PERCURSO NEOLIBERAL NO BRASIL - ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 20 ANOS DE - TopicsExpress



          

PERCURSO NEOLIBERAL NO BRASIL - ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 20 ANOS DE GOVERNO Analisando os governos Sarney, Collor, Itamar, Fenando Henrique, Lula e Dilma, é gritante a diferença. Definitivamente os registros históricos revelam dois "Brasis": * O primeiro foi o Brasil governado para as elites, subalterno a organismos financeiros internacionais. Desenvolvendo uma política econômica voltada para a concentração de renda e promovendo um apartheid social em todos os setores. Este, focava um crescimento desprezando a lógica primária do consumo interno, esquecendo que a população nacional precisava ter condições de consumir o que era produzido no país. No panorama internacional o Brasil era o país do Pelé, do Carnaval, da Xuxa, da violência e prostituição. Nessa década a educação tendia a se particularizar paulatinamente. Nossos governantes recorriam ao FMI para pedir empréstimos e conseguirem fechar o caixa. O acesso às universidades era restrito, só a alta burguesia conseguia ingressar nas melhores universidades. Não havia menção a criação de novas universidades e nem na democratização do acesso. Educação para todos era uma "utopia" distante. O povo era assombrado pelo medo do desemprego. Filas quilométricas eram registradas; vagas de emprego eram disputadas a cada nano-centímetro. Nesse momento a palavra Reforma política era abominada, a classe estava muito satisfeita com as estruturas. O jogo democrático era centralizado no centro direita. Um partido decidia e definia os rumos da nação. * O segundo provou que "muito dinheiro nas mãos de poucos é concentração de renda, mas pouco nas mãos de muitos, é divisão de renda". Um discurso populista, mas uma ação efetivamente social. Ao implementar uma política assistencialista foi tachado de esmoler. Mas essas políticas tinham um cunho que ultrapassava o simples assistencialismo, incrivelmente os "preguiçosos que recebiam esmolas" - como eram chamados os beneficiados - auxiliaram no equilíbrio da economia e na criação de renda e trabalho. " Olha o Lula indo... olha o Lula vindo...", esse presidente foi a mais de 90 países e fez algo irreal. Enquanto a mídia interna caía matando com todos os tipos de críticas, ele, como um vendedor mascate, representou o país diante de presidentes, reis, líderes religiosos, e colocou o nome do Brasil num universo centralizado pela Europa, EUA, Japão, China e Índia, isso mudou a geopolítica mundial. Não poupo esforços para pagar a dívida com o FMI. Um "semianalfabeto" foi o responsável pela construção de 14 universidades federais, 126 extensões universitárias, 214 escolas técnicas. Iniciou em 2004 o programa universidade para todos (PROUNI). A imprensa exigia que esse governo criasse em 4 anos mais empregos do que qualquer governo conseguiu criar em 20 anos, 10 milhões. Ele porém criou 18 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada. Nessa época o Brasil passou a ser o foco das notícias dos maiores jornais do mundo. Enquanto a mídia internacional aplaudia a revolução social que estava sendo operada no Brasil, a mídia interna não via nada de bom para ser exposto. Implementou uma política de coalizão partidária, fez alianças até mesmo com rivais, partilhou a governabilidade e democratizou a tomada de decisões. Nessa fase foi ressuscitado o tema Reforma esquecido desde sempre pelos que queriam manter as coisas como estavam. Porém é preciso salientar que esse PT rachou - como todos os demais partidos -. Existe o PT de base, o PT governo e o PT eleitoreiro. Esse partido que saiu de membros filiados ao PMDB quando juntos lutavam contra a ditadura, agora se diluiu na lógica insana do jogo politico. Por isso fomentar a reforma política é fundamental. Caso a lógica da politica continue a mesma a politica vai ficar mais pervertida do que já foi em toda a sua história. O ruim pode piorar. A verdade é que a esmagadora maioria dos partidos farão de tudo para impedir uma reforma política, pois isso pode confiscar poderes e privilégios hereditários de classe. Esse é um artigo de esquerda, nitidamente tendendo para o igualitarismo que leva ao objetivo da liberdade social. Mas não se pode confundir ser de esquerda com partidos ditos de esquerda ou de direita. Essa base axiológica não funciona mais dentro das engrenagens partidárias. E por fim,a análise do itinerário dos governos desde a década de 90, denuncia o tipo de política praticada pelos governantes, seu foco e suas estratégias. Mesmo não sendo PT, não gostando de política partidária - embora compreenda sua importância para a democracia -, é impossível não identificar dois Brasis... Fui para as manifestações, ajudei no que pude, continuo nos fóruns de discussões, continuo participando dos atos públicos contra tudo aquilo que entendo ser errado, porém minha postura é consciente, sei contra quem, contra o que estou lutando... Bibliografias consultadas BUARQUE, Cristovam. Admirável mundo atual: dicionário pessoal dos horrores e esperanças do mundo globalizado. São Paulo: Geração Editorial, 2001. NAPOLI, Ricardo Bins di; GALLINA, A. L. (orgs.) Norberto Bobbio: Direito, Ética e Política.Ijuí: EdUnijuí, 2005. BOBBIO Norberto. Direita e Esquerda - Razões e Significados de Uma Distinção Política. São Paulo: Unesp, 2001. SADER, Emir (Org.). 10 Anos de governos pós-neoliberal no Braisl. São Paulo: Boitempo, 2013.
Posted on: Fri, 16 Aug 2013 13:23:24 +0000

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