O professor Paul Singer fala das atividades da economia solidária que vêm se desenvolvendo no País ARTIGOS Paul Singer: economia solidária Imprimir E-mail Detalhes Publicado em Terça, 29 Novembro -0001 20:53 inShare A ECONOMIA SOLIDÁRIA É ANTICAPITALISTA Por Aray Nabuco, Frédi Vasconcelos e Lilian Primi O professor Paul Singer analisa a situação econômica atual e fala das atividades da economia solidária que vêm se desenvolvendo no País Nos seus mais de 80 anos de vida, o professor da FEA-USP, ex-secretário de Planejamento da prefeita Luiza Erundina e atual secretário de Economia Solidária do Ministério de Trabalho, Paul Singer sempre foi uma das vozes mais respeitadas para analisar o País. Num momento em que o terrorismo econômico é estampado todo dia nos meios de comunicação conservadores, é bom ouvir sua análise sobre a subida do dólar, que considera motivo de comemoração para defender a indústria nacional. E também sobre as experiências em relação à economia solidária, que considera uma verdadeira alternativa ao capitalismo. Confira os principais trechos abaixo: Caros Amigos – Professor, gostaríamos de falar um pouco sobre a situação econômica do País. Convivemos com terrorismos o tempo todo na mídia, o último deles é o dólar, ‘o dólar disparou e vamos ter crise’... Paul Singer – Mas é péssimo o Brasil com o dólar barato. Estávamos importando produtos que nunca havíamos importado e acabando com a indústria nacional. Há setores da economia fechando, não conseguem competir com os produtos chineses, que são muito baratos à custa dos trabalhadores chineses. Quando o dólar subiu, não só eu, mas os economistas que queriam que a economia brasileira continuasse se desenvolvendo disseram ôba! Eu achava que a Dilma deveria ter, na verdade, aumentado os impostos de importação para proteger a indústria nacional. O Fernando Henrique, que não é nenhum desenvolvimentista, fez isso e salvou a indústria brasileira de brinquedos. Ela estava fechando, houve uma pressão dos industriais e ele aumentou impostos de importação. Esse processo de desindustrialização ocorre já há algum tempo... Tenho achado que não chega a ser desindustrialização, mas sem dúvida a indústria brasileira está numa situação difícil e exatamente essa pressão da importação de insumos industriais da Ásia, principalmente da própria China, prejudica a indústria brasileira, que é, fundamentalmente, uma indústria de mercado interno, mas que, com a crise na Europa, também não tem mercado externo. A alta do dólar, com certeza, é benéfica para a indústria brasileira. Por que então o Banco Central está atuando para segurar o dólar? Por uma razão simples, na medida em que o dólar aumenta de valor em reais, os produtos que têm componentes importados aumentam de preço, isso significa inflação e a parte mais pobre da população é mais vulnerável ao aumento de preços. Alguém que ganha o salário mínimo, se de repente os preços dos produtos começam a crescer e o salário dele não aumenta, começa a passar por dificuldades. Uma boa parte da queda da popularidade da presidenta Dilma se deveu não a uma grande inflação, essa inflação que tivemos foi ridícula, 6% ao ano não é inflação para o Brasil, em outros países sim, mas a população mais pobre reagiu, inclusive com muito medo. Mas é uma inflação sazonal, dos alimentos antes da colheita. Logo veio a colheita e os alimentos voltaram a seu preço anterior. Mas a razão de o governo, principalmente do Banco Central, estar se mobilizando para deter esse aumento do dólar vem do temor de que o aumento do preço dos produtos que têm elementos importados provocaria uma inflação bem acima do nível fixado pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central se empenhou para deter esse aumento, mas não para que o dólar voltasse ao patamar anterior. Leia a entrevista completa na edição 198 de Caros Amigos nas bancas ou loja virtual carosamigos.br/index/index.php/component/content/article/228-revista/edicao-198/3558-paul-singer-economia-solidaria
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 13:34:58 +0000
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