O relógio Nenhum igual àquele. A hora no bolso do colete é - TopicsExpress



          

O relógio Nenhum igual àquele. A hora no bolso do colete é furtiva, a hora na parede da sala é calma, a hora na incidência da luz é silenciosa. Mas a hora no relógio da Matriz é grave como a consciência. E repete. Repete. Impossível dormir, se não a escuto. Ficar acordado, sem sua batida. Existir, se ela emudece. Cada hora é fixada no ar, na alma, continua soando na surdez. Onde não há mais ninguém, ela chega e avisa varando o pedregal da noite. Som para ser ouvido no longilonge do tempo da vida. Imenso no pulso este relógio vai comigo. Carlos Drummond
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 23:05:06 +0000

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