OIT: cosmética para tolos. O problema que nos trouxe até aqui foi, precisamente, o excesso de facilidades de crédito motivado por uma lógica especulativa escondida, a par de uma transferência de segmentos importantes da base produtiva do mundo, e do próprio consumo, para os chamados países emergentes, e em particular para a China, Índia, Indonésia, Vietname, Brasil, México, etc. Como se isto não bastasse, há um óbvio, estrutural e duradouro desequilíbrio entre a procura agregada mundial e a oferta agregada mundial. A decadência dos impérios europeu e americano acelera uma mais do que justa redistribuição geográfica da riqueza mundial. Só que esta redistribuição teve, está a ter e continuará a ter nas próximas décadas um efeito brutal na vida de centenas de milhões de pessoas, e um impacto terrível nas chamadas classes médias, com particular incidência no setor de serviços e nas burocracias públicas e privadas. Os robôs mecânicos, as aplicações informáticas (novos algoritmos, bots e apps), e uma crescente eficiência na organização e gestão de empresas, produtos e pessoas, são parte de uma revolução pós-industrial e pós-serviços que está em marcha acelerada. Como sempre, a transição será tumultuosa. Resta saber se, no fim, ainda sobrará algum humanismo nas sociedades que sobreviverem à metamorfose. Depende dos homens, e sobretudo das mulheres, claro!
Posted on: Mon, 04 Nov 2013 09:14:42 +0000
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