O desgaste da classe política brasileira, fato incontestável no presente momento, talvez seja o mais alto que o país já tenha vivido; motivo (entre outros) das atuais reivindicações. Não se deve achar que os resultados imediatos é o que deve se levar em conta, até porque eles nem sempre correspondem às nossas exatas expectativas. Eles nos ajudam inclusive a conhecer quem é quem neste mar de corrupção. Devemos e precisamos lutar por dias melhores neste país, sem deixar que o desânimo nos esmoreça. Repito; as vitórias conseguidas não devem ser medidas só por resultados imediatos. Lembro-me da campanha pelas eleições diretas para presidente da república (diretas-já), aparentemente derrotada pela votação do congresso, mas que foi o estopim maior do fim do regime ditatorial militar. Foi após o governo corrupto de Fernando Color (com os protestos dos “cara-pintadas”) que surgiu o plano real e a estabilização da economia com redução acentuada da inflação. Evidentemente, muitos serão os que apontarão o momento atual como frustrante, como luta sem êxito, até porque o grau de corrupção no país é altíssimo. O povo brasileiro mostrou ao mundo que, além de saber jogar futebol, fazer copa de futebol e carnaval, e exibir bundas de mulheres, também sabe reivindicar seus direitos. No Jornal “El País”, da Espanha, esta tem sido a tônica das reportagens: “como pode um povo tão pacato e tão acomodado, que não sabe protestar, facilmente manipulável, ir às ruas para defender seus direitos”. Os políticos, por sua vez, tentarão mostrar que os protestos tem sido em vão e que a roubalheira vai continuar, independente do que se fez e do que se faz. Quando se luta, não se tem certeza da vitória. Mas se não lutarmos, jamais a conseguiremos. Esperar que os outros lutem por nós não é a atitude que vejo hoje no Brasil. E isto muda muito as coisas. A grande luta, contudo, não deve ser por centavos mas por princípios, por um país mais desenvolvido e mais justo. E ninguém tem que ser perfeito para defender seus direitos, como alguns querem nos fazer entender. Quando conseguimos que as regras mudem, reduzindo por exemplo, o custo dos empreendimentos no país, no final, todos serão beneficiados, inclusive os próprios políticos. Contudo, certas mudanças vão sendo conseguidas gradualmente. Relembrando e adaptando uma antiga citação: “O preço da liberdade e das conquistas que valem a pena, é a eterna vigilância”. Não podemos achar que a luta terminou. Ela deve renascer em cada novo dia. Ela deve nos renovar em cada batalha. Se vamos ao super-mercado, devemos pensar nela. Portanto, não precisamos de copas ou olimpíadas para defender nossos direitos. Ele deve ser feito diariamente (na farmácia, padaria, açougue, carro, bancos, etc). Parabéns aos meus irmãos brasileiros. Todos estamos nos sentindo um pouco melhores, menos acomodados, mais conscientes de que não existem “salvadores da pátria”. Com certeza seremos nós mesmos os responsáveis por nossas conquistas. Vamos procurar conhecer melhor quem colocamos lá. Vamos ajudar outras pessoas a enxergar um pouco melhor.
Posted on: Sun, 30 Jun 2013 01:06:30 +0000
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