O trânsito do Rio me lembra os ensinamentos de vida que tive com alguns professores. Um deles, famoso desembargador, evita usar o carro para ir ao TJ. Volta-e-meia era visto nas barcas. Mais que direito administrativo, ensinava aos alunos serenidade e senso de vida em comunidade. Poderia fazer uso do ótimo carro oficial todos os dias, mas, certamente ciente de que isto contribui pra piora da qualidade de vida da coletividade, não o fazia. Utilizar o transporte público não ofende a dignidade dele. Assim também chefes e superiores com os quais estagiei, doutores nas melhores universidades do Brasil, rumam ao trabalho de ônibus e metrô. Todos acreditam que vale a pena construir um Rio melhor com menos carros: em dias de semana, usar coletivos não ofende o que eles entendem por dignidade humana. (Alguns deles residindo distantes de seus locais de labor) No subúrbio, porém, impera o sentimento de egoísmo: o uso do automóvel de maneira irracional é visto cotidianamente em vias como a 24 de maio e a suburbana. Cidadãos que não refletem que usar carro todos os dias prejudica a todos. Não tiveram a sorte de receber as mesmas lições que eu tive. Espero que, um dia, eu tendo a oportunidade de ter um excelente carro oficial ao meu dispor, com gasolina paga pelo Erário, eu não seja mais um a entrar pro time dos que não refletem que o caos do trânsito é problema mais de conscientização do que de governantes ineptos.
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 22:02:47 +0000
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