PEDRO LUIZ RODRIGUES BRASIL PISOU NA BOLA COM O PARAGUAI. DEVERIA - TopicsExpress



          

PEDRO LUIZ RODRIGUES BRASIL PISOU NA BOLA COM O PARAGUAI. DEVERIA PEDIR DESCULPAS. É lamentável (e preocupante) registrar que no campo das relações internacionais, o Brasil há já algum tempo vem se embrenhando por sombria vereda. Aquela em os interesses estratégicos da Nação– Sociedade e Estado – são substituídos por conveniência circunstancial dos detentores do poder, por razões ideológicas e partidárias. Essa distorção sem paralelo em nossa história diplomática, vale particularmente para a condução de nosso relacionamento com os países da América Latina, há dez anos tutelado pelo assessor especial da Presidência da República – e ex-Secretário de Relações Internacionais do PT-, o professor Marco Aurélio Garcia. Não terá partido de ninguém responsável no Itamaraty – cuja visão histórica e perspectiva de futuro sempre lograram resguardar a formulação e o exercício da diplomacia da ação às vezes estabanada dos donos circunstanciais do poder – a ideia, por exemplo, de suspender o Paraguai do Mercosul, após o Congresso do país vizinho haver decretado o impeachment do então presidente Fernando Lugo. A suspensão do Paraguai seria aceitável se motivada pela razão clara e honesta da cláusula democrática. Mas sabem todos, inclusive os mais recentes alunos do Instituto Rio Branco, – atilados estudiosos do Direito Internacional Público – que o que foi feito na ocasião, tomando de empréstimo a expressão usada pelo Senador Aloysio Nunes Ferreira, em sessão da Comissão de Relações Internacionais do Senado, foi uma pataquada. Como o Congresso paraguaio vinha retardando a votação da proposta de inclusão da Venezuela no Mercosul, a ideia de afastar o empecilho – para viabilizar a referida inclusão – logo ganhou corações e mentes no Planalto. O problema é que a lógica que do Professor Marco Aurélio Garcia – diferente daquela dos que têm por obrigação a defesa dos interesses de longo prazo do Brasil e do estrito cumprimento dos pactos internacionais – seguiu vertente oportunista. Pois não é que a grande estrela do PT no campo das relações internacionais aproveitou o pretexto da suspensão o Paraguai do Mercosul para, pela porta dos fundos, enfiar a Venezuela na organização? Alguns dos mais renomados diplomatas brasileiros já expressaram, de público, sua contrariedade ao conjunto de trapalhadas que temos feito contra o Paraguai. Em recentíssimo artigo reproduzido no Estado de São Paulo e no Globo, o Embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, disse que “o relacionamento com o Paraguai é exemplo de desacertos na área externa e mostra como a ideologização pode ser contrária ao interesse nacional”. Rubens, a quem muito estimo, recordou que nos últimos anos, o Brasil definiu uma série de parcerias estratégicas com outros países, observando, contudo, que “poucas podem ser mais relevantes do que a com o Paraguai”. E deu as razões: os 350 mil brasileiros que lá vivem e trabalham; 20% de toda a energia consumida na região mais industrializada de nosso País dependem da potência gerada por Itaipu”. Um outro amigo, o Embaixador Luiz Augusto Castro Neves, foi taxativo em suas declarações ao Correio Braziliense: o Mercosul errou ao suspender o Paraguai, pois não houve formalmente, ruptura no processo democrático por lá. Foi apenas uma jogada da qual o Brasil participou, a rebote da Argentina, para permitir o ingresso da Venezuela. Acontece, prossegue Castro Neves, é que “ o Brasil é o único país do bloco que tem interesses concretos no Paraguai e tem uma relação extensa com o país. Por isso, o Paraguai até tem razão de impor determinados condições para voltar ao Mercosul”. Quem acha que as pataquices ficam restritas ao público local, se engana redondamente. As repercussões externas existem e são fortes, como dá bom exemplo editorial de hoje do Financial Times. Para o FT, o Mercosul, em vez de buscar consolidar-se como bloco econômico, virou um fórum político. observa: “No ano passado, o Paraguai foi expulso, ostensivamente em protesto por ter afastado seu presidente. Mas a razão verdadeira pode ter sido contornar a oposição paraguaia à admissão da socialista Venezuela. Para muitos, o Mercosul se transformou quase numa “anti-gringo talking shop”. E não para por aí o principal jornal de finanças do mundo. “(Perdendo o foco no Mercosul) o Brasil corre o risco de ser deixado para trás”. O que vai acontecer daqui para frente em nossa relação com o Paraguai vai depender muito mais do que queira fazer o presidente Cartes – que hoje toma posse como Presidente – do que ache ou pense fazer o Professor Marco Aurélio Garcia. Por felicidade, a Fiesp tem mantido com ele contato estreito, e mesmo que as coisas continuem empanadas no nível público, encontraram caminho de expressão no dinamismo do setor privado.
Posted on: Fri, 16 Aug 2013 14:18:31 +0000

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