O simples fato do jovem (revoltado com “o sistema”, movido pelo ódio, que toma a inimizade como princípio da ação humana) querer “transformar” a Realidade já revela que não sabe nada da estrutura do Real. Ao contrário, o jovem revoltado, ressentido, tem toda sua ação “justificada” na ignorância ontológica, na negação do Ser, na falsificação do que “é”, já que para ele a afirmação da Realidade mesma é “conformismo”. A frase de Marx é bem ilustrativa: “Die Philosophen haben die Welt nur verschieden interpretiert, es kommt darauf an sie zu verändern [Até agora os filósofos se limitaram a interpretar o mundo. Cabe-lhes agora transformá-lo]”*. Semelhante frase não só demonstra a desonestidade, e presunção, de Marx, ela está de alguma forma no cerne de todo pensamento revolucionário, que nega o Real, chegando a “apresentar” um “passado monstruoso” que nunca existiu, em nome de um futuro utópico, um paraíso terreno, que para ser “atingido” (?) é capaz de apregoar, como bem mostra a história dos movimentos que prometeram somente utopias, o morticínio de seres humanos. __________ * Citação do manuscrito reproduzido em fac-símile em “The German Ideology” [“A Ideologia Alemã”].
Posted on: Sat, 07 Sep 2013 17:13:34 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015