivo. Ideias ou ações que não se harmonizem com o papel da personalidade como veículo do eu superior devem ser reconhecidos como expressões de desrespeito pela vida. O aspecto mais importante do processo de auto-respeito é o sentimento que o aprendiz de teosofia tem pela voz da sua própria consciência, pela sua alma imortal, a essência do seu ser, seu Atma, sua Mônada. Como toda forma de luz, o respeito brilha em todas as direções. A consideração por si mesmo é a base do sentimento fraterno que o estudante passa a ter por todos os seres. Tanto os aspectos celestiais como as dimensões terrestres da vida merecem um cuidado amistoso, e estes dois níveis do sentimento de respeito são inseparáveis entre si. De certo modo, o ser humano é o antahkarana, a ponte, entre os níveis superiores e inferiores da vida. Um indivíduo é sobretudo o foco central do campo de consciência que anima a sua própria aura. O que se planta, se colhe. Se a consideração por si mesmo produz um sentimento de respeito por todos, a recíproca é verdadeira. Com o tempo, passam a ser necessárias uma atenção e uma vigilância ampliadas por parte daqueles com quem o estudante de filosofia se relaciona. Em cada circunstância da vida, a interação correta entre a personalidade do estudante e outros indivíduos deve ter como base o princípio do respeito mútuo, não no terreno da mera cortesia social, mas no nível durável da profunda sinceridade. Quando adotamos esta visão multidimensional do processo de auto-respeito, fica mais fácil perceber que a autodisciplina não é um ato de força unilateral. Ela não resulta de uma imposição de fora para dentro. Ela surge naturalmente da afinidade com a ideia de uma vida correta e altruísta. Assim, a prática equilibrada da autodisciplina expressa uma profunda estima do estudante por sua própria personalidade. Estes três fatores da vida, mencionados em um velho poema de Tennyson, parecem resumir o caminho da Raja Ioga: auto-respeito, autoconhecimento e autocontrole. No entanto, nenhum progresso real em Raja Ioga é fácil. Há sempre um duro combate a ser enfrentado. A mente é como uma espada, segundo a tradição zen-budista. Na Índia antiga, um guerreiro rajput fazia seus juramentos solenes pela sua espada e seu escudo. [3] E o Dhammapada ensina: “Do mesmo modo como o produtor de flechas torna sua flecha reta, o sábio torna reto o seu pensamento distorcido.” [4] A verdade é que assim como um guerreiro eficiente ama sua espada, um arqueiro ama o seu arco, e um barqueiro, o seu barco, a filosofia esotérica ensina que um teosofista aprende a amar, a respeitar, e treinar, o seu próprio eu inferior. NOTAS: [1] Carta IV para Laura Holloway, no volume “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, compiladas por C. Jinarajadasa, Editora Teosófica, Brasília. [2] Traduzimos esta frase diretamente da edição original de “The Secret Doctrine”, de Helena P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, volume I, p. 280. [3] Veja, por exemplo, o livro clássico “Annals & Antiquities of Rajasthan”, de James Tod. [4] “O Dhammapada”, Capítulo 3, Verso 01. O Dhammapada completo pode ser encontrado em seção temática independente no website FilosofiaEsoterica.
Posted on: Wed, 21 Aug 2013 01:32:16 +0000

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