O SIGNIFICADO DA PALAVRA ÚLTIMA A palavra "último" é um - TopicsExpress



          

O SIGNIFICADO DA PALAVRA ÚLTIMA A palavra "último" é um adjetivo. Como naquela máxima, insofismável que diz "O último a sair, apague a luz". Costumava significar, ao menos nos dicionários da língua portuguesa: úl.ti.mo adj (lat ultimu) 1 Que vem depois de todos; que vem depois do penúltimo. 2 Extremo, derradeiro, final. Até o ano de 2013, no Brasil e para o conjunto dos Três Poderes, o equilíbrio de forças entre Executivo, Legislativo e Judiciário como requisito necessário as democracias. No caso específico do Poder Judiciário, as Leis, que emanam da Constituição Nacional são garantem a defesa dos direitos das minorias, quando prejudicadas por maiorias, mesmo que democráticas. Até aí, todos de acordo. A justiça, que opera em camadas, em instâncias, no sentimento de um cidadão comum, encontra uma primeira instância, uma segunda instância em caso de recurso e uma última instância. Até aqui, a palavra última vinha sendo utilizada pela justiça dentro do sentido comum. Ou seja, o julgamento derradeira, ou julgamento final, naqueles que são os limites da justiça entre os homens. Todos sabemos que aquilo que escapa as limitações que a justiça humana impõe, encontrará na justiça divina, justiça cósmica o seu "juízo final". O final na Justiça brasileira encontrava o "Supremo Tribunal Federal" como uma garantia para aplicação da lei vigente no país. A ideia de última instância terrena em solo brasileiro acaba de ir por terra. Simplesmente porque a palavra última foi maculada. Fiquei imaginando então a re-significação de todos os eventos da história da humanidade utilizando esse termo em sua nova roupagem. Como, por exemplo o Apocalipse. O Final dos Tempos, sendo assim, já não teria o mesmo poder simbólico, pois quem iria temer um fim que nunca chegará? Ou num caso mais lúdico, um Final de Ano. Quem iria comemorar um Reveillon com tanta alegria e energia concentrada com tanta precisão, sabendo que o Ano não termina. Ou um último ano de estudos, ou o último ano de governo. Já imaginaram se por aqui se resolve criar um regime de governo em que o último ano de gestão é abolido e o governante se arvorar em administrar a nação ad perpetuam ? Estaríamos então dentro do infinito de um totalitarismo sem-fim. Nesta abominável história de ficção, engendrada por um grupo de trapalhões que empurraram a nação para a fronteira de uma vulgaridade indisfarçável, pode ser que para alguns seja aceitável agenciar politicamente a realidade. Mas a realidade não é politicamente administrável em todos os seus aspectos, por mais que os retóricos se empenhem em fabricatos de ocasião. A palavra tem uma força que consolida a crença e com ela a credibilidade de uma sociedade, nas regras e nas leis que as sustentam. As fissuras que atingimos ao modificar o significado de palavras para atender a interesses contrariados, a ponto de tornar o último o penúltimo, só nos oferece uma opção: reformular o nome dado aos lugares. Não vejo como manter o nome do Supremo Tribunal Federal como tal. A partir de hoje, o objetivo de enfraquecimento do mesmo se estabeleceu, e já deixo minha sugestão para uso: Antes-Supremo Tribunal Federal. Assim como há um penúltimo para todo último, há um Antes-Supremo para todo Supremo. E desse modo realinhamos as relações de poder entre a sociedade e seus representantes... g1.globo/politica/mensalao/noticia/2013/09/por-6-5-supremo-decide-dar-nova-chance-12-reus-do-mensalao.html
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 08:33:33 +0000

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